Aster é uma simples humana de 28 anos, que passou por diversas coisas com seu ex marido já morto.
Ela sempre encontrou paz em seus livros, especialmente a série A corte de espinhos e rosas da qual sempre foi apaixonada, mas oque ela não esperava era...
Enchi a banheira o máximo que podia e me despi, mas quando esva prestes a colocar meu pé nela, lembrei de toda a dor que tinha sentido no Caldeirão, a pior dor da minha vida.
Nem ter Max me chutando e me socando enquanto eu estava no chão, implorando para que ele parasse se compava a ter sido transformada.
E pelo meu bom Deus.
Eu era uma férica, uma FÉRICA.
Toquei minha orelha e percebi que ela ja não tinha mais a ponta arredondada como antes, ela era comprida e pontiaguda.
Eu era uma férica.
Estava em um outro mundo, no mundo de Acotar.
Tinha poderes.
E não conseguia mais ficar em uma banheira.
Tomar banho, era nisso que eu tinha que me concentrar, meu primeiro passo.
Sentei na borda da banheira, de forma que a água ficasse só ate na metade de minhas pantorrilhas, e peguei um potinho em formato de concha que ficava os sabonetes em barra, e usei ela para me molhar, pegei uma esponja e passei o sabonete para me ensaboar. Precisei ficar de pé na banheira para lavar meu cabelo, e peguei um shampoo com um cheiro de hortelã e limão.
Sai da banheira e percebi que ja tinha um pijama na cama, acredito que tenha sido Nuala e Cerridwen a escolherem.
Era um pijama lindo, de seda e preto, uma regata com renda em cima, na parte do decote e um shorts com renda na parte de baixo.
Coloquei a langeri e o pijama, assim que encostei minha cabeca no travesseiro dormi, estava cansada até os ossos, pensaria no que precisava fazer somente amanhã.
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Acordei com minha cabeça doendo, não sabia que horas eram, somente que o sol já estava alto no céu, e eu estava com meu estomago roncando de tanta fome.
Havia um conjunto da Corte Noturna aos pés da cama, e só agora que havia notado o quão luxuoso era o quarto, só na cama cabiam três de mim e ainda sobrava espaço -talvez tenha sido feitas para acomodar asas-, havia um criado mudo de cada lado da cama, na parede da cabeceira, cortinas roxas que tampavam metade da janela, além de uma lareira, quem que tinha uma lareira no quarto?
Fui ao banheiro para escovar meus dentes, e jogar uma água no meu rosto para ver se sai do estado de sonâmbulismo que eu ainda estava.
Quando sai do banheiro e me vesti as gêmeas apareceram, dei um pulo para trás de tanto susto, era a primeira vez que tinha visto alguém literalmente atravessar a parede.
-Sou Nuala e essa é minha irmã Cerridwen, vamos te ajudar a se arrumar- a da direita disse.
-Sente-se por favor- a da esquerda completou, apontando para a penteadeira.
Me sentei e enquanto Nuala penteava meu cabelo Cerridwen me maquiava, elas logo acabaram de me arrumar e me disseram que a Rhys, Mor e Amren me esperavam na mesa de jantar.
Quando desci os três ja estavam na mesa assim como as gêmeas me disseram, e tinha um lugar para mim.
Parei no meio do caminho e encarei eles por tanto tempo que os três me encararam de volta.
- Vocês são reais?- perguntei, por mais que soubesse da resposta ainda tinha esperança de que eu estivesse pirando.
Rhyssand se levantou e andou até mim, parando a uns cinco passos de distância.
- Sei que deve estar confusa, ainda estamos tentando entender tudo oque disse mas sim, somos tão reais quanto você.
-Eu sei que não sou muito alta mas me sinto uma anã de jardim perto de você - falei, eu literalmente precisava olhar pra cima para falar com ele.
Ouvi uma risada vinda de Mor e Amren.
-Se consegue fazer piadas é porque está bem- Amren disse - e você não é tão baixa, só um pouco mais alta que eu.
-Se bem que todo mundo é mais alta que você, Amren- Mor falou, ainda rindo, Rhyssand me deu um repuxar de lábios e voltou a se sentar.
-Calada antes que eu lhe faça pagar pelo que disse.
Feyre não estava brincando quando descreveu eles como lindos, eu os chamaria até de divindades por tanta beleza.
- Agradeço o elogio - Rhys disse. Foi só então que lembrei dos escudos mentais e subi eles, enquanto me sentava. - Como uma recém feita Grã-Férica consegue ter escudos mentais tão fortes mas não consegue mantê-los?
-Enquanto lia os livros treinei os escudos, isso me ajudava a...... Não pensar em certas coisas, então toda vez que precisava fingia erguer-los, e depois abaixava, de novo.
-Oque seria tão ruim ao ponto de não querer pensar sobre?- Mor me perguntou.
-Todos temos coisas que preferimos não falar nem pensar, simplesmente esquecer.
- Não é tão fácil esquecer algo- Amren disse.
- Mas ainda sim, mais fácil do que lidar com essas memórias.
-Para alguém de somente 28 anos você parece saber muito sobre a vida -Amren analisou.
- No meu mundo 28 anos é idade suficiente para saber um pouco.
- No seu mundo 28 anos é idade suficiente para sofrer ao ponto de entender sobre traumas? - Rhyssand me pediu, sério.
-Tanto quanto aqui é, a diferença é que lá algumas pessoas lidam com isso fazendo terapia enquanto aqui não a nada que a violência não resolva- falei enquanto pegava ovos e torrada.
Amren riu de minha fala.
-Ela realmente conhece esse mundo- a fêmea zombou.
-Hãããã, cacete isso aqui é bom pra porra- falei quando levei os ovos com torrada a boca.
-Todo mundo sempre fala isso- Mor cantarolou.
Estavomos no meio do café quando do nada minha bile subiu, não sei oque causou isso, coloquei a mão na boca e simplesmente corri até o quarto que havia dormido, e depois até o banheiro, quando cheguei até o vaso sanitário e abri a tampa não aguentando mais, vomitei tudo oque havia acabado de comer.
Mor veio ao meu lado e segurou meu cabelo enquanto tentava me tranquilizar, quando terminei eu já estava cansada, mesmo tendo acabado de acordar.
Limpei minha boca e então voltamos pra a sala de jantar.
-Você é parecida comigo um mais sentidos do que eu imaginava- falou Amren enquanto me entregava uma taça com um líquido vermelho vivo, foi quando senti o cheiro.
Sangue.
Ela estava me dando sangue.
Eu não poderia comer a comida daqui, precisaria beber sangue igual ela faz, para me manter viva.
Bebi um gole, até que não era tão ruim, nem de perto tão bom quanto a comida mas ainda sim, bebivel.
- Você acostuma com o gosto, e é bom comparar seu próprio sangue, este é a única taça que lhe dou.
- Entendido - resmunguei enquanto bebia mais um gole, estava com muita fome depois de ter vomitado tudo- Alguma indicação de qual é melhor?
- Você descobre do que gosta com o tempo.
-Acho que teremos que ir ao açougue- Mor falou enquanto se sentava em seu lugar e voltava a comer.
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