XIV - Darling, so it goes

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Forks, Washington

25 de dezembro de 2005


O telefone chamou.

Antes que completasse o primeiro toque, passei com meu polegar pelo botão vermelho no canto direito do celular, mas antes de apertar para desligar, a chamada foi atendida.

E então, silêncio.

— Alice?

Minha voz saiu muito mais como um sussurro esganado.

Mais um tempo de silêncio no outro lado da ligação, era um eco do vazio, senão o chiado que escapava da linha.

Eu sentia que meu estômago estava prestes a sair pela boca.. Minha vontade era de arremessar aquele celular embaixo da cama, e apenas voltar a pegá-lo para devolver para Jasper. Na verdade, minha vontade era arremessar o celular pela janela, se não fosse de Jasper.

Mas Alice estava tão perto.

— Alice, você está me ouvindo? — Insisti, minha voz um oitavo mais esganiçada.

Um longo suspiro do outro lado.

— Oi, Bella.

Alice!

A voz dela ainda era linda, e nem mesmo o ruído do telefone era capaz de destruir aquele som de sinos em sintonia. Mesmo assim, não me sentia completamente feliz em ouvi-la.

A voz de Alice era de uma falsa animação perceptível de qualquer lugar, levando em consideração que ela sempre soube mentir muito bem.

Ela estava frustrada. Estava decepcionada comigo. Eu havia a traído.

Fiquei em silêncio do meu lado da linha, e só quando Alice pigarreou, percebi que era eu quem havia ligado.

Eu devia ter o que falar.

— Alice, eu sinto tanto. — Comecei por aí.

Não era mentira.

— Está tudo bem, Bella. — Ela falou muito mais em um tom reconfortante do que no tom de quem realmente acredita nisso. — É assim que as coisas precisam acontecer, não é culpa sua. Você não pediu isso, nem Jasper, nem eu.

Ela não havia pedido aquilo.

Desabei no meu travesseiro, e só então percebi que meu rosto estava encharcado de lágrimas.

— Não Alice, eu nunca imaginei nada disso, posso te prometer.

— Eu confio em você, Bella, as coisas aconteceram de um jeito muito... inconsciente. — Alice fungou, como se estivesse tão indignada com o destino quanto eu. — Por que você me ligou? — Ela perguntou, e realmente parecia curiosa

— Ele me emprestou o celular. Achei que você teria visto, e por isso atendeu tão rápido. — Solucei.

Não precisava falar que Ele era Jasper. Ele era o único Ele possível para nós duas.

Longo silêncio na linha.

Chequei para ter certeza de que a ligação não havia caído, mas o nome de Alice continuava aparecendo na tela, o marcador mostrando o tempo da chamada.

— Isso eu vi. Só não entendi o que levou ele a fazer isso, não vi você pedindo... Mas vi você decidindo me ligar.

Mesmo sem ver Alice, sabia que ela estava franzindo a testa, buscando por algo que havia deixado passar.

Suspicious Love [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora