⚠️Atenção; gatilho: depressão, suicídio abusos psicológicos, agressão, violência sexual etc, se você é sensível não leia!⚠️
Peter
As ruas estavam quase vazias, apenas alguns carros passavam pela avenida
No momento eu estava voltando para casa, a festa de Josh continua acontecendo porém decidi ir para casa
Eu nem mesmo iria para a festa se ele não estivesse enchendo muito meu saco. Não gosto muito de festas
Enquanto estava subindo o viaduto que estava vazio, de longe pude ver uma figura em pé, não entendi muito bem o que era aquilo até conseguir ver cabelos loiros. Era uma mulher, e ela estava em uma distância bem considerável de cair lá em baixo
Rapidamente parei o carro, desci e caminhei até perto dela, e pude ver que ela estava chorando
— Oi, você tá bem? — Perguntei e ela nem se quer olhou pra mim, continuou olhando para baixo
— Eu estou ótima, finalmente vou por um fim nisso, e aliás você está me atrapalhando — Ela disse e eu me assustei
Ela não pode se jogar
— Quer conversar? — Eu não sabia o que dizer ela provavelmente não quer desabafar sobre a sua vida com um estranho
— Eu só quero morrer, você pode ir embora? — Perguntou
Será que se eu fosse incoveniente o bastante ela desistiria da ideia?
— Eu não vou deixar você fazer isso — Me aproximei dela
— Você nem me conhece, nem sabe quem eu sou, que diferença eu faria na sua vida?
— Faria muita diferença, eu nunca me esqueceria de como eu permiti que isso acontecesse
— Que pena, eu já tomei a minha decisão
— Por favor, sai daí, me deixa te ajudar — Eu falei parando em sua frente e então ela finalmente me encarou
— Você não pode me ajudar, ninguém quer me ajudar, eu não posso mais continuar fazendo isso — Ela falou e o seu choro aumentava
— Eu prometo que eu vou te ajudar, confia em mim — Falei calmamente, ela poderia pular a qualquer momento e eu nunca me perdoaria por isso, mesmo não sendo culpa minha
Me aproximei um pouco e segurei a sua mão que estava gelada
Essa hora, a brisa da madrugada já estava nos rondando, ela estava tremendo, com uma calça de moletom e uma regata com os braços descobertos
— Me conta, o que está te levando a isso, quer dizer, não tem mais volta se você pular — Falei e ela balançou a cabeça
— Eu não tenho vida própria, mesmo com 20 anos eu não posso decidir nada da minha vida, como: que roupa eu quero usar, que faculdade eu quero fazer, se eu posso sair de casa ou não. Tudo é decidido pelos meus pais, eu sou só uma marionete! — Ela gritava em meio ao choro
Seus olhos estavam vermelhos e sua voz estava rouca
— E eu odeio eles, odeio pelo que eles fazem comigo, odeio por eles sempre fazerem questão de reforçar o quanto eu sou um fardo, ou então que eu nem deveria ter nascido, que eu deveria ter morrido enquanto estava na barriga, e sempre me lembrarem que eu não sou suficiente, que eu sou uma péssima filha, que eu sou ingrata, e que eu não faço parte da família
Suas palavras saiam pesadas, como se as palavras estivessem presas a muito tempo, e agora elas estão saindo
— Eu disse para a minha mãe que eu estava com depressão — Ela deu de ombros rindo sem graça — Ela me disse que era frescura e que eu não tenho nenhum motivo para ficar triste, já que eu tenho tudo que eu quero, eu fui violentada, perdi a minha virgindade por um estupro quando eu tinha 10 anos, eles disseram que eu era mentirosa, eu era só uma criança — As palavras saiam com raiva
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ʏᴏᴜ sᴀᴠᴇᴅ ᴍᴇ » ᴏɴᴇ sʜᴏᴛ
Short Story⚠️gɑtilho; depressα̃o, suicídio, ɑbusos psicológicos, se você for sensível ɑ esse tipo de conteúdo, nα̃o leiɑ, se cuide em primeiro lugɑr! Em umɑ mɑdrugɑdɑ como outrɑ quɑlquer Peter estɑvɑ voltɑndo pɑrɑ cɑsɑ ɑpós umɑ festɑ, mɑs ele nα̃o imɑginɑvɑ qu...