Capítulo 38

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Nos jogamos na cama exaustos.

- A gente devia terminar de ajeitar as coisas – Seth disse arrastado de tão cansado.

- Nem pensar. As coisas não vão fugir se a gente deixar isso pra amanhã – me virei para o seu corpo e passei meu braço sobre seu torso, enterrando meu rosto em seu pescoço. – Eu preciso dormir.

- Sam, a gente acabou de se mudar...

- Exato – interrompi ele. – Não precisamos organizar a casa toda agora. Hoje o dia foi cheio e amanhã vai ser pior – bocejei.

Coloquei minha perna no meio das de Seth e enfiei minha mão por baixo de sua blusa para poder sentir sua pele e fechei os olhos. Eu espero realmente que ele não insista e fique aqui quietinho e vá dormir.

Senti sua risadinha.

- Tudo bem. Amanhã quando você estiver fora eu organizo o resto. Agora descansa, você realmente merece.

- Não precisa ajeitar tudo sozinho... – murmurei, já quase dormindo. – Eu tenho que ajudar também...

- Shhhh... Só dorme – falou baixinho. – Boa noite, Sam – senti seus lábios na minha cabeça quando ele beijou o local de forma carinhosa.

Acordei algumas horas depois, ainda exausta, mas em melhor estado do que estava antes. Agradeci internamente por eu ter vindo com Seth e ele ter podido manter o carro, caso contrário, mesmo que não fosse muita coisa, já seria ainda mais complicado trazer tudo...

Sorri um pouquinho ao avistar o rosto adormecido dele perto do meu, mais ou menos apoiado em meu peito.

Me levantei com cuidado, mesmo sabendo que ele não acordaria, e saí do quarto direto para o banheiro. Escovei os dentes e tomei um banho rápido pra terminar de acordar e fui preparar um café enquanto começava a – tentar – me encontrar na cozinha, que graças a tudo o que é mais sagrado, já tinha tudo o que a gente precisaria, com exceção, obviamente, da comida.

- Você devia ter dormido mais – ouvi às minhas costas. Me virei e vi Seth só com a toalha enrolada na cintura, andando até uma das malas de roupas que ficou largada pela casa. Sorri. Ahh, como eu posso me acostumar com essa visão toda manhã...

Pigarreei e parei de quase despi-lo com o olhar.

- Eu simplesmente acordei – dei de ombros. – Mas eu não teria muito mais tempo do que isso, de qualquer forma – bocejei. – Quer café?

- Sim, por favor – se aproximou e beijou minha bochecha. – Bom dia, Sam.

- Bom dia – entreguei a xícara pra ele e me sentei à mesa enquanto ele colocava a boxer e voltava rapidamente ao banheiro pra estender a toalha úmida.

- Você vai sair que horas? – perguntou ao retornar, sentando-se ao meu lado.

- Nove e meia.

- Então ainda tem tempo – comentou cutucando a tela do meu celular que estava sobre a mesa, pra poder ativar o display e ver a hora.

- Um pouco, sim. Se importa se eu for com o seu carro? Eu não estou muito no clima de pegar transporte público hoje... – fora que eu tenho absoluta certeza que eu vou apagar e vou perder o ponto...

- Tá bem o suficiente pra dirigir? Você parece que vai dormir a qualquer momento – comentou com preocupação.

- Eu geralmente não sinto sono enquanto dirijo, então eu acho que não vou ter problemas...

- Pode usar. Eu não vou precisar dele hoje... – deu um gole no café e fez uma careta porque esqueceu de adoçar antes, mas desistiu quando percebeu que não tem açúcar e continuou a beber assim mesmo. – Aliás, Sam, você pode usar ele sem pedir – deu de ombros.

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