26. ALESSA.

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Nino escapou para o meu quarto quando todos já haviam ido dormir após o baile. O loiro trancou a porta girando a chave várias vezes antes de se jogar ao meu lado na cama. Dessa vez, ele não perguntou se poderia me beijar, apenas o fez, seus lábios macios deslizando contra os meus enquanto suas mãos permaneciam firmes no meu pescoço e cintura. Caralho. Eu mal podia acreditar que era a sua noiva, mesmo que ninguém soubesse. Minha vontade era de contar para todos, mas Nino havia sido sábio em dizer para esperarmos antes de falarmos com papai e Thomaz. Cassio estava morto há pouco tempo, assassinado, se Nino pedisse minha mão em casamento cedo, as pessoas poderiam desconfiar de seu envolvimento. 

— Então… — Eu comecei acariciando os cabelos dele, amando ver como seus lábios estavam vermelhos depois de me beijar. — Eu sei que as pessoas não podem saber, mas… Estamos mesmo noivos? Oficialmente? 

Nino sorriu, um sorriso lindo que mostrava seus dentes alinhados e fazia suas covinhas aparecerem. 

— Sim. — Nino riu baixo. — No mundo normal eu te pediria em namoro, eu acho. Mas é tipo isso. 

— É estranho… — Murmurei. — Eu tenho vinte e um, você vinte e oito, e não podemos simplesmente decidir por nós mesmos. Nosso relacionamento precisa de aprovação do meu pai e dos nossos Capos. 

— Exato. — Nino se virou na cama, me puxando para o seu peito, e passou os braços ao meu redor. — Você acha que seu pai irá reagir como? 

— Eu não sei. Ele deixou que Cinzia se casasse com Samael porque eles se amavam, talvez ele faça o mesmo comigo. 

— Samael era o Consigliere. — Nino disse arqueando as sobrancelhas. 

— Você é o irmão do Capo da Camorra, o segundo no comando. — Eu o lembrei. 

— Em tese. — Nino disse rolando os olhos. — Eu deveria ser, mas não sou. Pela idade, eu seria Capo se algo acontecesse com Nico, mas como nada vai acontecer com ele, o segundo no comando é Luca. Ele é o Consigliere. 

Me ajeitei na cama até me sentar bem próxima a Nino. Essa era uma conversa que eu queria ter olhando para o seu rosto. 

— Você e Nico nasceram juntos. Você tinha tanto direito a ser Capo quanto ele. 

Nino franziu as sobrancelhas como se ser o Capo fosse algo inconcebível, depois algo estranho e desconfiado surgiu em seu olhos. 

— Você se incomoda? Comigo não tendo uma posição de poder? 

— Não. — Eu tive que controlar minha voz para não gritar. — Eu quero saber se incomoda você.

— Não. Eu nunca quis ser Capo. Sempre me contentei em ser o Consigliere do meu irmão. — Nino encolheu os ombros. — Mas eu fui dado como morto e o Consigliere agora é o Luca. 

— É o seu direito de primogenitura. — Eu disse baixinho.

— É isso que você quer? Que eu cobre meu direito de primogenitura? — As palavras de Nino foram duras e havia profundo conflito em seus olhos. 

— Não, Nino. Eu só quero o melhor para você. Eu não gosto da idéia de você receber menos do que merece. — Respirei fundo percebendo pela primeira vez que minhas palavras me faziam parecer interessada em uma posição de poder. Não era isso, nunca seria. Eu só queria que Nino me dissesse a verdade e eu não tinha certeza se ele estava fazendo isso.  — Eu não ligo a mínima para sua posição dentro do máfia, eu estou pouco me fodendo, sinceramente. Eu só estava querendo saber se você se importa com isso e como você não se importa, está tudo bem. 

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Onde histórias criam vida. Descubra agora