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Nós nem sempre conseguimos alcançar a profundidade que almejamos, às vezes tentamos soar como um poço de complexidades, algo que é inexplicável e incompreensível diante de todo o resto, mas por natureza, já somos tão complexos e incompreensíveis que nos deixamos levar pelos pensamentos de que somos comuns ou simplesmente superficiais demais, mas como já dissera um grande amante certa vez...
"Pessoas desinteressantes não se preocupam em não serem desinteressantes"
Sim, querido Goldberg, você estava certo, mas é esse o ponto.
Se você se preocupa com sua profundidade ou complexidade, é o primeiro passo, porquê....
Você está pensando em si mesmo, quer se evoluir, quer se deixar mais complexo e profundo, não é só mais um zumbi e uma marionete da sociedade, e ao menos tenta se livrar do controle da grande necromancia que é a vida.
Você enxerga os detalhes?
Compreende a complexidade dessa analogia? Dessa metáfora sutil?
A vida é a maior necromancia existente e todos nós somos suas criaturas sendo controladas pelo que costumam chamar de destino.
Um necromante manipula a morte, não te incomoda o fato de a maior necromancia de todas ser a própria vida?
Você tem a complexidade necessária para me entender? Tem a maturidade o bastante para entender que todos nós, alquimistas, temos um histórico de longa data com desaparecimentos frequentes, e sumiços sem explicação?
"Onde você estava?" "Você vai simplesmente desaparecer sem nunca me dar uma explicação concreta de tudo o que estava fazendo, ou onde esteve em todo esse meio tempo sem fim?"
Respondendo às suas perguntas idiotas e invasivas em excesso das quais vocês sequer tem o entendimento necessário para compreendê-las;
Eu estava adentrando em mim mesmo, navegando pelo meu lar de mortos e lamentos, riachos de sangue, pilhas de corpos, eu estava viajando pela escuridão existente em mim, manipulando-a para não deixar que ela me manipule outra vez.
Eu e nenhum outro teria uma explicação concreta de tudo o que estive fazendo, ou sequer por onde estive. Nem mesmo nós nos compreendemos certas vezes, demônios mentais, vampiros internos sugando sua energia vital e se alimentando da sua saúde psicológica instável, exausta e à beira da inexistência.
Não, nenhum de vocês tem o entendimento necessário para ouvir a verdade sem que se machuque ou se questione do que está ouvindo. Você nunca irá entender o que eu quero dizer quando digo que estou me tornando o monstro que eu sempre cacei, é como um Van Hellsing se tornando um vampiro, o sentimento de tudo o que você mais odeia correndo livre pelas suas veias como veneno, te consumindo por dentro, queimando sua garganta como sangue de górgona, adentrando seu sistema nervoso e tomando controle das suas ações, acionando seus mecanismos de defesa contra seus próprios defensores, seu instinto mais humano aflora e te leva a cometer atos que até o próprio demônio abominaria, e isso pode parecer apenas mais uma metáfora idiota, mas a verdade?
A verdade vocês nunca saberão, porque ela está debaixo dos seus narizes empinados em direção aos seus futuros, passados e presentes medíocres e sem sentido algum. Nunca saberão a verdade sobre nada do que afirmam ou do que não conhecem, pois a verdade está dentro de você, está aí, no seu interior, rasgue sua pele, arranque sua carne, entre seus tendões, nervos ópticos ou sua coluna vertebral, pode estar a resposta da pergunta que nunca lhe foi dada a resposta. Todos são tão iguais tentando se diferenciar, e todos que se diferenciam demais acabam se tornando mais normais do que os outros, porque entram em padrões e rótulos idiotas e ridículos, criados por pessoas estúpidas e que se sentem na liberdade de controlar o que é mostrado em público.
Mas realmente, é exatamente isso, é mídia, é cena, o que realmente almejam é a atenção, não sabem de quem ou do que exatamente, apenas tem essa sede insaciável pela atenção porque não consegue reconhecer a si mesmo, não consegue ter a própria atenção. Se realmente quer todos os olhos sobre você, arranque os orbes oculares de quem quiser e deixe na sua estante, para que os observe constantemente, mas quando quiser realmente ver a si mesmo, arranque seus próprios olhos e coloquem-no em alguma superfície com as íris e pupilas em sua própria direção para que se enxergue.
Pelo que sei... ninguém iria conseguir enxergar sem os olhos, não? Claro... a mesma pergunta idiota de sempre
A diferença entre os alquimistas e o resto das pessoas? Bom, pode se dizer que nenhum dos dois sabe a verdade, mas o que realmente os diferencia é que os denominados alquimistas, buscam a tal verdade, dentro de si mesmo, adentrando os mais profundos poços de trevas e desgraças apenas com a chama interior, estão dentro do seu próprio universo procurando não pela verdade, mas a si mesmos. São vazios, suas almas já são negras, eles bebem o frasco de Estus para que o fogo líquido purifique suas feridas e lhes conceda mais energia vital, se revitalizam, para lutar com seus próprios monstros, seus demônios do passado, que os aflige e torturam eternamente, seus vampiros em porões que se escondem no seu lado mais sombrio evitando a luz para que possa reter sutilmente cada gota de sangue derramada dos seus pulsos, eles sentem a navalha rasgando sua pele, sentem o sangue saindo, seu cheiro pútrido, porém dócil, suave, vivo, e é isso que eles querem, querem mais sangue, se alimentam de sua dor e se revitalizam com seu precioso fluido sanguíneo enquanto você morre aos poucos.
Mas para algum alquimista que convenientemente ler isso, e achar que esta constelação está sendo um tanto quanto dolorosa, se acalme, sente-se ao lado da fogueira, guerreiro, encha os seus frascos com o mais puro fogo, recarregue sua mana, retenha seus feitiços, abra os olhos, e com sua alquimia, veja tudo, sem limitação, sem obstáculos, sem barreiras. Este mundo é sombrio, mas continua sendo só seu, mate qualquer invasor, execute sem piedade aqueles que se opuserem ao seu destino que está sendo moldado por você neste exato momento. Há muito pela frente, meu caro companheiro, mas não tema, sempre existirão mais fogueiras e ferreiros que lhe forjarão as mais afiadas e letais lâminas, repararão sua armadura e lhe darão equipamentos novos, nos vales da sombra e da morte, colha as plantas venenosas, use de seu veneno para envenenar os seus inimigos, roube suas almas, e recomponha a sua, afinal, cada uma delas, é um fragmento da sua alma que se perdeu a cada trauma e constrangimento.
Vá em paz, irmão, a irmandade lhe abençoa e lhe protege, que a luz te guie, e que as trevas se tornem um instrumento que facilite a sua jornada até o seu objetivo final, seu Rebis, sua criação suprema ou seja lá o que for, FLUXON NECRUS até que termine OXYGON.
De algum alquimista qualquer, dos anéis de saturno e todas as suas luas, até o fim das constelações, até o núcleo de si mesmo
Boros