Thirtieth-ninth Chapter

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I'm a phoenix in the water
A fish that's learned to fly
And I've always been a daughter
But feathers are meant for the sky

LÍRIO VILHENA

Enxuguei as mãos no pano de prato, após lavas as mamadeiras sujas que fui deixando pela casa ao longo da tarde. Como o combinado, passamos o ano novo com meu pai e agora, quase duas semanas depois, estávamos nos readaptando com as mudanças que o sexto mês de Tiago trouxeram.

Com a introdução alimentar, descobrimos várias alergias a frutas que não imaginávamos que era possível, como a laranja, que ele apenas tomou do suco sem nenhuma adição e teve febre a noite inteira, com dores no estômago. E agora, estava um chamego doido com a gente que não queria mais dormir fora do colo.

— Está com fome? — Pergunto ao meu noivo, entrando na sala e sentando ao seu lado no sofá, recebendo Tiago nos braços.

— Pior que sim. — Respondeu, arrumando o filho em meu colo, deitando a cabeça dele entre meus seios, onde ele mais gostava de estar. — Quer que eu peça algo?

— Queria cozinhar. — Favo beiço e ele dá um sorriso, se aproximando e me dando um selinho demorado. — Você está estranho, o que aconteceu?

— Dhía aconteceu. — Bufou, desbloqueando o celular e e monstrando algumas mensagens dela.

Nelas a ex-mulher de Rigoni, falava que queria ver o filho que era dela e que iria recorrer ao juiz. Fiquei nervosa, mesmo sabendo que era impossível porque o que ela fez, foi abandono de incapaz e se nós quiséssemos até poderíamos denunciar, mas não o fizemos em respeito as duas famílias — que eu nunca entenderia o peso dos sobrenomes —, e pela insistência dos advogados.

— Não vai dar em nada. — Falo na tentativa de o tranquilizar, tentando parecer calma. — Temos a condição de que ela não o queria, e o termo assinado por ela.

— Mesmo assim, tenho medo de acabar perdendo nosso filho e...

— Não vamos pensar isso, ok? — O corto. — Vamos lembrar que o casamento logo logo bate a porta, e estaremos casados. — Sorrio e ele me retribuiu.

*

alguns meses depois

O nervosismo me consumia de forma avassaladora. Rigoni e eu decidimos fazer uma  cerimônia simples no cartório, com apenas amigos e familiares, após aquilo um jantar no quintal de casa com os presentes na união.

Mas eu estava atrasada, já que Tiago mais uma vez teve febre e eu esqueci do remédio dele em casa, e tivemos que ir buscar — Cris era uma péssima motorista nos momentos de desespero — para que mais uma vez ele não parasse no hospital, como na semana passada.

Agora com dez meses, os dentes começaram a crescer o deixando mais dengoso que o normalmente ele já era comigo ou com o pai.

— Você chegou. — Ouço meu noivo falar e entreguei nosso filho a dona Leda, que representaria a mãe de Rigoni na união. — Achei que iria me deixar plantado aqui, sem noiva e sem filho.

— Ih querido, eu iria mesmo mas Cris não deixou. — Digo, me aproximando e lhe cumprimentando com um selinho demorado. — Você está lindo de terno e gravata.

— E você linda de noiva. — Sussurrou, me beijando outra vez.

— Já podem entrar. — Ouvimos a autorização e as portas se abriram.

Foi impossível conter o sorriso, ao ver nosso amigos mais próximos e familiares amáveis, todos reunidos para presenciar o nosso amor ser passado ao papel, não que isso fosse muito necessário, mas se Rigoni me pediu em casamento, quem seria eu para negar.

𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 & 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 ━━ Emiliano Rigoni Onde histórias criam vida. Descubra agora