Capítulo 35: Alguém tem que ceder.

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" Te amando eu pensei que não poderia ir mais alto
Sua chuva de novembro poderia incendiar a noite, incendiar a noite
Mas nós só poderíamos queimar por um tempo
Falsas emoções são apenas superficiais
Sei que você está mentindo quando está deitado ao meu lado, ao meu lado

Como chegamos tão longe?
Eu já deveria saber
Você já deveria saber
Nós já deveríamos saber

(...)

Nunca ouvi um silêncio tão alto
Eu ando pelo quarto e você não faz um som, não faz um som
Você é bom em fazer eu me sentir pequena
Se isso não me machuca, por que eu ainda choro?
Se isso não me matou, então eu estou meio viva, meio viva

(...)

Eu já deveria saber agora
Você já deveria saber agora
Acho que estou terminando agora mesmo, oh
Eu já deveria saber agora
Você já deveria saber agora
Acho que estou terminando agora mesmo

Alguém tem que ceder, alguém tem que parar
Mas tudo que eu faço é dar e tudo que você faz é tomar
Alguém tem que mudar (alguém tem que mudar)
Não, eu sei que não vai (eu sei que não vai)
Nenhuma razão para ficar é uma boa razão para ir
É uma boa razão para ir
Alguém tem que ceder."

- Something gotta give, Camila Cabello.

- Something gotta give, Camila Cabello

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Bruno

Senti meu corpo reestabelecer a circulação assim que entrei no lounge do hotel, com a rajada apaziguadora de ar quente. Uma montanha branca, gélida e imponente se formava através do vidro do hotel. Papai se dirigiu ao balcão da recepção, para pegar as chaves dos quartos.

Júlia tentava se entender com o empregado do hotel, que lutava para fazer todas as malas caberem no carrinho de transporte. Ela parecia bem lidando com a situação, apesar de estar morrendo de frio na porta do hotel. Olhei em volta procurando por Sara e meu coração desacelerou nas batidas quando percebi que ela não estava em minha volta.

Virei a cabeça para o lado duas vezes, antes de avista-la com a cara quase colada no vidro no hotel, olhando para a neve. Um sorriso de canto de boca surgiu no seu rosto assim que ela começou a ver os flocos caindo do lado de fora do carro. Aquilo tinha devolvido o seu brilho natural.

Ela vestia uma casaco azul e calça preta. Apesar de olhar totalmente admirada para a paisagem, ela se balançava tentando se manter aquecida. Depois de um tempo, ela se cansou da vista e voltou para perto de mim, mas não tão perto assim.

Eu estava tentando respeitar seu pedido. Sabia que não podia dar o que ela queria, então eu iria de, alguma maneira, aliviar o peso que eu tinha me tornado para ela. Sara tentava se distrair da minha presença olhando para fotos de desconhecidos numa rede social.

- Ah, muito obrigada.- Júlia agradeceu ao empregado e logo, me abraçou, tentando se aquecer.

Passei o braço pela suas costas. Olhei pra seu rosto avermelhado, cortado pelo frio. Seus lábios tremiam um pouco.

Os segredos e os perigos que guardam no coração da floresta.Onde histórias criam vida. Descubra agora