Fourteen

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Julie Molina

Chegamos na escola e seguimos para dentro como nos outros dias. Flynn ainda não tinha chego o que era de se esperar já que a casa da avó dela fica um pouco longe da escola.
Então fomos cada um para o seu armário,o de Flynn ficava ao lado do meu e um pouco mais para frente o de Alex que seguiu a mesma direção que a minha, diferente dos outros três que se espalharam pelos corredores.

- Fiquei muito feliz de te ouvir de novo.- Alex fala de repente enquanto íamos para os nossos armários.

- Eu também estou muito feliz.- digo animada. Percebi algumas pessoas me olhando, principalmente quem está na minha turma.

- Dá para ver nos seus olhos como você está radiante.

- Estou mesmo.- rimos de leve e assim nos separamos quando eu cheguei no meu armário.

Peguei os livros da primeira aula que seria de física e o meu fichário da mesma matéria. Fiquei fuçando minhas coisas até que Flynn chegou.

- Eai fracassada!- ela chega com uma animação maior que a dos outros dias. Será que ela encontrou um dos meninos e eles abriram a boca?! Sorri em resposta para ela.- Você está com um brilho diferente hoje.- ela diz observando meu rosto.

Mas antes que eu pudesse esboçar qualquer menção de falar, ela,a pedra rosa no meu sapato apareceu.

- Olha se não é a dupla dinâmica da Los Feliz.- Carrie diz chegando enquanto é seguida por seu grupinho colorido.- Ah Julie,você deve estar bem triste esses dias né, afinal,vai fazer um ano que sua mãezinha morreu. É realmente uma pena né,se bem que se eu fosse sua mãe eu também morreria, menina insuportável. Eu tenho pena do seu pai e dos seus irmãos que têm que ficar aguentando esse seu draminha de não querer falar. Sério,até quando você vai continuar com esse teatrinho fajuto hein?! Se isso é para fazer as pessoas terem pena de você saiba que está falhando miseravelmente. Então se eu fosse você, parava de passar essa vergonha e mostrava quem você é de verdade,a Julie que é tão irritante que nem a própria mãe quis lutar para viver mais tempo com você. Todos que você ama vão embora e você vai ficar sozinha, anote isso.

A essa hora,todas as pessoas que estavam ali ou passando,pararam para escutar. Eu estava com lágrimas nos olhos mas não iria dar esse gostinho da Carrie me ver chorando. Não de novo. Ela já pisou muito em mim se aproveitando do fato de eu não falar mas agora isso mudou.

O tempo que ela levou para se virar e dar um passo,foi o suficiente para eu me recompor e firmar a voz.

- E a sua mãe Carrie?! Cadê ela?- no mesmo instante ela parou e se virou para mim. Seus olhos tinham uma mistura de raiva com surpresa. Do canto do olho percebi Flynn arregalar os olhos.- Ah é verdade, ela te abandonou e não foi por falta de opção.- não me perguntem como,mas eu usei um tom de deboche tão alto que até eu estava surpresa,mas não iria parar de jeito nenhum.- Minha mãe não quis continuar o tratamento porque não aguentava mais viver drogada pelos remédios e não saber nem quem ela era por muitas vezes. Minha mãe sempre fez de tudo para estar comigo e com minha família e ser a melhor mãe para os meus irmãos e eu. E mais,ela sempre fez de tudo para você não ficar sem o carinho materno que sua mãe não foi capaz de te dar. Se a sua mãe te abandonou porque não tinha peito para arcar com a responsabilidade de te criar,não venha inventar mentiras da minha mãe que além de criar os próprios filhos,ajudou seu pai a te criar. Se você tem algo contra mim,beleza,mas não manche a memória da minha mãe com a sua ingratidão. Deixa de ser cretina, Wilson.

E tão rápido quanto o flash,senti meu rosto arder. Era de se esperar um tapa.

Só que eu não iria deixar barato,fui lá e dei um soco no rosto dela. Mas antes que eu pudesse raciocinar,senti um chute na minha barriga. Enquanto recuperava o fôlego,vi Carrie se afastando com seu grupinho. Mesmo com dor fui até ela e puxei seu cabelo com força fazendo ela inclinar bruscamente para trás.

- Espero que essa seja a última vez que eu escuto o nome da minha mãe saindo da sua boca,caso contrário eu não vou responder pelos meus atos.- disse em seu ouvido e soltei ela,voltando até Flynn que fez todos irem embora rapidamente.

- Vamos até a salinha do zelador e lá a gente conversa sobre isso.- Flynn disse atônita com a situação.

Fomos até a salinha do zelador em silêncio e lá começamos a conversar.

Nos Acordes do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora