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                     ANY GABRIELLY.

ㅡ Droga! Que porra você tá fazendo com isso na mão, caralho? ㅡ grito irritada tirando a droga da mão da minha mãe. Jogo no chão e piso em cima do pó, vendo minha mãe se levantar irada comigo.

ㅡ Mas que caralho, Any! Essa merda custa dinheiro, sua vadia! Vai ter que me dar outro. ㅡ Ela grita comigo e me empurra fazendo eu bater na parede.

ㅡ Eu sei que tem mais, me fala onde tá, mãe. ㅡ falo e ela bufa passando a mão no nariz vermelho.

ㅡ Escuta aqui, garota, ㅡ ela chega perto, apontando o dedo na minha cara. ㅡ eu que sou a mãe nessa bagaça, você tem que obedecer a mim!

ㅡ Então faz a porra do seu papel! Você é a mãe? Ótimo. Eu aceito ser sua filha, nem que seja por um segundo, mas você tem que parar de se drogar! ㅡ eu falo apontando o dedo na cara dela também, ela bate na minha mão fazendo-a sair da mira de seu rosto e bufa ficando de costas. ㅡ vou perguntar de novo... onde você guarda, mãe?

Ela força o pé no chão fazendo uma das madeiras do chão levantar revelando quilos e quilos de cocaína e várias outras drogas.

ㅡ E agora, Any? Vai fazer o quê com essa descoberta? Me internar? Me mandar pra cadeia? E vai viver com que dinheiro, ein? Vai dar o cu pra conseguir comer? ㅡ ela fala se virando pra mim, sinto meus olhos se encherem de lágrimas e ajoelho no chão tirando todas aquelas drogas dali.

ㅡ Achei que estava bem... ㅡ falo sentindo minha voz falhar e um nó surgindo na minha garganta.

ㅡ E eu estava... mas aí essa merda aqui chegou pra mim. ㅡ ela fala jogando uma conta no chão. Pego a conta e vejo um preço mais do que alto pra nós.

ㅡ Que isso, mãe? ㅡ eu pergunto levantando. ㅡ quem comprou isso tudo?

ㅡ Seu pai, aquele filho da puta morreu e deixou as contas pra mim pagar. Ele quer que eu faça isso como? Tirando dinheiro da buceta? ㅡ Ela fala e eu sinto meu coração apertar.

Fazia apenas duas semanas que meu pai tinha morrido. Se suicidou com um tiro na boca.

ㅡ Não fala... assim dele... eu vou dar um jeito de conseguir dinheiro... pode deixar, eu pago as contas, mãe. ㅡ falo balançando o papel no ar.

ㅡ Quando fizer isso, quando zerar essa conta de quinze mil dólares... eu paro de me drogar... faço o que você quiser... mas até lá, não me cobre sanidade. ㅡ ela fala pegando um saquinho de drogas e logo se senta no sofá.

Sinto lágrimas descerem pelo meu rosto e vou para o meu quarto com a conta em mãos.

Eu odeio o fato de minha vida ser assim, nasci com um pai que é viciado em jogos e uma mãe viciada em álcool e drogas. Cresci no meio disso tudo e me esforço pra não ser igual, tenho um emprego e ainda limpo a casa! Dou o máximo de mim desde que conheço por gente!

  Mas parece que vou ter que dar mais, se eu não quiser que minha mãe se afunde de vez e me leve com ela, eu tenho que dar um jeito de pagar essa conta.

  Eu não ganho nem um salário mínimo no meu trabalho, é proibido por lei uma pessoa menor de idade ganhar um salário mínimo, por isso eu ganho metade de um.

  Seco as lágrimas e respiro fundo, eu tenho que ser fortes não posso chorar, tenho que ser a base da minha família, ser a base da minha mãe.

  Vejo meu celular vibrar e seguro, vendo uma mensagem, é Sina, minha melhor amiga desde sempre. Ela estava falando que tinha uma surpresa pra mim amanhã na escola.

  Eu tenho que esquecer os problemas agora, para focar nos dela, porque é assim que funciona, eu deixo os meus problemas de lado, para ajudar os outros.

Sex proposal- AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora