Twenty-ninth Chapter

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Essa é uma velha história
De uma flor e o beija-flor
Que conheceram o amor
Numa noite fria de outono
E as folha caídas no chão

LÍRIO VILHENA
uma semana depois

Depois de muita conversa com advogados por conta da imigração e entrada no país da ex-mulher de Rigoni, conseguimos marcar uma reunião para definir como ficaria a guarda da criança que ainda crescia no ventre da mulher que já o havia rejeitado.

Como Floribella estava iniciando a compra do enxoval do meu sobrinho ou sobrinha, aproveitamos e compramos várias coisinhas de bebê, fazendo com que meu namorado me chamasse de exagerada por comprar duas mamadeiras de cada, a mulher da lojinha adorou já que ganhava comissão por cada coisa vendida.

O quartinho de hospedes que arrumamos na minha casa, estava todo pronto, só faltava Moreno criar vergonha e montar o berço. Fora isso, estava tudo pronto para a chegada de Tiago, que foi o nome escolhido por Rigoni.

O local escolhido para a conversa definitiva, havia sido a minha livraria já que era um lugar reservado e confortável a todos. A música, tocava ambiente e fez com que eu relaxasse mais.

— Eles chegaram. — Carla disse, respirando fundo e ajustando a postura na cadeira.

— É só manter a calma. — Meu namorado repetiu pela enésima vez de forma baixa, na tentativa de acalmar a si próprio.

Soube quem era ela no momento que vi a barriga, loira dos cabelos longos e um sorriso marcante, os olhos bem castanhos e a pele bem pálida. Ela era deslumbrante, parceria mesmo uma modelo famosa.

— Dhía, como é bom te rever. — Carla disse, amigavelmente e com um sorriso leve.

— Como vai? — Ela a cumprimentou, com um sorriso cativante e talvez um pouco intimidador. — Rigoni, Lírio como estão? — Sua pronuncia ao idioma brasileiro, era impecável. 

— Bem. — Respondo, e meu namorado assentiu em concordância, apertando um pouco minha mão.

— Vamos logo ao que interessa. — Samanta, a advogada que contratamos disse, apontando para as cadeiras que estavam a nossa frente, na mesa adaptada.

Separamos uma cadeira acolchoada para Dhía, que pegamos do escritório da Cris, minha amiga ficou super brava por que a mulher que sentaria, era um ser humano incapaz de ser chamada de mãe.

— Muito bem, vou falar logo o que conversei com meu advogado. — Dhía tomou a frente, iniciando a conversa. — Não quero prender você a mim Rigoni, essa nunca foi a minha intenção e só dei continuidade a esta gestação, por consideração a sua família e ao sobrenome que você carrega. — Garantiu confiante. — Estou disposta a dar a guarda inteira a você.

— Viemos aqui para entrar em acordo em uma guarda compartilhada. — Digo, respondendo o que havíamos combinado essa semana. — É muito importante que ele tenha amamentação materna, mas caso você não concorde com a ideia da guarda, pode ficar na nossa casa o tempo que ele precisar do leite e depois, pode ir.

— Não, eu não quero amamentar. — Disse ríspida. — Eu não posso alimentar a ideia de que vai ser mil maravilhas cuidar de um bebê pela metade. — Baixou o olhar brevemente, encarando as mãos e brincando com os dedos. — Ele não faz parte de mim.

Era dolorido demais ouvir aquilo, e podia sentir a totalmente a decepção que Rigoni sentia, já que apertava minha mão as vezes com um pouca de força, e acariciando-a depois.

Ele é seu filho. — Rigoni disse, fazendo com que nós o olhássemos. — E ele tem nome.

— Ok vamos manter a calma e decidir. — Samanta cortou Dhía, antes que ela respondesse. — Guarda total ou compartilhada?

O silêncio pairou no ambiente, fazendo com que meu coração apertasse apenas de saber que ela responderia sem nem pestanejar em algo o contrário daquilo. Nos entre olhamos e esperamos alguém tomar a iniciativa da fala, Rigoni quem o fez, dizendo:

— Total. — Respondeu o homem ao meu lado. — Ele vai ser nosso filho. — Apertou minha mão e olhou para mim, com um sorriso fraco. — E você não vai ter nenhum direito legal sobre ele, vou fazer questão que ele jamais precise saber da sua existência. — Disse por fim a mulher a sua frente, que assentiu sem esboçar reação.

— Não faço muita questão. — Respondeu, pegando o papel e assinando sem nem pensar duas vezes. — Quando seu filho for nascer, eu lhe informo.

— Melhor ainda. — Disse.

[...]

Termino de lavar a louça, levantando o olhar quase que no mesmo instante a Emiliano, que ainda estava sentado na mesa, olhando para um ponto fixo. Seco as mãos com um pano e o arrumo novamente sobre o balcão, direcionando meus pés descalços em sua direção.

Ao me aproximar, o vi despertar-se de seus devaneios e levantar a cabeça a mim, já com um sorriso leve no rosto me contagiando no mesmo instante, segurou em minha cintura e me fez sentar em seu colo, deixo um selinho breve me afastando um pouco em seguida.

— No que estava pesando? — Questiono, acariciando seus cabelos e em seguida seu rosto, que era minha parte favorita.

— Que estamos namorando a menos de um mês, mais ou menos, e já vamos cuidar de um filho. — Disse e riu logo em seguida, me fazendo sorrir. — Não estou reclamando e me sinto grato por ter você e saber que Tiago vai ter a nós dois, mas eu tenho medo de estar apressando algo pra você, e...

— Emiliano, não está apressando nada. — O interrompo, aproximando mais seu rosto do meu. — Moreno, as coisas acontecem como deve ser, não podemos alterar o passado, e se esse é o seu, não cabe a mim julgar. Acredite, o meu é pior. 

Meu namorado suspirou e acariciou minha coxa, coberta pela calça jeans que eu usava, fazendo minhas irregulares com a ponta dos dedos e os subindo até minha cintura. Baixou o olhar até lá, se permanecendo em silêncio, tornando audíveis apenas sua respiração.

— Não quero te forçar a nada e nem quero que sinta na obrigação de fazer algo. — Respondeu, quase como um sussurro me fazendo sorrir ainda mais. — Eu amo você, morena. Amo muito.

— Meu amor, olha pra mim. — Seguro em seu queixo, encarando seus olhinhos com lágrimas prestes a cair. — Eu quero isso mais do que tudo, vou amar o Tiago como se tivesse saído de mim e não tenho um pingo de dúvida quanto a isso.

Sorrio boba com o tamanho do amor que eu conseguia sentir vindo dele por mim, limpei uma lágrima solitária que insistiu em escorregar de seus olhos e molher seu rosto, fazendo uma trilha reta que possivelmente daria espaço para outras que viram após.

— Eu amo você. — Sussurro.

Uni nossos lábios mais uma fez, em alguns selinhos demorados, logo dândi mais espaço a ele e sentindo sua língua dançar junto a minha segundos depois. Era incrível estar apaixonada por aquele homem, e eu tinha a certeza de que não me enjoaria jamais de tê-lo em minha vida e nem em meu dia a dia.

— Quer montar o berço comigo? — Perguntou, após findarmos o beijo por falta de ar. — Falta somente as grades ao redor.

— Claro que eu quero. — Respondo. — Mas depois quero recompensa. — Sorrio maliciosa o fazendo morder o lábio. — A final, temos que aproveitar enquanto não temos um bebê em casa.

— Você consegue ser mais perfeita, mulher, pelo amor de Deus. — Indagou e levantei os ombros, alagando que não sabia. — Te quiero mucho. — Disse es espanhol me fazendo gemer manhosa.

— Agora eu fiquei mesmo com tesão. — Faço bico e lhe arranco uma risada alta, da qual eu sabia que era sempre verdadeira.

**
simplesmente, Lírio

𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 & 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 ━━ Emiliano Rigoni Onde histórias criam vida. Descubra agora