Me joguei no sofá, exausta.
Que belo começo traumático a vida adulta me ofereceu.
Olhei para o lado, pensando em ligar a televisão para poder espairecer um pouco, mas só a ideia de levantar para pegar o controle remoto já era cansativa o suficiente.
Eu. Estou. Na. Merda!
Desistindo de qualquer movimentação que não fosse para respirar, continuei largada na sala, imaginando se Seth teria um início tão maravilhoso na faculdade... Eu sinceramente espero que não.
Suspirando pesadamente me obriguei a levantar e fui me arrastando até o banheiro para poder tomar banho. A vida não vai desacelerar e eu preciso aprender a seguir no ritmo dela ou eu vou ser massacrada.
Saí do banheiro e me sentei à escrivaninha, colocando todas as anotações do dia sobre a superfície de madeira para começar a analisar e reanalisar. Ou pelo menos tentar.
Não foi muito depois disso que ouvi o barulho das batidas na porta do meu quarto.
- Entra – falei e logo Seth se encontrava ao meu lado. – Como foi?
- Estranhamente divertido – contou, sorrindo. Soltei uma risadinha. Pelo menos pra ele o dia não foi uma merda pelo visto. – E você? Como foi o primeiro dia de aulas e trabalho juntos?
Soltei um gemido cansado e apoiei a testa na madeira. É um terror até lembrar de como foi...
- Ruim assim? – perguntou ao se ajoelhar ao meu lado. Ri.
- Ruim é pouco – admiti. – Dizem os sábios que amanhã vai ser melhor – ironizei. – Espero que estejam certos, porque eu preciso dessa melhora – só de lembrar que amanhã eu ainda vou ter que dar assistência ao professor...
- Você já comeu? – neguei com a cabeça e me ajeitei pra poder fita-lo melhor. – Vou preparar alguma coisa pra você então – sorriu. – Descansa enquanto isso.
- Se eu deitar na cama agora, eu não acordo mais. Vou estudar por enquanto.
- Certo – se inclinou e beijou minha testa.
- Você foi a algum lugar? – perguntei só agora me lembrando que ele deveria ter chego antes de mim.
Seth deu um sorrisinho parecendo culpado.
- Eu estava esperando que você estivesse cansada demais pra notar minha ausência...
Arqueei a sobrancelha e virei meu corpo completamente em sua direção.
- Se a sua ideia era ser ambíguo para me fazer sentir ciúmes sobre a remota possibilidade de você ter feito qualquer coisa minimamente errada – estreitei meus olhos em sua direção. – Vou ser obrigada a admitir que conseguiu um pouco – ele riu.
- Acho que você tá realmente cansada – riu. – Eu só fui ao mercado comprar sabão em pó e depois fiquei andando por aí, pra conhecer o lugar... E depois disso me perdi. Dói meu orgulho dizer que eu precisei da ajuda de uma senhorinha pra poder encontrar nossa casa de novo... – complementou, meio envergonhado. Ri.
- Você é realmente... – me levantei depois de me recuperar. – Eu vou te ajudar. Eu estou sentindo que se eu ficar aqui, eu vou apagar de qualquer jeito, mesmo que eu esteja sentada.
- Eu preferia que você dormisse – fez uma carinha fofa que me deu vontade de morder. – Mas eu também vou ficar com pena de te acordar depois e você vai acabar ficando sem comer...
- Não precisa se preocupar com isso. E pensa por esse lado: nós dois cozinhando juntos vamos terminar tudo mais rápido, então eu vou dormir, consequentemente, mais rápido também. Que tal?
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Transições
RomanceSam é uma garota com um passado complicado e marcado por traumas familiares e pessoais, que foi obrigada a virar as costas para toda uma vida e começar tudo de novo ao precisar se mudar para um lugar completamente novo. Movida pela paixão por esport...