30- Then something broke in me

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Naquela manhã eu acordei um pouco mais agitada que o normal, mas não era uma agitação boa, eu sentia meu corpo tremer, sentia um mau pressentimento e meu peito doía.

Nunca fui de acreditar em coisas místicas ou avisos do além, mas alguma coisa estava me incomodando.

Como se algo tivesse quebrado em mim.

Eu deveria estar feliz, afinal eu estava voltando para casa. Veria minha namorada e mataria a saudade dela, mas, eu não me sentia feliz.

Não me sentia... Bem.

Assim que abri a porta do meu apartamento, deixei a mala de lado e peguei o celular para ligar para Cheryl.

Não sabia se ela era o motivo daquela sensação, mas eu só queria que parasse.

— Cher? — ela atendeu e pude ouvi-la bocejar.

— Oi, amor. Eu esqueci de te pegar no aeroporto, não foi?

— Não, baby. Eu que peguei o vôo mais cedo. Liguei pra você vir aqui em casa e pra saber se estava tudo bem com você.

— Sim, tudo sim — Cheryl respondeu.

— Certeza?

— Sim, sim, já estou indo, te amo.

— Também te amo, até daqui a pouco.

Me joguei no sofá mais ansiosa que nunca.

Eu nem tive tempo de corrigir o dever da semana, então eu já sabia que ia acumular.

Falando em deveres, as crianças ficaram mil vezes mais agitadas, quando souberam do meu namoro com a Cheryl. Algumas até me zoaram pela minha linda voz.

Jade e Aria quase me bateram quando eu entrei na sala, por não ter falado nada. Elas se acalmaram logo depois, quando eu disse que aquele show que nós fomos no começo do ano foi o motivo para Cheryl e eu nos reencontrarmos.

Agora elas acham que foram o motivo do nosso reencontro e o motivo de nós estarmos juntas. Bom... Talvez elas realmente fossem, já que se não fosse por elas eu nunca apareceria naquele show.

Tomei um banho e voltei a deitar no sofá, pensando que talvez esse sentimento fosse o estresse da viagem.

A porta do meu apartamento se abriu. Eu já sabia quem era, então me levantei abrindo os braços para receber minha namorada com um abraço apertado.

Foi o fim de semana mais solitário da minha vida, e é claro que eu não estava exagerando.

— Senti sua falta — ela sussurrou contra meu cabelo.

— Eu também — disse de volta alisando suas costas.

— Eu preciso falar com você sobre uma coisa — Cheryl disse me puxando até o sofá.

E de novo, aquele mau pressentimento.

Sentamos e Cheryl me contou que foi até minha antiga casa e conversou com minha mãe, disse que ela admitiu que Duane batia nela mas, que não fazia mais por causa da barriga.

— Você ligou pra polícia? Por que não me falou antes? — perguntei meio desesperada.

— Eu queria esperar você chegar para dizer pessoalmente e eu não liguei para a polícia porque sua mãe pediu para eu não fazer... — ela respondeu.

— Cheryl, você tem noção que minha mãe faz de tudo para proteger Duane? Você tinha que ter ligado pra mim, ligado para Joseph, feito alguma coisa. Minha mãe não pode mais ficar lá!

My dear teacher| Choni versionOnde histórias criam vida. Descubra agora