Pela janela do quarto vi quando Gabrielle saía da casa em Miami Beach. Acompanhei-a até que ela saiu do meu campo de visão. Olhei pra cama. Aquela cama que foi nossa naqueles dias todos. Sentei na poltrona do quarto e fiquei lembrando de nós. Eu enterrado nela. Então senti algo debaixo de mim e, erguendo-me, descobri que estava sentado sobre o velho moletom de faculdade de Gabrielle. Ela deve tê-lo esquecido. A imagem dela veio com tudo. Ela vestia aquele moletom no dia em que nos conhecemos.
Um leve bater na porta fez meu coração agitar-se dentro do peito. Seria ela? Gabrielle voltara?
- Entre. - digo, apreensivo.
Para minha decepção é Ian, meu assistente pessoal. Esquecera completamenre que no dia anterior mandei-o vir a Miami para me auxiliar, pois decidira estender minha estadia ali.
- Boa noite, senhor.
- Boa noite, Ian.
- Desculpe, senhor Jordan, só consegui voo hoje a tarde.
- Não tem problema. Mudança de planos: vou retornar à Nova York, providencie meu jatinho.
- Ainda hoje, senhor?
- Sim.
- Sim, senhor. Providenciarei agora mesmo. - assinto e ele se dirige à porta.
- Ian? - o chamo e ele volta.
- Pois não, senhor? - pergunta, solícito.
- Quero que devolva isso à Gabrielle Durand. - estendo o moletom.
Ele pega.
- Amanhã. Em mãos, por favor.
- Sim, senhor.
E sai.
Eu não quero pensar nela. Foi apenas um idílio passageiro.
Cheguei em Nova York na manhã do dia seguinte já direto para empresa. Trabalhar me faria bem. Faria com que eu voltasse à minha rotina e não tivesse tempo pra pensar. Nela. Recebi o telefonema da minha mãe daquela vez decidi não ignorar.
- Olá, mãe. -atendo.
- Meu Deus, meu querido filho lembrou que tem mãe.
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- Não seja tão dramática, senhora Janet.
- Dramática? Há mais de uma semana eu ligo pra você, Aaron Jordan. - reviro os olhos. - Ao invés de falar com meu filho, você me vem com aquele seu assistente. Eu já disse a você que não gosto dele. Ou então eu falava com esse seu sócio. Tem alguma coisa errada com esse rapaz. Também não simpatizo com ele.
