Sorvete e Bandeira Verde!

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Balu estava definitivamente de férias!

Isso mesmo! Nada de missões, nem monstros horrendos ou enigmas paranormais. Apenas sol, praia, vôlei, sorvete, castelos de areia, iscas de peixe e água salgada no nariz.

E ele não era o único que estava precisando de um tempo de sossego.

— Rubinho! — A voz espalhafatosa chamou alegre, se aproximando do baixinho que trajado em um calção de banho e óculos escuros estilosos sentava confortável em uma espreguiçadeira grande demais para seu tamanho. — Sorvete!

— Sorvete? — Mesmo que a principio parecesse até adormecido de tão tranquilo, o corpo pequeno se ergueu imediatamente ao ouvir aquela palavra em especial.

O sorriso de balu apenas se estendeu ao ganhar a atenção do baixinho, rapidamente se sentando na espreguiçadeira ao seu lado, entregando a casquinha de sorvete de flocos na mão dele.

— Esperou muito? Eu acabei batendo um papo com o sorveteiro, desculpa mesmo.

O pequeno negou com a cabeça, se sentando com um sorriso contido do rosto, soltando um suspiro ao olhar em sua direção. Puxou algo de sua bolsa enquanto dava uma lambida generosa no sorvete, como se quisesse devorar o possível dele naquele instante para passar por uma pequena abstinência.

— Balu. Tá queimado!

— Quê? — O mais alto fez sua melhor expressão de confusão enquanto se perguntava como era possível um sorvete estar queimado. Segurando a casquinha que Rubens lhe devolvia, tentando entender o que tinha de errado nela.

Viu o outro puxar o protetor solar e depositar uma quantidade generosa na mão, pegando uma pequena parte com os dedos e se virando pra ele.

O gelado do creme tocou suas bochechas, e então ele sentiu um alívio gostoso, finalmente percebendo como elas ardiam levemente. Assistiu sem conseguir pronunciar uma palavra sequer enquanto o outro lhe acariciava o rosto, espalhando o produto de forma a deixá-lo bem concentrado nas áreas mais expostas ao sol.

— Fica de papo embaixo do sol, besta! — O pequeno reclamou risonho, nem percebendo como o amigo estava paralisado sobre seu toque. Parou o que fazia apenas por um segundo, segurando a mão do mais alto, que segurava sua casquinha, lhe dando mais uma farta lambida, na parte que ameaçava derreter, e logo voltando ao seu serviço. Encheu as mãos com mais protetor, espalhando pelos ombros, peito, costas e braços, subindo de volta pelo seu pescoço e completando com a sua única orelha. E finalmente seus olhos se encontraram em meio a tudo aquilo.

O baixinho não entendeu muito da expressão de surpresa que o outro tinha, muito menos as bochechas vermelhas, que pareciam bem mais afetadas pelo sol do que fato estavam.

— Tá bem?

— Hm? Tô, tô ótimo! Olha, sua casquinha tá derretendo...

O grandão rapidamente devolveu o sorvete nas mãos do pequeno rapaz de fios acinzentados, sentindo o rosto quente perturbando seu raciocínio. O que foi aquilo afinal?

As mãos pequenas que pescaram a casquinha tinham mesmo acabado de fazer o tour completo pelo seu tronco? Como se nada tivesse acontecido!

O mais alto assistiu, ainda um tanto chocado enquanto o outro pegava seu sorvete em estado avançado de derretimento e começava a lamber e chupar* tudo o que pingava, se sujando mais do que o apropriado para aquela situação. Ainda sentindo o caminho que as mãos pequenas haviam feito pelo seu corpo.

Ambos estavam aproveitando a tarde na praia juntos, enquanto o resto da equipe tinha decidido por variados destinos naquele dia de viagem.

Dante e Arthur foram visitar uma cachoeira, sendo prontamente acompanhados no passeio por Joui, era cômico assistir a dinâmica que os três tinham. Carina tinha concordado em vir para a praia com a dupla, mas a algum tempo tinha saído para dar uma volta com uma bela senhorita com quem havia se engraçado, e pela demora certamente estava aproveitando bastante. Sobrando os dois, que pareciam sempre acabar sozinhos juntos.

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