E lá estavam os quatro, avistando o grande galpão da rua Toshio. Eles puderam ver os carros estacionados na parte dos fundos do galpão, então era lá mesmo. Se aproximaram silenciosamente do local, olhando por uma pequena janela. A visão que tinham era de alguns homens reunidos em um local cheio de caixotes. E um desses homens, obviamente, era o pai de seu namorado, Inasa. Shoto cerrou os punhos enquanto encarava aquele homem com ódio.
— Tudo pronto? — O sogro do jovem se sentou à mesa com os outros.
— Tudo pronto, senhor Yorashi. O armamento que pedimos já chegou. — Um dos homens falou, colocando um dos caixotes na mesa. — O restante é o armamento comum. Mas este daqui nós recebemos diretamente dele. E o recado dele foi bem claro. — Ele pegou o bilhete que havia junto do caixote em questão. — "Matem de vez todas as bruxas. E não falhem dessa vez!" — Ele leu.
— Sinceramente... — Yorashi resmungou com essa ameaça. — Se esses merdas não estivessem nos pagando eu mesmo os mataria também.
Ele abriu o caixote, tirando de dentro dele alguns frascos com algo preto dentro deles. Os quatro olharam para aquilo da janela com curiosidade, e até mesmo medo nos olhos. Yorashi franziu o cenho, olhando novamente para o outro homem.
— Só isso? — Ele perguntou com desdém.
— Foi o que deu. Ele disse que o mestre deles ainda não tem força o suficiente pra fazer mais dessas maldições engarrafadas. — Os quatro se entreolharam assustados ao ouvi-lo dizer isso, se perguntando o que diabos era maldição engarrafada.
— Não sei nem porque ainda temos eles se esse tal mestre está com o pé na cova. — Todos naquela mesa começaram a rir. — Depois que matarmos as bruxas, vamos atrás desses inúteis também. Afinal, são todos farinha do mesmo saco.
O sangue de Shoto fervia ao ouvir tudo aquilo. Então era isso que seu sogro fazia quando saía a noite e não voltava até o amanhecer. Ele planejava matar inocentes pois o contratavam para isso. O jovem encarava aquele homem com sangue nos olhos, nem sequer imaginando o que seria capaz de fazer com ele.
Shoto o encarava com tanta raiva que mal pôde controlar seu poder. As pernas da cadeira na qual Yorashi estava sentado começaram a pegar fogo. O homem se assustou, saltando da cadeira antes que pudesse se queimar. Shinso, Mina e Tsuyu olharam para Shoto, pois já sabiam que ele fez isso. Estavam preocupados pois não queriam se envolver antes que os outros chegassem.
— O senhor está bem? — Um dos homens perguntou.
— Estão aqui. Aquelas bruxas fizeram isso. — Ele falou, pegando uma das armas do caixote. — Apareçam! Eu já sei que estão aí. — Ele gritou, os desafiando.
Eles haviam sido descobertos, e agora já não havia mais volta. À essa altura, Shoto já não estava mais assustado ou confuso. Pelo contrário, ele sabia exatamente o que iria fazer. Ele iria deter os planos do seu sogro, custe o que custar. Ele então se deixou agir pelo impulso e saltou pela janela, entrando de vez no galpão e tendo a atenção toda para si. Yorashi o encarou, surpreso. O namorado de seu filho seria a última pessoa que ele imaginaria ali.
Shoto nem ao menos esperou que ele dissesse algo. Usou sua telecinese para jogar a arma que ele segurava para longe. Mas antes que Shoto fizesse mais algum ataque, um dos homens pegou uma das maldições engarrafadas e a abriu, apontando a garrafa para Shoto. Aquela fumaça preta foi na direção do bicolor, o fazendo tossir. Sentia sua respiração pesada e seu nariz começou a sangrar.
Para ajudar seu amigo, Mina segurou em seu próprio braço, o virando para quebrar o osso. Porém, essa lesão não lhe fez mal algum, e sim para o homem que segurava a garrafa com a maldição. Ele urrou de dor ao ver seu braço sendo quebrado do nada, e largou a garrafa no chão, que se quebrou. A fumaça se dissipou no ar, porém acabou afetando alguns dos homens que estavam por perto.
— Shoto, você tá bem? — Mina foi até seu amigo, o ajudando a se levantar.
— Acho que se eu tivesse respirado mais daquela fumaça, eu teria morrido. — Ele disse, limpando o sangue em seu nariz.
— ATIREM NELES, AGORA! — Yorashi berrou aos homens, que logo pegaram nas armas.
Eles miraram direto em Shoto, que ainda estava um pouco atordoado por causa do efeito da maldição. Shinso acabou entrando na frente dele, levando algumas balas em seu braço. Ele entrou na mente de um dos homens, o fazendo atirar nos outros. Tsuyu jogou algumas sementes que tinha em seu bolso no chão, fazendo algumas raízes crescerem, formando uma barreira para se protegerem.
— Vão! Eu seguro eles. — Tsuyu falou aos outros três.
— Para de falar besteira. A gente não vai te deixar aqui. — Shoto falou, tossindo logo depois.
— Olha só o seu estado, você não pode ficar aqui. Além do mais, a gente tá em desvantagem, e essas raízes não aguentam por mais tempo.
— Eu não vou a lugar algum! — Shoto continuou insistindo.
De repente, ouviram um estrondo dentro do galpão. Um buraco em uma das paredes foi aberto por um dos lobisomens. Os quatro ouviram mais barulhos de tiro, rosnados, e gritos. Shoto saiu de trás das raízes, vendo todos aqueles lobos enormes, e junto deles estavam Nejire, Mirio e Tamaki.
— Não era pra vocês os atacarem sozinhos! — Mirio disse aos quatro.
— MIRIO, CUIDADO! — Shoto gritou ao loiro.
Mirio olhou para trás, vendo Yorashi atirar uma garrafa em sua direção. A garrafa caiu no chão, quebrando e liberando a fumaça preta que havia dentro. A mesma coisa que aconteceu com Shoto, agora acontecia com Mirio. Ele então tampou seu nariz com sua camisa, se afastando da fumaça. Ajoelhado no chão, ele tossia, tentando respirar.
Antes que Yorashi pudesse fazer qualquer coisa a Mirio, que estava indefeso no chão, Shoto agiu. Com sua telecinese, ele fez com que seu sogro caísse de joelhos no chão, o enforcando apenas com a força da mente. Estava tão concentrado que mal notou o que acontecia ao seu redor. Seus amigos ajudando Mirio, os lobisomens lutando contra os atiradores, nada disso o chamava a atenção. Apenas o olhar assustado de Yorashi na sua frente é que importava.
Por um momento pôde ouvir as vozes de seus amigos lhe chamando. Ao que parecia, já haviam terminado com o resto dos homens, então não perderia mais tempo ali. Shoto o ergueu no ar, o arremessando contra a parede, vendo-o cair no chão logo depois. O bicolor se virou, e o que ele viu bem na entrada do galpão o fez voltar para a realidade.
Bem na porta do galpão, estava Inasa, olhando para ele com uma expressão de medo e tristeza. Shoto o encarava de volta, apreensivo. Não tinha como explicar isso a ele. Shoto deu um passo para frente, vendo o namorado recuar. Inasa se virou, se afastando do galpão, correndo para bem longe.
— Shoto! — Shinso o chamou novamente. — Temos que sair daqui. Agora!
— Vem logo! — Tsuyu o puxou pelo braço, saindo pelo buraco feito na parede.
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Season of the Witch
FanficA vida da jovem Ochako muda completamente após a mesma descobrir que é uma bruxa. Passaria a viver uma nova vida, em outro lugar, com pessoas iguais a si. Porém, têm sido feitos misteriosos ataques com as da sua espécie. Para garantirem sua sobreviv...