little star

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"você me lembra que
não há nenhum perigo
no quarto escuro pra dormir,
e agora eu durmo bem."
— anavitória

Hyung... Você tá acordado?

A princípio, Hyunjin estranhou o barulho da porta de seu dormitório se abrindo em plena madrugada. Ao ver a silhueta de um Jeongin sonolento e com um bico nos lábios, entretanto, entendeu o que estava acontecendo.

Às vezes o Yang tinha dificuldade para pregar o olho, então ia de fininho ao dormitório do mais velho em busca de um carinho. Porque, quando estavam juntos, sentia-se completamente acolhido, quentinho e seguro.

— Tô, sim, bebê.

— É que eu não consigo dormir...

— Vem cá — Hyunjin convidou, chegando para o lado na cama, dando-lhe espaço.

Aconchegando-se pertinho do corpo maior, Jeongin foi abraçado com ternura e recebeu um cafuné.

— Confortável? — Hyunjin disse suavemente, a voz morna resvalando nos cabelos cheirosos do Yang.

— Uhum. — Jeongin, então, olhou para cima, buscando o olhar alheio. — Eu tive um pesadelo.

Como das outras vezes, os problemas emaranhados, a rotina rígida do Stray Kids e o estresse culminaram como um monstro assombrando seus sonhos. E, como das outras vezes, Hyunjin sabia bem o que fazer para confortá-lo.

O Hwang, então — entre luzes fracas, mãos dadas e beijinhos no topo da cabeça do namorado, que repousava em seu peito —, contou uma história sobre uma estrela. Ela brilhava em meio à escuridão. Será que as constelações costuradas no céu eram as mesmas que brilhavam quando eram crianças? Naquele tempo, passavam o dia brincando e, quando a noite caía, deitavam-se lado a lado na grama do quintal de Hyunjin, as pernas magrelas sendo picadas pelos mosquitos e as bochechas cheinhas sendo beijadas pelo sereno. Gostavam de apontar para cima e dar nomes às estrelas.

Enquanto isso, o Yang ouvia com atenção, mãos se encontrando debaixo do cobertor, dedos se entrelaçando. Escutar a voz de Hyunjin era como segurar uma xícara com as duas mãos e sentir o calor do café se infiltrar em suas palmas.

Talvez eles devessem escrever uma música sobre isso. Talvez Jeongin ajudasse com a melodia, dedilhando-a no piano do practice room. A sala seria preenchida por sua voz, doce como algodão. Os demais membros do grupo estariam espalhados pelo prédio da empresa, ocupados com outras tarefas, o que os deixaria a sós. E talvez, após a gravação da música, Hyunjin seguraria Jeongin em seu colo, beijaria sua boca com paixão e eles fariam amor ali mesmo, sobre as teclas graves e agudas do piano cujo som se misturaria aos gemidos.

Quando se entreolhavam, viam seus destinos inteiros dentro de uma pessoa. Porque Jeongin se desmontava por Hyunjin, e vice-versa. Eles lembravam um ao outro de que não havia nenhum perigo no quarto escuro, estava tudo bem, e poderiam dormir tranquilos.

Portanto, quando a história acabou, Jeongin já se sentia melhor. Era como se um cachecol macio envolvesse seu coração.

— Obrigado, amor. — Jeongin quase sufocou o mais velho em um abraço, respirando o aroma gostosinho do perfume dele, antes de se apoiar nos braços e sentar na cama, afastando o cobertor do corpo. — Acho melhor eu voltar pro meu quarto. A gente tem que acordar cedo amanhã pra praticar.

Hyunjin cobriu Jeongin novamente.

— Dorme aqui comigo — pediu.

O Yang deixou um sorriso escapar e acabou voltando a se deitar, embora tivesse perdido o sono devido ao pesadelo. Por outro lado, a agradabilidade em dormir junto com o mais velho, somada ao cafuné, fez com que Jeongin relaxasse instantaneamente ao repousar a cabeça no travesseiro.

— Bons sonhos — Hyunjin sussurrou. — Innie?

Àquele ponto, Jeongin ressoava baixinho. Adormecera entre os braços do Hwang, com as costas próximas ao seu peito, envolto no calor e no carinho que recebia nos cabelos.

Hyunjin deixou um beijo singelo em sua testa, por cima da franja. Em breve fecharia os olhos e deixaria o sono lhe embalar também, com o aconchego de ter o namorado ao seu lado.

— Boa noite, amor.

晚安; boa noite, amor | hyuninOnde histórias criam vida. Descubra agora