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-PAYTON MOORMEIER-

Angel tinha um sorriso de lado e olhava um vazio, imagino que lembrando de sua mãe

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Angel tinha um sorriso de lado e olhava um vazio, imagino que lembrando de sua mãe. Ainda era confuso, quem esqueceria da própria mãe?

- Enfim, já terminei. - ela muda de assunto, se levantando da cama e me assustando um pouco.

- Oh, obrigado por tudo. E desculpa cair na sua varanda. - digo, sorrindo e coçando minha nuca.

- Eu que devo desculpas, eu quase te bati com o taco do meu pai. - ela solta uma leve risada e porra, esse é um dos sorrisos mais bonitos que eu já vi.

Me levantei igualmente e enquanto andávamos pelo corredor, um grande quadro me chamou atenção.

Os traços eram delicados e as cores tinham harmonia entre si. Era uma mulher que tinha os mesmos olhos castanhos de Angel e um pequeno sorriso, mas seus olhos transmitiam dor e amor ao mesmo tempo.

Ela estava careca, com certeza tinha câncer e estava em tratamento. Usava roupas beges e marrons que destacavam seus olhos e sua barriga era um tanto grande, estranho pois o resto de todo seu corpo era muito magro.

- É minha mãe. - a loira ao meu lado abre um enorme sorriso orgulhoso.

- O que ela tinha? - pergunto olhando todo detalhe daquele quadro, até parecia uma foto.

- Câncer no intestino, durou quase três anos. - seu sorriso aos poucos se fecha.

- Quase?

- Ela faleceu antes disso... - ela diz calmamente como se já tivesse repetido um milhão de vezes.

- Eu sinto muito. - lamento e ela me olha sorrindo de lado, como se não soubesse o que dizer.

A loira anda até a porta e eu a sigo, Angel abre a porta, mas antes de eu sair ela começa a passar a mão pelo meu corpo, não de uma forma sexual, parecia procurar algo.

- O que está fazendo? - pergunto confuso.

- Verificando se não roubou nada. - ela diz e eu rio, a fazendo sorrir - Limpo.

É estranho eu não querer ir embora e continuar conversando com ela o resto da noite?

- Então, até mais, Angel. - digo.

- Até, Payton. - ela fecha lentamente a porta sorrindo e quando sou apenas eu e a porta de madeira, suspirei com um sorriso bobo.

157 era o número que estava na porta e acredite, Angel, eu voltarei mais vezes.

Dei meia volta nos meus pés e apertei o botão do elevador que segundos depois apareceu, nele um homem da minha altura, terno e uma maleta. O cabelo tinha exatamente o mesmo tom que da garota e seus traços me lembravam da garota de mais cedo. Ele com certeza era o pai de Angel.

- Quem é você? - ele pergunta firme e olha para trás de mim, a porta 157.

- Payton. - pisco duas vezes seguidas, tentando entrar no elevador, mas é impossível com ele na minha frente.

- O que estava fazendo na minha casa?

Engulo em seco.

- Eu não estava na sua casa. Eu vim ver minha tia, ela mora no 156. - minto.

- Eu conheço seu tipo, se estiver mentindo...

- Não estou. Isso é uma ameaça? - pergunto.

- Entenda como quiser. - ele passa por mim batendo seu ombro no meu e abrindo a porta com sua chave.

Ele fecha a porta e eu mantenho a do elevador aberta, prestando atenção nos movimentos da casa que era nítida. Passos, apenas.

- Quem era aquele garoto, Angel? - ouço a voz grossa do homem e som de sapatos batendo no chão, incontrolavelmente.

- Que garoto, pai?

- Payton. - ele diz e a morena demora segundos para responder.

- Esse é o nome do zelador velhinho? Ele bateu perguntando quem estava colocando vidro nas sacolas, disse que machucava os funcionários... - isso, garota!

- O que esteve fazendo enquanto estive trabalhando, Angel?

- Fazendo rascunhos, testando cores e terminando meu quadro.

Sorrio pela esperteza da garota, finalmente deixando a porta do elevador fechar. Ela sabia mentir, afinal.

Desço todos os andares, indo para o bloco ao lado, no apartamento 51.

- Hey, mãe. - digo.

- Hey, fil... - ela para de dizer assim que vê o curativo no meu braço - Payton? O que houve? - ela se aproxima, preocupada.

- Eu caí.

- Payton Jay Moormeier, se você estiver andando pelo telhado de novo...

- Eu não estou, mãe. - minto pela terceira vez no dia - Eu caí e me ajudaram, eu estou bem.

Minha mãe assentiu hesitante e voltou à cozinha. Eu só queria deitar na minha cama e nunca sair dela.

 Eu só queria deitar na minha cama e nunca sair dela

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xoxo, isa <33

✓┊𝗣𝗔𝗥𝗞𝗢𝗨𝗥 ↯ Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora