my first love

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— Tudo começou em 1957, onde eu tinha por volta dos meus 17 anos de idade. Eu nunca fui de família rica, então nós tínhamos que nos esforçar para conseguir recursos. A vida em Londres não era nada fácil. E por conta disso, tudo o que eu mais temia na minha vida era o casamento. A sociedade dizia que o mais certo para uma mulher, que ainda vinha de família de classe média era se casar com um homem de classe alta, para assim sua família melhorar de condições. Eu era filha única, então isso só piorou minha situação. Mas eles nunca visavam o que era melhor para a mulher. Pouco importava para eles se ela iria se casar com um homem ruim. Por isso eu sempre temi chegar aos meus 18 anos. Naquela época, nós mulheres infelizmente não tínhamos direito de basicamente nada. Sendo bem sincera, eu não tinha uma vida feliz. Mas um dia isso mudou, no dia 20 de março de 1957. Tinha chegado uma nova família em Londres, era uma família bem rica. Era composto por os pais e uma garota. Tinha a minha idade.

— Eu costumava sempre no meu tempo livre ir a biblioteca. Lá era o meu lugar de refúgio. E foi lá que conheci a filha daquela família. Nos conhecemos porque eu meio que trombei nela no meio do corredor de livros sobre fantasia. Se ela já era linda de longe, de perto ela simplesmente uma beldade. Quando eu a vi, pensei: "nossa, se eu fosse um garoto, certamente me apaixonaria por ela." Mas quem diria, eu não precisei ser um garoto para me apaixonar por ela — _______ disse, fazendo seus netos rirem com sua fala.

— Ela sempre foi educada e muito cuidadosa. O seu jeito gentil e agradável foi o que fez nos aproximarmos. Geralmente nos encontrávamos apenas na biblioteca ou nos campos. Conversámos sobre diversas coisas, seja de livros até sobre o que gostaríamos de fazer na nossa vida. Foi aí que nossa amizade floresceu. Mas depois de um tempo, esse sentimento mudou.

— Mudou para o quê, vovó? — perguntou Jackson, curioso.

— O sentimento de amizade, virou amor. No início eu não entendia o que estava sentindo. Pra mim era só um grande carinho que eu sentia por ela, mas depois de analisar e tirar algumas dúvidas discretas, descobri que era amor. Eu literalmente surtei. O indicado, que era mais na realidade uma obrigação, era a mulher se casar com um homem e cuidar da casa e dos filhos. Imagina uma mulher que não quer se casar com homem, e sim com uma mulher, e que ainda não é submissa? Acho que só faltariam jogá-la na fogueira. Esse foi um dos motivos pelo qual eu tentei reprimir meus sentimentos, além de que eu nem sabia se ela sentia o mesmo. Fui ficando mais afastada, mas ela percebeu.

— Até que um dia, ela me chamou para ir no campo que sempre íamos. Ela basicamente me jogou contra a parede, e isso foi uma chance de eu dizer o que sentia. Eu disse que sentia muito por isso e caso ela quisesse se afastar de mim por causa disso, que ela podia sem problemas. Mas sabem o que ela fez?

— Saiu correndo? — disse Khloé.

— Gritou? — disse Jackson.

— Te deu um tapa? — perguntou Isabelle.

— Não — a vó riu. — Ela segurou meu rosto e me beijou. Eu fiquei totalmente travada com isso. Seus lábios eram macios e doces, assim como aparentavam ser. Quando ela se afastou, disse-me assim: "Era a única maneira de fazer você calar essa boca. Sua idiota! Por que pensas que me afastaria de você por causa disso? Ainda mais quando eu sinto o mesmo?" Eu não conseguia acreditar que todas aquelas palavras eram reais, tanto é que pedi para ela me beliscar para eu saber se tudo aquilo era real.

— Essa é das minhas! — Khloé disse rindo.

— Você amaria conhecê-la, querida. A partir de então, começamos um romance secreto. Como a biblioteca não era mais seguro, nos encontrávamos apenas no campo. Aproveitávamos para ler, conversas, e é claro, nos beijar bastante — a mais velha piscou para os netos, que riram com sua fala. — Lembro que ela tinha comprado uma câmera de presente para mim, foi o melhor presente que eu já tinha recebido sem dúvida. E com a câmera, na primeira oportunidade eu tirei uma foto sua. Eu guardei a foto e a tenho até hoje. Aqui está — a mais velha foi até sua gaveta e de lá tirou uma caixa, a abrindo e pegando com o maior cuidado uma folha de papel. O papel de cor suave café era decorado pela foto da garota. Um pouco desgastada mas em uma boa qualidade. Boa o suficiente para seus netos ficarem maravilhados pela beleza da garota cujo qual roubou o coração de sua avó.

— Mas quando era dia 13 de novembro, ela parecia diferente. Seus pais tinham ido viajar e ela tinha ficado sozinha em casa, bem, além dos funcionários na casa. Com isso, ela tinha me chamado para sua casa. Eu a princípio fui totalmente contra a ideia, era arriscado demais, e se alguém vê-se? E mais um vez, ela conseguiu me fazer mudar de ideia. Seu quarto tinha uma janela, essa janela que dava de cara com uma árvore, então eu subi a árvore e entrei no seu quarto.

— Como eu disse, ela parecia diferente, e com suas próximas atitudes, eu percebi. Ela estava inquieta, e foi até seu closet, até que ela disse: "______ eu quero aproveitar o máximo do meu tempo com você." Fiquei confusa com sua fala. Até que ela veio em minha direção. As alças de seu vestido estavam soltas. Ela de sentou no meu colo e disse: "Me faça sua, ______. Eu não sei quanto tempo temos, e sinto que não é muito. Então, por favor, me ame e me faça sentir como é estar contigo dessa maneira pelo menos uma vez." Foi nesse dia que tivemos a nossa primeira noite juntas. A primeira e última — _______ disse, soltando um suspiro de tristeza. Por mas que fizesse muito tempo desde o ocorrido, ainda doía.

— No dia seguinte, deparamos que tinham nos descoberto. Toda Londres já sabia disso. Tinham nos fotografado no campo, nos beijando, e ainda eu saindo de sua casa. Não sabíamos o que fazer. Era como um balde de água fria vindo de uma só vez. Nossos pais estavam furiosos, me lembro que seu bisavô reclamou tanto comigo que eu podia ter pesadelos com sua voz me dizendo que eu era uma aberração e uma vergonha. Foi muito difícil. Mas nada disso de comparava com a dor de saber que minha garota teria que ir embora. Ela tinha dito que seus pais não aguentavam toda aquela "vergonha" e me ter por perto, e decidiram ir embora de Londres. Tudo virou de cabeça para baixo em menos de 24 horas.

— Vovó, eu não consigo entender! Por que o mundo é tão injusto?! — o jovem Jackson disse, irritado.

— Nem tudo pode ser como queremos, meu querido. A vida é assim, perdemos e ganhamos outras coisas em troca. Alguns minutos antes de se mudar, ela me disse: "Prometa-me de que não irás se esquecer de mim. Nunca esqueça do quanto eu a amo." Quando ela foi embora, no início nos comunicavamos por meio de cartas, mas um dia eu lhe mandei uma carta e nunca mais tive a resposta. E foi isso que aconteceu.

— Poxa, vovó... Isso é tão triste — Khloé disse, com os olhos cheios d'água, sendo consolada pelo irmão.

— Mas vó, a senhora terminou de contar a história mas não disse o nome da moça. Qual é o nome dela? — Isabelle perguntou.

— O nome dela é Jennie Kim. Ela foi o meu primeiro amor.

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⏰ Última atualização: Oct 30, 2021 ⏰

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