Capítulo 1;

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Lan Huan encontrava-se sentado em sua escrivaninha, olhando para a folha de papel em branco. Todos que o conheciam sabiam de sua paixão grandiosa por poemas. Apesar, de nunca ter vivido nenhum dos sentimentos retratados enquanto escrevia, quando estava inspirado conseguia fazer poemas realmente melancólicos de se ler.

Sua paixão por poemas foi sempre algo que o mantinha vivo de uma maneira incomum, como poderia alguém escrever sobre sentimentos e emoções que apenas lia sobre?! Isso nem ele mesmo conseguia responder. Era algo que foi acontecendo de forma imediata e totalmente inesperada, e para ele aquilo não tinha nenhuma importância, contanto que estivesse se sentindo bem com o que fazia, o resto se tornava insignificante.

O silêncio que se instalava no quarto era reconfortante de certa forma, pelo menos, era o que Huan pensava. E como se alguém ouvisse seus pensamentos, logo pôde-se ouvir batidas do outro lado da porta. O barulho da mão fechada em punho se chocando na madeira escassa, ecoava por todo o cumprimento do compartimento.

— Entre, por favor, está aberta. — Huan fala com seu tom de voz firme, enquanto levantava de sua cadeira tingida de couro no tom de marrom bordô, e ajeitando suas roupas da maneira correta que se encontravam um pouco desarrumadas por estar em sua zona completa de conforto.

Ao direcionar seu olhar a porta agora sendo fechada por uma figura que conhecia muito bem, Huan pôde relaxar um pouco mais. Era seu irmão, Lan Wangji, que agora após fechar a porta atrás de si o olhava como se quisesse lhe cobrar alguma explicação.

— Nem me venha dar sermões, eu não estava com você e com nosso tio naquela reunião idiota porque não me sentia devidamente bem. Na próxima, prometo que irei e você não precisará escutar todas aquelas idiotices sobre o mundo mystic¹. — Huan fala antes que o irmão lhe vinhesse com interrogatórios sobre o motivo de não ter ido à reunião do conselho de Lìliàng².

— Hum! Não vim aqui para lhe dar sermões. Muito, pelo contrário, dei-me a liberdade de vir até aqui para saber como estava. Não o vi hoje, julguei que tivesse se machucado enquanto matava algum demônio ontem naquele ataque. Mas, fico feliz que esteja bem... — Wangji fala simples, realmente havia se preocupado com o irmão que não saíra do quarto para nada depois que chegou, na noite anterior.

— Ah sim! Desculpe se fui um pouco rude demais. Pensei que nosso tio o tivesse enviado aqui para me dar sermões ou algo assim, coisa típica dele. Mas, não se preocupe, Wangji, eu estou bem, nem eu e nem muito menos, nenhum dos que estavam no ataque se feriram. — Huan fala dando um sorriso mínimo para o irmão que ainda o olhava de forma atenta.

— Não se preocupe, sei bem como nosso tio é, e também sei do quão exigente ele é em relação a você, seus treinamentos tem se intensificado a cada dia, ele parece não entender que você também possui uma vida pessoal, fora a que envolve treinamentos e perfeição na luta. — Wangji fala demonstrando raiva e indignação em sua voz, ele reconhecia que o tio, pegava muito pesado com seu irmão, e em pensar naquilo, seu sangue fervia por entre as veias, não aguentava seu irmão sendo pressionado demais sem ter tempo para si próprio.

— Ele espera que por sermos metade angelical, podemos alcançar a perfeição. Mas, sabe, às vezes... A perfeição está longe do nosso alcance. E é isso que ele precisa entender, e eu sei que nem mesmo se quisesse ele entenderia, então, só sigo suas regras na risca, para não cometer nenhum erro. Mesmo que isso me custe passar horas nos treinos para me aperfeiçoar cada vez mais. — Huan senta-se na cama, olhando para o nada enquanto sentia o olhar de seu irmão sobre si.

— Sim. Espero que um dia a consciência suba a cabeça dele, e possa repensar sobre seus atos irracionais direcionado a todos nós. Estava tentando escrever um de seus poemas? — Wangji fala ao chegar perto da escrivaninha e ver papéis com vários rascunhos em forma de poemas.

Presos em um conto de fadas [ jc + lx ]Onde histórias criam vida. Descubra agora