Piloto

2.9K 198 86
                                    

A Júlia teve uma ideia mirabolante e eu jamais recusaria um convite de fazer gay sofrer.

Obrigada @sfvpoetic_ por me convidar para mais essa loucura.

Eu espero que vocês gostem. Boa leitura! 💛

Point of view Sheilla Castro

Quando eu era mais nova, não gostava de crianças. Quer dizer, não que eu não gostasse, mas sabe aquela coisa toda de "gosto de você longe de mim?". Então! Sempre achei bebês fofos, mas em suas casas e com suas mães. Tudo bem que segura-los é bom, mas até começarem a chorar. Não sei ao certo, bate um desespero e sinto vontade de soltá-los e simplesmente correr, correr o mais rápido e o mais longe possível.

Bom, era assim há alguns anos, era assim até eu ter os meus próprios bebês.

Liz e Ninna, duas garotinhas muito inteligentes e espertas. O tipo de criança que não param quietas um segundo e me enlouquecem a cada pergunta que fazem, mas ao mesmo tempo enche o meu coração de amor e orgulho. A história sobre o seu concebimento é longa.

Liz quase morreu!

Minha gravidez foi de alto risco, desde o primeiro até o último momento. Elas nasceram de apenas sete meses e Liz com um grave problema nos rins e eu soube o que era amor quando quis doar o meu para a minha pequena, mas um doador anônimo salvou a vida dela. Eu, como mãe, vi meu mundo se alegrar quando percebi que Liz crescia como uma criança normal e cheia de saúde.

Elas haviam acabado de completar oito anos e para a minha surpresa estavam seguindo minhas preferências. Deixa eu explicar! Desde que me entendo por gente, sou apaixonada por vôlei, amo assistir e jogar por diversão. Durante os sete meses que meus pacotinhos estiveram dentro de mim eu narrava os jogos para elas, o resultado não podia ser diferente. Elas se trancavam no quarto e me faziam acreditar que estavam estudando as vogais quando estava tentando jogar seu próprio mancheto improvisado. Agora é engraçado contar, mas na hora elas ficaram envergonhadas e eu como uma boa mãe dei aquela bronca, mas no final atendi o pedido que Ninna me fez com os lindos olhinhos pidões: "mamãe, queremos estudar na escolinha." A tal escolinha que se referiam era uma onde havia voleibol como uma de suas atividades extracurriculares

Point of view Gabriela Guimarães

Droga! Droga! Droga! Maldita seja eu e meu sono insuportavelmente pesado. O que adianta ter um bom e alto despertador se não acordo nem se o mundo cair sobre minha cabeça?

Meu subconsciente gritava comigo por ser uma péssima mulher atrasada enquanto eu corria pelas ruas movimentadas de Belo Horizonte, não que meu apartamento fosse longe da escola, mas apesar de morar há seis meses nessa cidade, nunca me acostumaria com o trânsito infernal. E muito menos com a bronca que Carolana me daria mais uma vez.

Alguns minutos depois e com meus cachos completamente desgrenhados, parei em frente à escola e respirei fundo três vezes antes de entrar e dar de cara com Ana Carolina parada de braços cruzados debaixo do peito. Sorri de lado e tentei passar despercebido, na ponta dos pés.

— Hey, mocinha! Eu não sou cega. — senti a grande mão tocar meu ombro e fechei os olhos como uma criança que tinha sido pega no flagra aprontando algo.

— Bom dia, Carol. Tudo bom? Você está linda hoje.

— Pode ir parando, Gabriela. Posso saber qual desculpa vai usar hoje para o seu atraso? Porque ontem você disse que queimou as torradas e não podia sair de casa sem se alimentar. O que você queimou hoje? — segurei o riso ao máximo.

— Ok, Carolana. Hoje não vou dar nenhuma desculpa. Eu simplesmente acordei dormindo. — ela franziu o cenho e negou com a cabeça.

— O que?

the one that got away  - sheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora