Todo carnaval tem seu fim em cinzas.
Os garis varriam a paixão deles, que se desfez em confetes em cada lugar que haviam se beijado, dentro dos dois sobrava a felicidade de ter vivido aquilo que vários poetas citam em livros, um amor de carnaval. Mas assim como o carnaval passou, o amor também, na quarta feira de cinzas o sentimento já tinha se desfeito, ou melhor, se transformado em memórias e saudade. Se fossem religiosos, colocariam um ao outro como pecado, principalmente pela selvageria que haviam feito no quarto da casa de praia, sorte que não eram, ou cumpriram penitência pelo resto da quaresma.
Meredith era uma mulher inteligente, daquelas pra quem se pode dizer as coisas, Andrew sentia falta da liberdade que teve pra conversar com ela. Durante as noites na Augusta, não achara ninguém parecido, nenhuma mulher conseguiu ser tão interessante ou cativante como aquela que o afogou naqueles olhos azuis desde o primeiro segundo. Piegas, ele sabia que era muito piegas, mas todas as outras eram sem graça, chatas, ele só queria ela.
E o Andrew, era divertido, não se levava a sério, também não era frágil, tinha um lado poético, artístico, era do tipo que liga no dia seguinte, mas, bem, pra ela ele não ligou, e como ela queria que o celular vibrasse. Procurou o perfil dele no Instagram, stalkeou todos os destaques, as marcações, as curtidas, os comentários, parece loucura? É loucura, mas ela, por algum motivo inexplicável, queria tê-lo por perto.
Seguir. Seguindo.
Andrew te seguiu de volta.
Quase um mês depois, durante uma bebedeira, Meredith digitou um "oi" na dm do Instagram e enviou, e resposta chegou, a conversa fluiu e eram eles de novo, sendo eles, trocando mensagens estranhamente íntimas, coisas deles, piadas deles, também se marcavam em coisas engraçadas no twitter, eram como melhores amigos, e as vezes a palavra "Saudades" deixava uma tensão no clima. Eles tinham uma playlist compartilhada no spotify, dividiam a Netflix só pra poder espionar o que assistiam, as vezes, quando sobrava tempo, assistiam juntos no Rave e até jogavam sinuca virtual. Ridículos.
- Eu não sou muito bom em falar por telefone. - Foi a primeira coisa que ele disse quando ela atendeu naquela sexta-feira a noite.
- Nem eu... - O silêncio durou alguns segundos e ela ouviu alguém bater na porta. - Espera aí, a Amelia tá na porta.
Deslizando a meia sob o chão, ela chegou na porta, virou a chave e, pra sua surpresa, não era a Amy. Ele estava lá com o telefone no ouvido, sorrindo.
- Eu vou desligar, beijos. - Ele falou no microfone do celular e guardou o mesmo no bolso.
- Ei, tá faze...
Ela nem pode completar a frase, os lábios dele já estavam nos dela, fazendo o que faziam de melhor, e ela nem pode dizer "Olá" ou oferecer um copo de água, suas costas já estavam encostadas na parede fria, ouviu o barulho alto da porta bater quando ele a empurrou com o pé, sem se desfazer daquele beijo totalmente erótico. Quando faltou ar nos pulmões, ele desceu os beijos pelo pescoço dela, puxando seu cabelo para trás, buscando mais acesso para que sua pudesse língua passear.
Quando tirou a própria blusa, mostrando seu busto desnudo, ela se sentiu um pouco vulgar, um homem chega a sua casa já a beijando, se perguntou que tipo de mulher era, mas só até sentir a língua dele em seus seios, descendo lentamente até onde ele realmente queria chegar, ele queria respeitar os limites da moral, mas não conseguia se afastar do corpo dela. Era como se ambos tivessem passado meses perdidos num deserto sob um calor infernal, e finalmente tivessem encontrado água e bebiam, mas ainda queriam mais.
As mãos dela passavam pelos ombros dele, arranhando com força, por não suportar mais a demora, ele já não tinha pressa alguma, descia a boca pelo corpo dela incendiando cada centímetro, quando ouviu a súplica da carioca, ele finalmente abaixou delicadamente o shorts dela, junto com a calcinha pink que ela vestia, ela jurou ouvir um riso abafado antes de sentir a língua dele invadir seu espaço mais íntimo. Ela podia jurar que o Andrew guardava o céu na ponta da língua, porque a cada movimento ela se sentia nas nuvens.
Depois do primeiro orgasmo, Meredith decidiu que era sua vez de proporcionar prazer a ele, o empurrou no sofá, prendeu o cabelo num rabo de cavalo o olhando fixamente, ele sentia seu membro latejar apenas pelo jeito que ela passava a língua nos lábios. Depois de ajudá-lo a tirar todas as peças de roupa, ela pegou uma camisinha na gaveta, ele odiaria saber porque ela as guardava na sala, mas quando ela deslizou o preservativo nele, com a boca, sua mente já não pensava em mais nada. A carioca montou em cima dele, jogando a cabeça pra trás segurando no peitoral dele, eles assumiram um ritmo delicioso, subindo e descendo rápido e com força.
Eles se deitaram, suados e cansados, ela em cima dele escrevendo o nome dela no seu ombro, e ele acariciando suas costas. As respirações ainda estavam se normalizando, eles eram tão compatíveis.
- Podia ser sempre assim, né? - Ele sussurrou.
- A gente não ia aguentar tanta felicidade, e morreriamos jovens. - Ela respondeu no mesmo tom.
- "A alegria evita mil males e prolonga a vida." - Ele recitou com uma voz engraçada e ela riu.
- Por que veio?
- Carina precisava fazer umas coisas aqui, e eu queria te ver... Vou passar o fim de semana.
- Uau, um final de semana com você era tudo que eu precisava. - Ela levantou a cabeça e encheu o rosto dele de beijinhos.
Aquele momento, era muito mais íntimo do que o sexo que haviam feito, se embaraçaram no abraço, fecharam os olhos e ele ouvia atentamente ela cantarolar baixinho "As coisas tão mais lindas".
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Clareiamô
FanfictionEssa é uma fanfic curtinha baseada no EP Musical: Anavitória Canta para Foliões de Bloco, Foliões de Avenida e Não Foliões Também.