Capítulo 4

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Estelar Monroe

Parecia prazeroso para eles me olhar morder os dentes enquanto o choque tremia meu corpo em dor enquanto eu estava em posição de X. Mais ainda assim eu me mantinha em pé, me recusando a chorar.

- ACEITE A CURA. – Gritava o velho homem de cabelo grisalho. E eu achava uma pena ele se sentir no direito de vestir aquela roupa sagrada.

Cuspi o sangue da minha boca e sorri ao mostrar meus dentes vermelhos pelo mesmo. Cai de joelho no chão assim que as correntes se soltaram dos meus pulsos. Meu corpo estava cansando, mais ainda assim eu não dizia o que eles queriam. Pois não havia cura e nunca haverá.

- Estelar. – Acordei em sobre salto agarrando a mão que tocava meu rosto. Era Ravi. Seus olhos verdes estavam arregalando com o aperto que eu dava em seu pequeno pulso.

- Porra. – Soprei sentindo meu corpo tremer em suor. –Não me toque assim. – Pedi o soltando lentamente e praguejando o diabo por esses sonhos nunca irem embora.

- Me-me Des-culpa. – Pediu com a voz tremula pelo susto.

- O que você quer? – Perguntei direto me sentando na beira da cama para puxar o ar ao tentar me acalmar.

- Tia Normani, já está lá embaixo. – Disse me olhando e eu notei que apesar de tudo ele ainda conseguia se preocupar comigo.

Fodida era eu.

- Porra. – Falei passando a mão no rosto. – Você já está pronto? – Perguntei e ele concordou com a cabeça. – Certo, então pegue suas coisas e desça, avisa que descerei em poucos minutos. – Falei e fiquei o olhando ir.

Ravi, era um moleque calmo, doce, extremamente carinhoso com quem o deixava ser. Não me dava qualquer trabalho pois ele também aprendeu a amadurecer cedo. Minha mãe era de fato uma mulher ruim, onde se preocupar em te alimentar não era prioridade para ela. E meu pai, era um tonto que vivia calado aceitando tudo que ela dizia e fazia.

Balancei minha cabeça para sair daquele devaneio e segui para o banheiro. Onde tomei um banho rápido, escovei meus dentes e me arrumei em uma roupa qualquer. Eu não fazia ideia de onde Normani, me levaria em viajem. Ainda que a ideia tenha me parecido estúpida, eu aceitei.

Fodida Estelar.

Quando me senti pronta eu peguei minha mala, fechei meu apartamento e acionei o elevador para me levar a garagem. E lá estava aquela maldita sorrindo como se o mundo não estivesse desabando.

- Nossa que demora Ester. – Disse ela me beijando a bochecha. Lhe sorri revirando meus olhos e me ajeitei em sua Ranger Rover. – Animada para o melhor final de semana de sua vida? – Me perguntou sorridente dando partida em seu carro e seguindo para a casa de Isaak e Miguel.

- Seria o melhor final de semana se eu estivesse a caminho de um lugar cheio de mulheres. – Falei rindo de lado e ela bufou.

- É bem galinha mesmo. – Sussurrou mais para si do que para mim.

Gargalhei olhando Ravi pelo retrovisor. O moleque sorria com as bochechas coradas. O caminho foi entre conversas dela com Ravi, ela tinha de fato um carinho para lidar com crianças. Era extremamente carinhosa com seus sobrinhos e Ravi. E Normani, mal sabia de toda história sobre mim e Ravi.

- ELE CHEGOU PAPAI MIGUEL. – Gritou Luiza assim que viu o carro da tia.

E sem demora Miguel apareceu na porta de sua casa segurando a mãozinha de Theo. Ele sorriu tão bonito abraçando a irmã e a mim. Eu entendia como Isaak havia se apaixonado por ele, Miguel era um homem incrível, além de ser lindo ao oscilar seus olhos.

- Vamos cuidar ele, pode ir despreocupada Estelar. – Prometeu me sorrindo mal sabendo que nem me preocupava.

- Certo. – Falei sorrindo ao receber um beijo de Luiza e Theo em minha bochecha. – Se comporte moleque. – Falei para Ravi. E o danado aproveitou que eu ainda estava abaixada para também me beijar a bochecha.

Franzi a testa sem entender e ele correu com as crianças para dentro da casa, sem esperar qualquer reação minha. Nos despedimos de Miguel retornando para o carro onde sem demora Normani pegou a estrada.

- Não entendo como você parece tão fria ao lidar com Ravi. – Disse ela sem me olhar.

- Eu também não entendo muitas coisas, mais ainda assim não as questiono. – Falei em um tom que eu sabia que ela compreenderia que eu não queria falar.

Seguimos em silencio onde eu a vi pegar caminho para Avaré. E eu bufei quando ela de fato entrou com o carro em um matagal. E ela guiou seu carro bem mais a frente dele com uma maestria onde parecia que ela tinha costume em estar ali. Olhei em volta e era realmente um lugar bonito, mesmo que para mim era só dentro do mato. Desci do carro olhando o pequeno rio a nossa frente e sorri dela fechar seus olhos e puxar o ar para dentro de si.

Foda-se porra. Ela é linda até para respirar.

- E então? – Me perguntou animada.

- É sério que você me tirou da minha cama pra me fazer dormir no meio do mato? – Questionei fazendo uma careta e ela gargalhou me abraçando pela cintura.

- Vai ser legal eu prometo. – Disse levantando sua cabeça para me olhar. E ela era bem menor que eu, era de fato bem mais baixa que seus irmãos. – Eu trouxe tudo que iremos precisar, por favor, eu preciso desse tempo sem internet, sem ninguém. – Disse manhosa como sempre. – Eu só preciso de você. – Concluiu sem desviar seus olhos do meu.

Beijei sua testa retribuindo seu abraço onde a ouvir suspirar era sempre meu tormento. E Normani, mal sabia o que suas declarações causava dentro de mim. Mais ainda permaneci por saber sobre o que ela estava passando. A internet era de fato um lugar tóxico, onde questionar o peso de alguém parecia ser normal. E por mais que ela fingia não se importar, eu a via tentar diversas dietas loucas. No fim, era a confirmação de que as aparecias seriam sempre a melhor opção.

Stand Up: Série Irmãos Escobar - Livro 04 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora