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Caminhando para meu quarto ao passar pela porta do quarto de Jack ouço a voz dela conversar em tom baixo com ele, como se o mesmo entendesse o que ela dizia. Parei em frente a porta entreaberta e não pude evitar a curiosidade de entender o que ela falava para nosso filho.
- Te amo meu bebê. Você e seu irmão, ou irmã, são os melhores presentes que seu pai poderia me dá. Agora as coisas não são mais as mesmas, mas nossos sentimentos não são diferentes. Mesmo não estando mais juntos vocês sempre terão nós dois. Desejo que vocês tenham uma família feliz, a que nós tivemos mas não durou como eu sonhei. - ela falou passando a mão pelo ventre, enquanto observa Jack que dormia em seu berço.
As lágrimas escorreram dos meus olhos novamente, iniciando-se uma nova crise. Suspirei pesado com a cabeça encostada no batente. Ouvindo seu choro e soluços não pude segurar o meu.
Ao ver ela se recompor e se virar, sai andando em passos rápidos para nosso quarto. Corri para o banheiro e fechei a porta e me encostei nela limpando minhas lágrimas.
Tirei a roupa suja de sangue seco e entrei debaixo do chuveiro iniciando um banho quente e duradouro, deixando minha mente relaxar assim como meu corpo tenso sob as gotículas de água.
Ao sair do banheiro com uma toalha em volta do meu quadril vi Any sentada na beira da cama olhando para seus pés. Entrei no closet, vesti uma cueca e uma calça moletom. Quando sai do closet ela já estava no banheiro trancada, me sentei na cama e olhei para o teto soltando um suspiro longo, peguei um edredom e meus travesseiros e sai do quarto indo para o de hóspedes.
Já deitado na tentativa inútil de tentar dormir bufei frustrado. Na maior parte das vezes que brigava com ela mal conseguia dormir durante a noite. Mas agora não estamos brigados, é um caso completamente diferente que eu temia tirar todas minhas noites de sono.
Abri a porta e fui até a cozinha no andar debaixo, quando me aproximei do cômodo a vi de costas cozinhando algo no fogão. Fui até a geladeira tentando ignorar sua presença, peguei a garrafa de leite e uma caneca que estava ao seu lado. Prendi a respiração ao sentir o cheiro adocicado do sabonete que exala de sua pele macia.
Eu não poderia viver muito tempo sobre o mesmo teto.
- Dá pra parar! - ouvi ela falar em um tom irritado e em seguida se virou para mim com uma feição emburrada.
- O que foi? - perguntei sem entender sua reação.
- Está me rondando e a pouco parado atrás de mim como um doido. - falou com os braços cruzados abaixo dos seios.
- Desculpa, mas é difícil estar tão perto de você, sentir seu cheiro e não poder toca-la. - falei sendo sincero.
- E acha que é fácil pra mim? - ergueu uma sobrancelha. - Não é, eu pedi um tempo porque estou confusa e tenho muitas coisas para raciocinar. A decisão foi sua de terminar tudo de uma vez porque é ancioso demais pra saber esperar. - falou grosseiramente.
- Eu sei disso caralho. - falei despejando o leite no copo e colocando a garrafa na geladeira e logo me voltei para ela novamente. - você está certa sobre minha imaturidade, eu não sei lidar com essa distância e muito menos com o tempo. Eu estou acostumado a perder pessoas sem ter tempo de despedida e quando me pediu um tempo todas as malditas vozes da minha cabeça me disseram que esse tempo era uma forma de tortura lenta pra terminar tudo no final dele e ser ainda pior do que eu já estou acostumado. - desabafei.
- Eu sinto muito. - ela falou me olhando com pena, eu odeio esse tipo de olhar. - Mas eu não tenho como saber o que se passa na sua mente, com você Josh. Por isso sempre falei para se abrir para mim.
- Eu não consigo fazer isso, não tão fácil. Mas ver você querer se afastar me desarmou completamente. - funguei e coloquei o leite no microondas e o coloquei para esquentar. - Desde que perdi minha mãe, matei Betina e meu pai, que eram as pessoas mais importantes da minha vida, eu desenvolvi problemas psicológicos que só pioraram quando descobri o que eram os assédios da minha tia.
- Ela te machucou nesse nível? - perguntou com os olhos arregalados e eu assenti cabisbaixo, tirei o leite já quente do microondas. - Que miserável, eu sinto muito mesmo.
- Não precisa sentir, ela não vai fazer mais isso e nem Richard com você. - falei e ela engoliu em seco. - Eles já estão esperando pelo castigo que eu vou aplicar.
- Vai mata-los? - perguntou.
- Depois do que pretendo fazer com certeza. - sorri sem humor. - Mas não quero falar sobre eles. Voltando ao assunto sobre mim, esses problemas psicológicos me afetaram durante os longos anos que passei sendo eu sozinho, se eu terminei foi porque percebi que não sou bom o suficiente pra te manter segura ao meu lado, a prova é o que aconteceu nessas últimas semanas.
- Não diz isso. - ela se aproximou tentando me tocar.
- A questão como você mesma já disse não é o amor, mas agora no meu ponto de vista é a paz que você não tem quando está comigo, eu achei que conseguiria te fazer feliz.
- Isso são inseguranças. E agora te ouvindo falar tudo isso posso dizer que não devemos nos separar, o tempo que eu pedi é para que possamos pensar em tudo o que tem acontecido com nossos corações e no que tem acontecido. Talvez possamos tirar um tempo não separados, mas juntos em algum lugar só nós dois. - tirou a caneca das minha mãos e colocou em cima do balcão e se virando para mim segurou minhas mãos. - Vamos conversar e aproveitar a companhia um do outro, deixar as claras tudo o que escondemos dentro de nós e com fé vamos voltar melhor do que já fomos.
- Acha que isso é possível? - perguntei duvidoso, mas com o coração aquecido por suas palavras.
- Sim.
- Mas eu não posso te manter segura como deveria e nem garantir a estabilidade que precisa. - falei e ela suspirou.
- Eu me precipitei quando falei que você ser um mafioso era um problema. Eu amo você desse jeito, eu te conheci assim e foi assim que me apaixonei por você, não quero que mude por mim. Quero superar e lutar contra tudo e todos ao seu lado, não quero sua proteção quero que me ensine a lutar e ser tão guerreiro quanto você. - sorriu e eu sorri de volta.
- Tem certeza de quer continuar comigo depois de descobrir tantas coisas sobre mim? - ela assentiu. - Você é louca, Sra. Beauchamp.
- Sim, eu sou, louca por você. - falou mordendo seu lábio. Segurei em sua nuca e tomei seus lábios em um beijo profundo. Aproveitando sua boca entreaberta passei minha língua por seus lábios e adentrei sua boca deliciosa aprofundando o beijo com intensidade e necessidade.
Só de pensar que por uma idiotice minha nunca mais poderia beija-la me xingo mentalmente. Eu jamais poderia viver sem essa mulher que me enfeitiçou como uma sereia e me acorrentou com sua lábia doce.
- Eu te amo da lua ida e volta. - sussurrei ao desgrudar nossos lábios. - Muito mais do que já imaginei amar alguém.
- Eu te amo, Sr. Beauchamp. - sorriu com sua testa colada na minha.
- Vocês são tão bipolares. - nos viramos e lá estava Noah que estava bebendo meu leite e Bailey parados nos observando.
Mostrei o dedo do meio para eles e abracei a cintura de Any.
- Vão se fuder. - falei e eles reviraram os olhos e saíram do cômodo.
Sentindo um cheiro de queimado e olhando para Any a mesma arregalou os olhos e correu até o fogão tirando dele a panela com mingau queimado a colocando dentro da pia.
To be continued???
Se reconciliaram tão rápido né? Mas não se sintam felizes demais provável que não dure muito tempo.
Reta final!
Eu mudei os aesthetics do stuff da fanfic vão lá ver e comentem lá o que acharam.
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O Divórcio | Beauany √
Hayran KurguBeauany Fanfiction Any Gabrielly e Josh Beauchamp são casados a quatro anos, seu casamento ia de vento em poupa até segredos obscuros começarem a aparecer, assim como fantasmas do passado de ambos. Não suportando mais a pressão e as brigas constant...