Twenty-seventh Chapter

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And I'm not scared to say those words
With you I'm safe,
We're fallin' like the stars,
We're fallin' in love

LÍRIO VILHENA
dias depois

Os lírios em minhas mãos, davam finalmente vida ao quarto que eu ainda estava e não via a hora de ir embora, e tais flores me distraiam do branco do quarto e dos médicos cotidianos, que vinham e iam a cada uma hora. Já havia decorado os nomes, muitas vezes a idade e já sabia de quase a vida toda das pobres enfermeiras que faziam minha medicação e trica de soro.

Meu namorado, dava risada toda vez que eu contava uma coisa nova sobre uma fofoca do hospital, mas no fundo ele adorava saber.

— Parece que a moça do quarto ao lado, traiu o marido e ele descobriu. — Rigoni entrou no quarto, com algumas sacolas na mão, me fazendo levantar o olhar a ele e dar um sorriso, eu disse que no fundo ele gostava. — Agora ela está sem acompanhante, uma loucura!

— Poderíamos fazer uma visita. — Sugiro e ele assentiu meio alheio, focado em por as sacolas organizadas em cima da mesa do canto. — Você não vai me dar nenhum beijo?

— Eu vou sim morena, só estou tentando não quebrar os potes de geleia, que dona Amara fez eu prometer que não quebraria, aposto que ela me comeria vivo. — Explicou e soltei uma risada mais alta, resmungando da dor no abdômen logo em seguida. — Sabe que não pode rir assim ainda.

Bufei e dei de ombros, apaixonada ainda pelas flores que ali estavam. Meu pai era apaixonado por Lírio, já que era a única rosa que não lhe dava alergias ou atacava as existentes.

— Deixar eu beijar logo essa menina carente. — Emiliano disse, se aproximando e segurando meu rosto com as mãos, deixando um breve selinho em meus lábios, me fazendo sorrir ao final dele. — Senti saudades.

— Eu também senti. — Choramingo, fazendo beicinho e lhe fazendo sorrir, recebo outro beijo, desta vez mais demorado que o outro. — Não vejo a hora de sair daqui. — Digo, após nos separarmos.

— Acredite, também não vemos a hora. — Concordou, beijando a ponta do meu nariz e se afastando em seguida. — Gostou das flores?

Franzi o cenho e o olhei um pouco confusa, levanto alguns segundos para que a minha ficha caísse, percebido que ele quem havia enviado as flores.

— Então, era você o anônimo das flores? — Pergunto e ele nega. — Mas...

— Seu pai as mandou, na verdade, ele pediu para que Floribella mandasse entregar aqui. — Respondeu, e olhou para as mesmas. — São bem bonitas, meu sogro tem bom gosto.

— Deixa ele te escutar falando isso, vai te dar de presente um vinho mais velho que ele da edícula. — Brinco e ele da risada.

❍ ❍ ❍

EMILIANO RIGONI

Após muita briga, Lírio me forçou a ir em casa dormir um pouco e descansar, já que passava os meus dias e horas dentro do hospital junto a ela, acompanhando sua recuperação e estado lá caso algo acontecesse.

Já estava pronto pra dormir, mesmo sabendo que  não duraria muito já que meu corpo havia se viciado no corpo da minha namorada, e dormir ame ela na cama era como se um buraco tivesse se instalado no local — e foi exatamente isso que aconteceu —, então eu basicamente, só cochilava.

A campainha tocou e bufei um pouco frustrado, então levantei-me e forcei meus pés a andarem até a porta e quando a abri, vi uma Cris é uma Carla com cara de bravas, braços cruzados e pareciam que iriam me matar a qualquer segundo.

— Eu vou matar você. — Cris se pronunciou, antes mesmo que eu as cumprimentassem.

— Oi Cris, boa tarde pra você também e, sim eu estou bem, estava indo dormir a alguns segundos atrás. — Ironizo, e ela bufou rolando os olhos.

— Sem gracinhas, Ariel. — Carla disse, entrando na casa quase que me atropelando.

— Sabe que eu detesto esse sobrenome. — Resmungo, fechado a porta e as seguindo até a sala. — Sim, vocês podem entrar e, sejam bem-vindas.

— Não começa com suas gracinhas. — Minha empresária disse. — Senta, que lá vem B.O.

Franzi um pouco o cenho e encarei a melhor amiga da minha namorada, que levantou as que sobrancelhas e olhou para o sofá, me indicando para sentar. Assim eu fiz, me acomodando na superfície macia, que era o único lugar que Luciano e Daniel não havia derramado iogurte.

— Quando foi a última vez que viu a Dhía? — Carla questionou, e engoli em seco. — Depois do divórcio, quando foi a última vez?

Tentei formular uma resposta plausível, mas tudo que saiu foi múrmuros sem nexo e sem sentido.

— Rigoni? — Cris insiste.

Lembrava perfeitamente de quando a havia visto, foram dois meses depois da morte dos meus pais, a menos de nove meses atrás e, foi a única vez. Passamos a noite juntos e foi apenas isso, jamais vi Dhía de novo.

Respondi isso a elas, que se entre olharam como se aquilo fizesse sentido de algo.

— Porque, o que aconteceu? — Pergunto preocupado, olhando para as duas que ainda se olhavam.

— Emi, ao que parece, Dhía está esperando um filho seu. — Carla começou a contar de forma, cuidadosa e calmamente. — O rapaz que ela casou, divorciou meses antes da morte dos seus pais e não tem possibilidade do filho ser dele.

— Espera aí Carla, está dizendo que eu posso ser o pai dessa criança?

— Não, ela está dizendo que você é o pai dessa criança. — Cris responde, com o olhar preocupado e movendo o pingente, do colar que usava. — E isso, pode acabar com a Lírio, por isso estou aqui, para fazer que isso não venha afetá-la e nem afetar vocês.

Foi como um balde de água fria. Já me imaginei várias vezes sendo pai, mas sendo pai de um filho da minha namorada, que futuramente viraria noiva e esposa, mas agora, tudo isso corria perigo. Meu relacionamento tinham dois caminhos possíveis a ser seguido:

O primeiro, era que isso poderia nos fortalecer como casal e enraizar-nos como família, sendo uma preparatória para um filho nosso. Ou o segundo, que poderia acabar com meu relacionamento e com tudo o que construímos e estamos construindo, até aqui.  Preferia ficar com a primeira opção.

— Preciso beber um pouco de água. — Cris disse, saindo um pouco apressada para a cozinha.

— Não podemos contar agora. — Digo baixo, descendo o olhar as minhas mãos, que se encontravam suadas e trêmulas de nervosismo. — Espere que eu conte.

— Claro, você tem um tempo até o bebê nascer. — Carla me confortou, e sorri ainda de cabeça baixa. — Nós pedimos um teste de DNA, para fazer o quanto antes.

— Tudo bem. — Tombo meu corpo para trás, quase que deitando no sofá e olhando para o teto. — É um menino?

— É sim. — Respondeu. — Dhía, afirmou que se der positivo o teste, o filho ficará com você. Ela não vai insistir em querer participar da vida da criança.

— É de se esperar vindo de alguém que larga o marido, pra casar com outro. — Falo, tortamente irritado somente de lembrar. — E pensar que contei a Lírio, que ela havia sido somente minha noiva. — Murmuro baixo.

— VOCÊ O QUE? — Cris quase grita, bem irritada.

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e essa agora hein?

𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 & 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 ━━ Emiliano Rigoni Onde histórias criam vida. Descubra agora