Capítulo LIII

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Meus dias estavam sendo nublados

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Meus dias estavam sendo nublados. Todas as vezes que disse que estava bem foi a mentira do século, eu não estava, mas ficaria, esse era o meu mantra todos os dias após os pesadelos que voltaram a me assolar. Era como se os momentos que vivi nas mãos de Felipe voltassem com força total para minha mente, era sufocante a sensação quando acordava suada e ofegante como se tivesse corrido uma maratona. Sair de casa era um dilema, sentir que está sendo vigiada é uma das piores sensações que já experimentei, por mais que saiba que os seguranças estão ali para garantirem a minha integridade, ainda assim, me sinto vigiada por alguma sensação ruim. O final do ano estava às portas e com o final dele chegava a parte que eu havia almejado por muito tempo, começar a faculdade, agora, mais do que nunca queria me formar para poder ajudar mulheres que passam pelo mesmo ou semelhante ao que passei.

- Você entende que não pode se fechar novamente em seu casulo, Fernanda? – Dra. Denise disse e olhei para o teto. – Não vamos regredir tudo o que você já conquistou. Sei que é difícil, sufocante e angustiante, mas você está segura.

- Estou mesmo? – suspirei. – Às vezes me sinto claustrofóbica com tanta gente ao meu redor e depois sinto-me sozinha, como se estivesse em meio a uma sala branca enorme e lá me sinto sempre desprotegida.

- Isso é um conflito de sentimentos, Fernanda. Talvez você não venha sentindo isso por conta do que aconteceu na rua, mas sim, por estar afastada das pessoas que você costumava a conviver e se trancar em seu mundo. Volte a viver como antes, às vezes, para vencer o medo, o que nos paralisa para vida, precisamos fingir que não existe. Até a sua mente acreditar e passar a ser uma verdade. Você já me mostrou o quanto é forte, o quanto já venceu nesta vida, e eu como sua psicóloga não posso dizer o que você vai fazer, mas o que precisa, o que pode te ajudar a melhorar. Olhe para você hoje, a Fernanda de semanas atrás e para a de quase um ano atrás e decida quem você quer ser.

Minha consulta com Denise terminou sem eu conseguir pronunciar mais nenhuma palavra. A única coisa que eu sabia nesse momento era a Fernanda que eu não queria ser, e isso consistia em não ser uma pessoa amedrontada com tudo ao meu redor e ser forte o suficiente para encarar a porrada que a vida continuava a me dar. Respirei fundo e marquei com a única pessoa que não me questionaria pelo que eu estava disposta a fazer.

Algumas horas depois, mais precisamente o dia inteiro, eu era outra pessoa visualmente falando, e estava apostando todas as fichas que conseguiria ser uma pessoa também mais confiante.

- Mas tu ficou um escândalo de linda, Fernanda. Minha nossa senhora das pretinhas abusadas, tu tá um loirão da porra. - Agnes disse após sairmos de um salão especializado em loiros que ela achou no google.

- Eu gostei da minha versão loira. - sorri para ele e Agnes me abraçou de repente.

- Espero que isso seja o estopim para sua confiança subir, Fernanda. Sei o quanto você precisava de algo assim nesse momento e desejo que você além de ser forte, faça aquele doutorzinho implorar pelo seu perdão. - sorri. - O homem vai ficar louco quando ver você com esse visual todo.

O mais louco amor (Livro 2 - Amores) RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora