ao meu coração

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você tem que parar de se esquecer que também é importante

apesar das cicatrizes

e das feridas abertas que te deixam um tanto feio

e sensível demais.

você precisa aprender a cuidar de si antes de querer cuidar de outro coração

porque mesmo que não goste de ferir,

você sabe que é generoso demais

(a ponto de aceitar o inaceitável)

e que sempre sai ferido quando destranca as portas.

mas vale lembrar que você é sensível

ferível

incompreensível.

não vim te lembrar das suas fraquezas, vim te lembrar que você não é forte apesar delas,

e sim, graças a elas.

não negue que elas existem, e quase todos os dias tomam café e banho com você 

(juntamente com os monstros, mas aí já é outro livro).

não abra as portas quando não estiver pronto para receber visitas

você sabe que, sempre que espera que elas se mudem e morem, elas se vão

quando você mesmo não as expulsa

para depois sofrer

ou agradecer

(coragem)


você continua batendo 

apesar de tudo

bombeando sangue

mesmo sem motivação

se contraindo, movimentando cada artéria

mesmo que na maioria das vezes você se sinta só um pedaço de carne. 


mesmo fraquinho você pulsa vida,

e é forte por isso também.


me prometa que vai continuar tentando mesmo que eu te bata e peça para parar,

mesmo quando digo te odiar por você ser tão bom e me prejudicar.

mesmo que, às vezes, eu deseje que você não exista, 

ainda preciso de você.

no dia que você se for, eu também morrerei.

então continue vivendo,      

[te imploro!]

mesmo que machucado.


e me perdoe por ser quem mais te machuca.


Taíssa Bragança


Finais infelizes - Histórias que ainda não são de superaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora