CAPÍTULO 7 | Te deixar partir

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Ana Lívia acordou na enfermaria

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Ana Lívia acordou na enfermaria. A visão doendo ao abrir os olhos e encontrar o ambiente completamente branco ao seu redor.

— NaLiv? — escutou a voz baixinha de Ciça lhe chamando ao seu lado.

Ela se levantou com um pouco de dificuldade, a cabeça ainda um pouco zonza, mas logo foi repreendida pela enfermeira Nazé.

— Nada disso mocinha, pode continuar deitadinha aí mesmo. Cê acha mesmo que vai levantar, depois de matar a gente do coração, caindo dura no meio do corredor? — a mulher repreendeu, apontando o termômetro eletrônico na testa da garota e verificando sua temperatura.

— O que aconteceu? — Ana Lívia finalmente conseguiu falar, percebendo que a voz estava seca.

Cecília entregou um copo descartável cheio de água para a morena, uma preocupação tangível no rosto redondo.

— Você não se lembra? — Cecília perguntou sincera, se sentando ao lado da amiga. Ana Lívia apenas se limitou a balançar a cabeça em negativa. — Você desmaiou Ana, na saída da sala. Quase me matou do coração. O que deu em você? Saiu correndo da sala depois que começamos a parabenizar o Chan e quando fui atrás de você, caiu dura no chão... — Ciça disparou, choramingando. Estava realmente muito preocupada com a amiga e não sabia mais o que fazer em relação a isso. Sua filosofia de dar espaço até que Ana pedisse sua ajuda, lhe dando nos nervos.

— Você tem alguma ideia do porque desmaiou, senhorita Martins? — a enfermeira perguntou, uma prancheta nos braços, fazendo anotações em uma ficha que Ana Lívia suspeitava ser o relatório que enviariam para seus pais no final do dia.

O choque em descobrir que Chanwoo estava indo embora a havia feito desmaiar. Ana Lívia não conseguia acreditar no que acontecia. Sua vida havia virado de ponta cabeça de uma hora para outra e a única pessoa que a poderia ajudar estava deixando o país.

A enfermeira levantou os olhos da prancheta, desconfiada, esperando pela resposta de Ana Lívia que não vinha. O coração de Ana acelerou, ela precisava inventar alguma coisa para encobrir qualquer suspeita, não podia ser descoberta agora, não estava preparada para lidar com seus pais. Não depois...

Não depois de descobrir que estava sozinha.

— Café da manhã. Não comi nada hoje cedo, devo ter levantado muito rápido e me dado tontura. Eu não estava me sentindo bem e ia pra cantina comprar alguma coisa pra comer, mas acho que caí antes. — ela respondeu por fim, uma lorota se embolando em outra.

A vida dela já estava tão cheia de mentiras que ela estava começando a acreditar nelas de verdade. Será que um dia seria capaz de parar de mentir?

A enfermeira de cabelos vermelhos e pele negra olhou desconfiada para a estudante, talvez ela não tivesse soado sincera o suficiente, mas Ana Lívia não saberia dizer com convicção, pois a mulher apenas fez um estalo com a língua e rabiscou algo no papel, tirando a folha e entregando para a menina.

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