Seleção das casas

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POV: Jully

Depois de vários minutos chegamos na outra margem e começamos a subir a pequena colina; vendo dali o castelo era ainda maior, mas ao mesmo tempo em que o tamanho daquilo me assustava eu queria explorar cada pedacinho dele. Finalmente chegamos a entrada do castelo, as grandes portas de madeira já estavam abertas então entramos. A construção era ainda mais bela por dentro, com janelas enormes, quadros e uma grande escadaria, do topo dela vinha o som abafado de muitas pessoas conversando, possivelmente era onde estavam todos os alunos que não tinham vindo nos barcos, que pelo que eu entendi eram reservados para os novatos.

- Novatos - uma voz disse fazendo todos olharem em sua direção. No alto dos degraus tinha uma mulher de meia idade nos observando - Bem-vindos a Hogwarts. Eu sou a professora Minerva McGonagall e estou aqui para guiá-los até o local onde serão selecionados para suas casas. Como este ano temos idades variadas entre vocês começaremos pelos mais velhos, então chamarei vocês de acordo com a idade. Alunos de 17 anos já podem vir

Assim que ela terminou de falar, a porta atrás dela se abriu e os alunos mais velhos começaram a subir as escadas. De onde estava não consegui ver nada do que tinha atrás da porta, mas pela gritaria lá dentro chutaria que era uma grande festa. Assim que todos os alunos de 17 anos terminaram de passar as portas se fecharam de novo, depois de algum tempo elas se abriram de novo e a professora chamou os alunos de 16 anos.

Quando as portas fecharam novamente que eu me dei conta de que a próxima vez que elas abrissem seria minha vez de entrar e eu definitivamente não estava pronta pra isso. Tinha lido um pouco sobre as tais "casas" e tinha certeza que ficaria na lufa-lufa. Apesar de ser criativa não era inteligente o suficiente para a corvinal, não tinha a ambição da sonserina e muito menos a coragem da grifinória. Alguns minutos depois a professora voltou e chamou os alunos de 15 anos, pensei seriamente em me esconder atrás de alguma daquelas estátuas e só aparecer quando todos tivessem ido embora, mas não podia fazer isso, então entrei no salão junto com os outros.

Assim que entrei no salão meus pensamentos sumiram, eu não fazia ideia de pra onde olhar primeiro. Já tinham ido a outros banquetes e jantares chiques, mas aquilo era muito melhor. Tinham 4 mesas enormes, cada uma decorada com as cores das casas que representava. Iluminando o salão tinham centenas de velas flutuando próximas ao teto que com certeza era mágico, pois exibia a imagem de uma bela noite estrelada. No fim do salão tinha uma outra mesa um pouco mais elevada que as dos alunos onde ficavam os professores, à frente da mesa havia um banco de três pernas com um chapéu apoiado.

- Venham à frente quando eu chamar seus nomes - McGonagall falou para nós e voltou sua atenção para um pergaminho que provavelmente era a lista de nomes - Mikael Cásper Barone

Do meio do grupo saiu o menino que tinha esbarrado em mim na estação, o coitado parecia assustado mas conseguiu chegar até o banco, a professora colocou o chapéu em sua cabeça e alguns minutos depois o chapéu gritou Sonserina. Eu nunca tinha visto um chapéu falar, mas acho que não dava pra ser diferente numa escola de magia. A única coisa que me intrigou foi como o chapéu saberia em qual casa nos colocar, pensava que faríamos algum teste de personalidade para sabermos nossa casa, como os que faziam com os novos funcionários na empresa dos meus pais. Mas aquilo não era nem um pouco parecido com as pilhas de folhas que ficavam no escritório deles.

- Jully Morrigan - me assustei ao ouvir meu nome e andei até a frente olhando ao redor.

Estava tão distraída que não tinha visto que os alunos que haviam entrado comigo já tinham sido selecionados e apenas eu e uma outra menina ainda esperávamos. Com cuidado pra não cair sentei no banco de 3 pernas e a professora colocou o chapéu em mim.

- Morrigan hã? - ouvi uma voz dentro da minha cabeça - Faz tempo que não vejo um de vocês. Pensei que a magia tinha deixado seu sangue

Fiquei em silêncio absorvendo o fato de que o chapéu conhecia minha família. Nunca soube que alguém dos Morrigan tinha sido bruxo, mas isso explicava porque meus pais não tinham ficado surpresos quando contei de hogwarts para eles. Bem, isso e o fato de que eles não estavam prestando atenção em mim.

- Vejamos. Hum... interessante. - o chapéu sussurrou na minha cabeça. Aquilo já estava me deixando nervosa - muito interessante. A mente diz lufa-lufa mas o coração grita grifinória. Qual eu devo escolher?
- Lufa-lufa - sussurrei sem nem pensar. Grifinória era uma casa de grandes bruxos corajosos, por mais que eu a admirasse não era meu lugar
- Era uma pergunta retórica menina - ele respondeu parecendo zangado e continuou - você não faz ideia de quem é não é mesmo? Da sua coragem? - Nisso eu realmente comecei a achar que aquele chapéu era louco. Eu? Corajosa? Mas não falei nada pra não Acabar sendo repreendida de novo - que seja então. GRIFINÓRIA

Ele gritou a última palavra para todo o salão ouvir e logo todos da mesa da grifinória estavam aplaudindo. A professora retirou o chapéu da minha cabeça e eu caminhei até a mesa o mais rápido que consegui tentando sair logo do centro das atenções, sentei no primeiro lugar que achei vago e me encolhi o máximo que deu. Lembro vagamente de ter ouvido uma menina chamada Billie sendo selecionada para a corvinal e depois dela várias outras pessoas, mas eu não estava ali, tinha parado na frase do chapéu. "Você não faz ideia de quem é não é mesmo?" Eu queria sentir raiva dele por ter falado isso, mas não conseguia, alguma coisa no fundo da minha mente dizia que ele estava certo.

Os novos alunos de hogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora