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Janet

Yeosu, Março de 1686

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Yeosu, Março de 1686

A cerimônia por si, foi um momento breve, mas os votos pareceram travar o tempo em uma linha sem fim. Olhar nos olhos dele, ter de encarar tal frieza quando não havia culpa de nenhuma das partes era doloroso e causava culpa.

Eu não podia impedir aquilo, ele era o homem, ele deveria ter rejeitado, mas não. Minha influência sendo mulher era inexistente e não adiantaria nenhum escândalo feito. No final de tudo, estava cumprido com um dever. Seria apedrejada pelas duras palavras dele pouco a pouco.

─ Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Minhas mãos transpiram nas luvas e ele se aproximou vagaroso, fechei os olhos com o peito acelerado e senti o toque de seus lábios nos meus diante do silêncio alheio. Foi breve e, quando percebi, os convidados soaram uma salva de palmas curtas após nos virarmos.

Sua mão segurou a minha e fomos para a área aberta da fazenda onde havia algumas mesas e empregados esperando para servirem. Taehyung se afastou sendo levado por meu pai para conhecer algumas pessoas e fui a procura de comida, estava com a vista turva de fraqueza por não ter me alimentado corretamente nas últimas horas.

Sentia os olhares e não levantava meu rosto. Ouvia os cochichos e alisava meu vestido enquanto me apoiava na mesa. A noiva estava sozinha, isso era um bom motivo para falatórios. Deveria haver pessoas ao meu redor e segurando minhas flores e véu, era o que acontecia nos outros matrimônios.

Estava perdida na mente quando Nara apareceu com um sorriso cínico trajando nada diferente do que costumava usar, provocante e chamativo, suspirei cogitando procurar qualquer coisa para me retirar, sua presença era desconfortável.

Dei passos para fora da tenda e ouvi suas passadas logo atrás. Alguém poderia se alterar e estar distante era o melhor.

─ Devo lhe dar os parabéns, que marido!

Olhou de lado para Taehyung, que conversava com alguns sócios do meu pai do outro lado do salão. Queria estar perto, mas longe também. Mesmo sendo tudo falso, ele deveria segurar minha mão e fingir sorrisos. Isso diminuiria minha vergonha. Meu pensamento me assustou, estava preocupada com a imagem pública, algo que aprendi a não dar importância por muitos anos.

─ Sim, e é meu marido, Jung.

Dei alguns goles na taça com suco para diminuir a vertigem da tontura. Ela olhou outra vez para trás e se aproximou ao segurar meu braço.

─ Por favor, não fique com ciúme, querida prima. Foi só um comentário inocente. Todos aqui ouviram bem as palavras do juiz.

─ Estamos no meu casamento, caso não tenha percebido, Nara, cuidado com suas palavras. Com licença.

MARQUESA • kthOnde histórias criam vida. Descubra agora