O garoto mais popular da escola.

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(Mais um dia nessa merda de escola...)

Penso colocando meu headphone, da qual música nenhuma tocava. Apenas o usava como pretexto para não ter que conversar ou interagir com os outros alunos.

Atravessei a rua quase sendo atropelado por um grupo de esqueitistas com suas jaquetas jeans e bermudas rasgadas.

– Sai da frente, otário!
Gritou Samuel. Um garoto alto e forte, de cabelos loiros da qual carregava sua bolsa em apenas um ombro e mostrava o dedo do meio para mim.

Junto a este grupinho de babacas estava Brian, o garoto mais popular da escola atualmente. Sua popularidade se deve ao seu pai, cantor principal de uma banda de rock internacionalmente famosa. Ele era meu vizinho até seu pai se mudar para um bairro mais rico, apenas permaneceu nesta escola por que creio eu que seu pai tem uma agenda de turnê na cidade.

– E aí, Brian?
Disse um garoto do terceiro ano, alto, com jaqueta de couro e um pirulito na boca.

– Fala mano. Beleza?
Respondeu Brian pegando seu skate e o cumprimentando com um soco no ombro.

(Que idiotas...)

Pensei caminhando para a escola da qual eles conversavam na entrada apoiados ao portão. Passei por eles de cabeça baixa e segui pelos corredores até minha sala. As aulas já haviam começado há mais de um mês, mas aquele era meu primeiro dia de aula. Me sentei em uma das carteiras da frente.

– Temos um aluno novo?
Perguntou uma professora alta, cabelo curto usando uma jardineira.
– Como se chama?
Perguntou ela sorrindo.

Eu odiava ser o centro das atenções e percebi que sentar próximo a professora seria a pior decisão que eu poderia tomar. Me levantei e segui para uma das mesas do fundo deixando-a sem respostas.

– Bem, se não quer falar, na hora da chamada eu descubro.
Disse ela sorrindo e voltando a anotar no quadro.

Podia ser algo da minha cabeça, mas parecia que todos os alunos estavam me encarando e cochichando enquanto me olhavam.

(O que estes inúteis estão olhando?)

Pensei olhando ao redor, encarei minha mesa completamente rabiscada com assinaturas estranhas e desenhos duvidosos, peguei minha borracha e comecei a apagar.

Naquele momento, Brian havia entrado sendo cumprimentado por basicamente todo mundo, até mesmo pela professora. Seu cabelo curto e preto era bem cuidado e parecia brilhar, seu corpo muito bem definido se destacava mesmo por baixo do uniforme branco e seus olhos ameaçadores se estreitavam em seu rosto bonito.

(Exibido. Não sabia que ele era desta sala...)

Pensei dando uma breve olhada nele e voltando a apagar os desenhos da mesa. Ele parou em minha frente retirando sua bolsa do ombro e colocando sobre minha mesa. Retirei o headphone e o encarei sem entender.

– Você está no meu lugar.
Disse ele sutilmente.

– Não é seu lugar.
Eu disse o encarando.

Ele apontou para uma assinatura na mesa da qual tinha o seu nome. Com a borracha apaguei o rabisco. Brian pareceu sem graça enquanto todos olhavam espantados e murmuravam.

– Algum problema aí atrás?
Perguntou a professora se virando.

Ele pegou sua bolsa.
– Problema nenhum professora.
Disse Brian se sentando na mesa em frente a minha.

– Guarda este headphone.
Disse ela apontando para mim. Assim o fiz pegando meu caderno na mochila e bufando de leve.

A chamada foi feita, a professora se sentiu satisfeita em saber o meu nome e Brian fez questão de se virar para trás no momento em que eu confirmei minha presença, me olhou de baixo a cima e depois se virou para a frente.

Na Carteira De Trás (+18) (Corrigindo)Onde histórias criam vida. Descubra agora