{ satisfazer-se }

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- : notas : -

Seu eu desse a isso um título alternativo, seria: adolescentes sendo estranhos sobre masturbação e a pureza nunca existe, mas perdida, de hanagaki takemichi

...

05/Julho/2005 02:59 PM

Seu pai estava ocupado e não podia ficar no telefone por tempo demais, ele ainda era um Major no fim do dia, mas após algumas palavras desajeitadas e alguns fungos de Takemichi, prometeu vir para o almoço no fim de semana.

Takemichi estava satisfeito. 

Embora soubesse que essa promessa definitivamente era vazia, ele não se importava. Ele não sabia em que tipo de situação estava; se era uma alucinação ou algo assim, e nem se importava de verdade com isso, mas ele ainda estava ciente de que havia a hipótese de tudo ser simplesmente invenção de sua cabeça, ele poderia estar morto agora, ou num coma delirante, tudo isso poderia ser simplesmente uma ilusão. Assim, para uma ilusão, poder ouvir a voz de seu pai mais uma vez, era muito bom. 

Ele não precisava que seu pai, possivelmente imaginário, cumprisse aquela promessa, ele estava satisfeito com aquele tom preocupado dele ao perguntar  "Você está bem, Michi? Você se machucou? Porque está chorando?", ele estava satisfeito com o bufo irônico "Você já é tão grande, não tem vergonha de ainda chorar como um bebê? , e muito satisfeito com o "...Eu também sinto saudades." relutante mas sincero.

Takemichi nunca esteve tão satisfeito em anos. 

Ele desligou o telefone logo após ouvir as garantias de seu pai, enxugando as lágrimas felizes que escorriam seu rosto e descendo as escadas com um salto feliz em seu passo, cantarolando aquela música que sua mãe gostava mas nunca soube cantar corretamente. 

"Hmmm'nn, pare già na festa...che bella cosa, nhmmm!"

Seus pés o levaram até a lavanderia, Takemichi encarou os produtos de limpeza com determinação.

Duas horas depois, foi assim que Akkun e Takuya o encontraram. Valsando pela sala agarrado a uma vassoura, com as mãos molhadas e a casa cheirando a lavanda. O lixo fora posto do lado de fora, as janelas estavam abertas e o sol da tarde inundava sua sala de estar. Sobre uma cadeira, um pequeno rádio tocava um CD antigo, onde todas as músicas que sua mãe mais amava estavam. O som estava rachado e cheio de ruídos desagradáveis, em parte porque o CD era realmente velho e em parte porque metade das músicas favoritas de sua mãe foram gravadas no século passado ou antes. 

" Amore, fai presto, io non resisto ~." Ele cantarolou, girando nos calcanhares com um sorriso suave, tombando seu par, a vassoura, com delicadeza romântica, mas congelando no lugar ao encontrar um público entretido e divertido.

Parados no batente do shoji, descalços e segurando sacos de supermercado, Takuya e Akkun o encaravam com olhares insuportavelmente afetuosos. Takuya, em especial, praticamente brilhava. Ele parecia orgulhoso e Takemichi levou um par de segundos para entender porque ambos se pareciam assim. 

Ele se lembra. Takuya cresceu com ele, morando literalmente do outro lado da rua, conhecia tudo sobre Takemichi. Akkun não era diferente, ele era seu melhor amigo. Takemichi nunca teve irmãos e nem era próximo de seus primos, mas Akkun era praticamente isso; um irmão mais velho, ele tinha mãos quentes e fortes, acompanhadas de palavras de apoio e sabedoria juvenil, sempre com um sorriso encorajador, sempre sabendo o que dizer para fazer Takemichi seguir em frente. E se Akkun era seu confiável irmão mais velho, Takuya era como o irmão mais novo que ele queria proteger. Takuya, que cresceu com ele, era tímido e reservado, mas corajoso e maduro, ele não vacilava, mesmo que fosse o elo mais fraco, ele cheirava a canela e massa de pães, sempre parecendo ansioso e fora de lugar. 

( glass heart )Onde histórias criam vida. Descubra agora