𝑯𝒐𝒋𝒆 𝒆́ 𝒐 𝒈𝒓𝒂𝒏𝒅𝒆 𝒅𝒊𝒂!

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05:00


O sol mal havia esquentado a superfície do Rio de Janeiro e o Imperador do Brasil já se encontrava desperto. Ainda deitado, olhava o teto, acompanhando os raios solares adentrarem calmamente seus aposentos pela fresta da cortina, trazendo a claridade matinal para o quarto. 

A coberta que estava na altura de seu peito é puxada e arrastada para o lado, o descobrindo. Pedro sorri e apenas acompanha com os olhos baixos a perda do tecido que o esquentava. O monarca ri baixo de forma anasalada.


— Hmm...? Que horas son...? — Teresa murmura ao escutar Pedro. Ela vira o rosto e, com muito custo, abre minimamente os olhos, percebendo que seu marido a olhava. Ainda sonolenta o observa, notando que a coberta estava toda com ela. — Scusate... — a Imperatriz se desculpa e começa a devolver metade do cobertor, mas Pedro nega rindo.

— Não se incomode, Teresa. Já vou levantar. — ele devolve o tecido macio e quentinho.


Sem questionar, Teresa se embrulha deixando apenas a cabeça de fora, se aconchega e suspira retornando ao conforto para recuperar seu sono. Mas não passam cinco segundos e ela abre os olhos em um susto, jogando a coberta para os pés e sentando na cama com agilidade. Pedro se senta também, preocupado com a esposa. Teresa se adianta e antes que o seu marido pudesse perguntar se estava tudo bem, ela puxa a fala:


Dio Santo! O casamento...!


O Imperador se tranquiliza ao entender o que se passava. Rindo, se aproxima da Imperatriz que parecia confusa.


— Teresa, são 05:10 da manhã... O casamento é só no início da tarde. Não estamos atrasados. — ele explica entre risos.


A italiana se alivia daquela tensão e leva as costas para trás, deitando novamente. Pedro pega o cobertor no canto da cama e o estica sobre o corpo da esposa, a cobrindo. 


Grazie... — agradece se ajeitando.

— Por nada. Agora... Tente descansar um pouco mais. Hoje será um grande dia, meu amor. — Pedro usa de uma voz tão baixa que se assemelha a um sussurro, enquanto se reclinava para beijar a testa de sua esposa que sorriu ao sentir os lábios do marido tocando sua pele. Ele afasta minimamente o rosto. — Buon giorno. — lhe dá mais um beijo no mesmo local.

Buon giorno... — Teresa responde com um sorriso aberto e olhos fechados.


Dom Pedro se levanta tentando fazer o mínimo de movimento e barulho na cama possíveis. De pé se espreguiça e ajeita seu pijama, pega sua muda de roupas clássica: a camisa social branca, calça, colete, cinto, meia e sapato pretos. Ainda zelando pelo silêncio para sua amada, opta por se trocar no banheiro.

Arrumado, o Imperador deixa o banheiro e, na porta, admira, com um sorriso, Dona Teresa Cristina dormir angelicalmente.

Algumas memórias boas passam pela mente do Monarca. De forma nostálgica ele sai do quarto e caminha pelo corredor da Quinta. Cada passo dado parecia ter mais importância hoje... 

Nesse horário, ninguém havia acordado, apenas Pedro que vagava rumo ao quarto das filhas.

Ele abre cuidadosamente a porta e se depara com suas duas filhinhas dormindo. O Imperador adentra o cômodo e fecha a porta. Voltando a olhar, primeiro para Leopoldina que roncava alto e, em seguida, para Isabel. Os olhos do pai se enchem de água. Aquelas "filhinhas" já não eram pequenas meninas... Eram grandes mulheres. Lindas mulheres.

𝓟𝓮𝓷𝓼𝓪𝓶𝓮𝓷𝓽𝓸  𝓕𝓲𝔁𝓸Onde histórias criam vida. Descubra agora