23. ALESSA & NINO.

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ALESSA

O primeiro evento que compareci depois do fiasco que foi meu noivado havia sido o pior evento que eu já havia ido. Todos olhavam em minha direção e cochichavam. Eles não estariam me encarando e zombando tão abertamente se soubessem que Cassio estava morto por minha causa. Chegar em casa foi um alívio, principalmente quando me joguei na cama ainda de sapatos e vestido de festa e liguei para Nino pelo meu notebook. Ele atendeu prontamente, mas sua visão me surpreendeu. Nino estava semi deitado com o notebook no colo — eu sabia que ele estava com o notebook porque ele não estava usando as mãos para segurar o celular ou o iPad — sem camisa e com uma garrafa de whisky na mão. 

— Ei. Você está bem? — Perguntei assim que a visão de seu peito nú terminou de me esbabacar. Eu sempre me ressentia do corpo de qualquer homem, mas com Nino era diferente. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Um sorriso preguiçoso se delineou nos lábios de Nino. 

— Apenas meio bêbado, mas bem. — O loiro disse lentamente. — E você?

Me sentei na cama, cruzando as pernas sob o vestido apertado e rolei os olhos apontando para a roupa. 

— Dia de festa. — Zombei. — Além do vestido horrível, todo mundo estava me olhando. 

Nino soltou uma risada baixa e por um momento me perguntei o que era a emoção no olhar que ele me deu ao examinar meu vestido. 

— Esse vestido é tudo, menos horrível. — Nino murmurou dando um gole longo no whisky. — Céus, como eu queria tira-lo de você.

Congelei. Suas palavras me assustaram tanto quanto me deleitaram. Por um lado, saber que ele me desejava me fazia sentir terror, um medo paralisante que se infiltrava em cada célula do meu corpo. Por outro lado… Eu me sentia quente. Completamente quente. 

— Desculpe, eu não deveria ter dito isso. — Nino passou a mão livre pelo cabelo e franziu os lábios. — É sério. Eu nunca… Porra. Você está bem?

Eu não estava bem. Eu também não estava mal. Eu não sabia como me sentir. Eu confiava em Nino e definitivamente não o considerava apenas um amigo. Um sentimento denso e novo tomou conta do meu corpo, arrepiando meus pelos e enviando uma chama de desejo para o meu peito. Eu estava atrás de uma tela, e era Nino. Apenas Nino. Aquele que havia matado por mim, não somente uma vez. Aquele que tinha jurado e cumprido fazer tudo, absolutamente tudo, por mim. Eu amava aquele homem, eu confiava naquele homem. Agarrei a lateral do vestido com as mãos trêmulas, sem coragem para olhar para a tela, e lentamente desci o zíper do vestido de gala. Era a minha escolha. Ninguém estava me forçando. Eu havia escolhido Nino, e eu estava escolhendo tirar minha roupa para ele. Quando abaixei a parte superior do vestido, expondo meu sutiã de renda preta e a pele de meu estômago, olhei em direção a Nino. Seus olhos cinzas estavam extremamente focados na tela e seu peito subia e descia rapidamente. Eu o afetava? Nino mordeu o lábio inferior com força, um hábito que ele tinha para segurar o riso ou fazia quando estava nervoso. Eu apostava no segundo, porque o desejo em seus olhos não deixava espaço para graça. 

— Você não disse que queria tirar meu vestido? — Eu perguntei com cuidado. — Estou o tirando por você. 

— É uma visão do caralho. — Nino disse em uma voz profunda. — Eu só estou com medo de dizer algo que te assuste e que te faça se vestir quando… Porra. Quando eu só quero que você tire mais.

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Onde histórias criam vida. Descubra agora