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Luna Oliveira

DOIS ANOS DEPOIS

Parabéns pra você, nessa data querida... — Dei graças a Deus quando vi que a Gabi não ia puxar o coral de "é pica, é pica", como fez no ano passado e eu quase morri de vergonha porque a mãe dela estava presente.

— Luna! Luna!

— Não esqueça de fazer o pedido, hein! — Gabriela gritou enquanto empurrava um bolo pequeno na minha cara, para que eu apagasse as velinhas.

Fechei os olhos e fiz o meu pedido de todas as noites, torcendo para que um dia ele se tornasse real. Só mais uma vez, Deus... Por favor, só mais uma vez.

— Como você é exagerada... — Revirei os olhos assim que Igor ligou a luz da sala, recebendo um abraço de urso vindo da minha melhor amiga.

— O quê? Não é todo dia que se faz dezoito anos, linda. — Ela sorriu e deu espaço para o meu – não oficial – namorado, que beijou a minha boca enquanto me tirava do chão com um abraço caloroso.

— É simbólico. — Ele entregou um colar com um pingente muito lindo em minhas mãos. Nada muito caro ou exagerado, mas eu amei porque foi de coração.

— Não precisava, Théo. — Falei com os olhos marejados. — Mas obrigada, eu adorei. — Voltei a abraçá-lo.

— Aí, como meu casal é lindo. — Gabriela cantarolou ao nosso lado, com uma felicidade indisfarçável. Ela torcia muito pela gente e foi a responsável por fazer Théo se interessar por mim de novo, mesmo depois de tudo que aconteceu. Foi difícil, ele não quis por muito tempo ficar sozinho comigo, com medo que Russo voltasse a enfrentar ele novamente, e eu tive que garantir que não aconteceria.

— Feliz aniversário, minha querida. Que Deus continue te abençoando! — A mãe da Gabi me abraçou logo em seguida, sussurrando em meu ouvido outras palavras de conforto. Igor veio depois, me abraçando com tanta animação que quase caímos no chão.

Estávamos os cinco na casa da Gabi, a mãe dela tinha feito um bolinho simples para mim só para que os meus dezoito anos não passassem em branco. E eu estava contente com isso, por ter a presença das pessoas que eu amava e eram importantes para mim no meu dia, só faltava uma, claro.

Mas eu já tinha criado uma espécie de conformismo dentro de mim, sei que se Lara estivesse bem já teria voltado para casa ou dado algum sinal de vida. Ela nunca me deixaria presa nessa angústia sem fim, sem saber a verdade. Se estava morta ou não.

— Nada de ficar triste, ok? — Théo acariciou o meu rosto, me trazendo de volta. Ele entendia que, às vezes, eu tinha os meus momentos. — E aí, pensou sobre mais tarde? — Perguntou. Estava se referindo ao cinema que ele me convidou para ir à noite.

— Hum... ainda não. — Brinquei, mas ele riu e me beijou mais uma vez.

Com a gente sempre foi assim, pelo menos tem sido neste último ano, nos dávamos muito bem um com o outro e além de tudo ele se tornou o meu amigo mais importante. Théo era um bom ouvinte e conselheiro também.

— É sério, duvido que você queira perder a Danvers dando uma surra naquele otário. — Ele arqueou a sobrancelha.

— Ok, você venceu. — Revirei os olhos. Eu era apaixonada pela Capitã Marvel, e jamais perderia a estreia do segundo filme. — Você pode me buscar lá no salão mais tarde?

— Sim, umas 18h eu passo lá. — Concordou.

— Já estou indo, pessoal, muito obrigada por tudo. — Dei um beijo no rosto de cada um dos meus amigos e da tia, depois recolhi minha bolsa e desci em direção ao salão.

Sombras do Amor [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora