Estamos chegando.

212 13 0
                                    

Clary decidiu ir para a mansão dos Ligthwood por insistência de Magnus e Cassandra, já que todos eles dormiriam lá essa noite. Era a desculpa perfeita para se livrar da fúria do pai por mais algumas horas, mas aqui estava ela agora passando pelas portas do esconderijo dele antes do almoço. Ela esperava que Valentim gritasse com ela, a humlhasse, ou ate mesmo tentasse matá-la, mas com certeza não esperaria aquele sorriso em seu rosto.

—Clarissa.—ele se levantou com os braços abertos.—Vamos sente-se.—Clary olhou para a cadeira, depois para ele.—Ou não, você quem sabe.—ele deu de ombros e se sentou.

—Sobre ontem...eu queria...

—Não precisa se explicar.—Valentim bebeu seu whisky, o sorriso no rosto.—Confio em seu julgamento, no treinamento que eu mesmo te dei, se acha que não era a hora certa, então não era.—Um longo silêncio se estendeu.—Precisa de mais alguma coisa ? Tenho uma reunião agora.—ele encarou o relógio, Clary acenou e saiu do cômodo.

Ele estava aprontando alguma coisa, ele nunca falaria isso com ela, em qualquer outra ocasião ele teria jogado a mesa longe, quebrado uma de suas garrafas de whisky e gritado com ela por horas, mas com certeza não sorriria e falaria que estava tudo bem. Estava acontecendo alguma coisa, e Clary iria descobrir oque era.

Clary estava sentada em sua cama, a cabeça escondia pelas mãos. Em qualquer outra ocasião ela saberia oque fazer, ela mataria quem fosse preciso, ou simplesmente fugiria, mas agora com izzy e os outros... Ela teria que achar um jeito de ficar e de ninguém morrer com isso.

---

—Izzy esta me odiando agora, não que ela já não fizesse isso.—Alec pegou o paletó e o vestiu.

—Ela está chateada, eu disse que era melhor contar.—Alec parou de abotoar o paletó e encarou Magnus, que andou até ele e colocou as mãos em sua nuca.—Eu entendo por que quis guardar segredo, mas está na hora.—Magnus desceu as mãos e acabou de abotoar o paletó.—Hoje a noite. Marque com todos na mansão.—Alec concordou, e então saiu.

Alec se lembrou da noite em que chegou em casa e viu clary conversando com Magnus e Catarina, quando questionou Magnus sobre isso.

"Eu entendo que tenha problemas de confiança e não queira contar para os outros, mas Clary é minha amiga, e eu não tenho esse problema."

Primeiro Alec se sentiu chateado, mas agora ela conseguia ver que o namorado está certo. Namorado, logo essa palavra não sairá mais da boca de Alec, não quando, na viagem a Inglaterra que acontecerá manhã a noite, Alec irá o pedir em casamento.

---

Clary ficou indo do quarto para a cozinha e da cozinha para a sala e fez esse mesmo caminho centenas de vezes. Ela ignorou o telefone tocando, o sol que aos poucos ia se pondo, a fome e o cansaço que a tomavam. Quando andar se tornou impossível pela escuridão, ao invés de acender as luzes, ela apenas se sentou aonde estava.

O dia inteiro ela pensou em soluções para seu problema. Ela poderia concertar isso os entregando para o pai, poderia contar para eles a verdade, ou poderia continuar a vida que conseguiu construí nas últimas semanas, mas Valentim nunca deixaria. No final ela decidiu não decidir nada. Ela se levantou e olhou no telefone. Havia várias mensagem de Magnus e Casandra avisando sobre o encontro na mansão em alguns minutos, então ela tomou um banho e se arrumou.

Quando desceu do taxi e atravessou os portões havia três carros. Ela seguiu e entrou na mansão. Quando entrou seus olhos se arregalaram. Dezenas de olhos a encaravam.

Izzy estava em um dos sofás entre Jordan e Lydia. Ela olhou para Clary, e então desviou. Cassandra dividia o outro com Max, e ao lado, sozinho na poltrona estava Jace. Cassandra chamou Clary, que andou até ela.

MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora