Meredith acordou dez minutos antes do despertador tocar e ficou assistindo Andrew dormir, ele estava com a respiração leve dormindo tranquilo, diferente de horas antes, ele se mexeu bastante, ela quis joga-lo para fora da cama a cada vez que ele se virava, mas achou que seria antiético expulsar o namorado da cama no meio da noite depois do sexo, e no fundo implorava para que seus problemas fossem apenas ele se revirando na cama para sempre. Mesmo sendo tudo tão rápido dessa vez, ela se sentia muito adaptada, continuando de onde pararam, ainda que existisse aquela parte que ainda não tinha raciocinado, aquela parte que ainda sentia que ia acordar em algum momento e ele estaria morto, e era assustador pensar nisso. Mas nem precisava se torturar assim, respirou fundo, e começou a acariciar o rosto dele, ele estava ali, inteiro, pelo menos por fora, por dentro estava tão frágil, e a impotência consumia à ela toda vez que pensava que não podia sarar a dor dele.
Continuou ali por um tempo o encarando, reparando em cada detalhe do rosto daquele italiano iluminado pela meia luz da manhã que atravessavam a cortina. Ela contou as sardas espalhadas pelo rosto dele, sentiu inveja daqueles cílios, e percebeu que o nariz esculpido pelo Jackson Avery (já que o que Deus fez, o Alex quebrou) era tão lindo.
— Por que você tá me encarando? — Andrew disse baixinho e ela se assustou. — Parece uma stalker.
— Você é lindo. — Ela falou dando um beijinho na ponta do nariz dele, que abriu os olhos e sorriu.
— Eu sei disso.
— E é convencido.
— Eu tenho motivos, namoro a mulher mais incrível e linda do mundo, eu posso me achar.
— Você tem um bom ponto.
Ele riu e a puxou pra cima dele, iniciando um beijo, calmo e cheio de amor, como dois adolescentes apaixonados, mesmo que ela fizesse de tudo para recuperar os meses perdidos, ela nunca conseguiria girar o relógio para ele como ele fazia para ela com gestos tão pequenos, ele tinha o dom de voltar no tempo, de parar o tempo, de controlar tudo ao redor de modo que ela só o enxergue. Mas só até a gritaria no corredor começar.
— Eu vou. — Ele disse quando ela ia se levantar.
— Não, Andrew, não precisa.
— Eu consigo dar um jeito nisso rapidinho com promessa de pizza. — Ele levantou e abriu a porta. — Bom dia, o que houve?
— A Zola tá no banheiro faz dez minutos, ela já desligou o chuveiro mas tá lá dentro enrolando. — Bailey falou irritado. — Eu tenho que lavar o cabelo.
— E eu... Eu não tenho nada importante, por mim eu nem tomava banho hoje, porque eu tomei ontem a noite, eu tô limpinha... Mas eu estou dando apoio pro Bailey. — Ellis falou rápido e Andrew se segurou muito para não rir da semelhança com a Amelia.
— Ellis, tem que tomar banho todos os dias... — Ele falou meio desnorteado e ouviu a risada da Meredith abafada. — Bailey, ainda tá cedo, vai dar tempo, a Zola agora é pré adolescente e ela vai ficar mais vaidosa, por isso ela está a mais tempo no banheiro... E você pode usar o outro, se você estiver com pressa.
— Mas eu tenho que lutar pelos meus direitos! Nós dividimos um banheiro e devem haver regras! Eu vou lutar contra esse sistema... Opressor!
— Meu Deus, onde foi que você aprendeu isso?
Andrew balançou a cabeça negativamente se controlando muito para não rir, então, a Zola abriu a porta do quarto já arrumada.
— Calma torcedores! Vai Bailey, vai lavar esse seu cabelo seboso. — Ela falou com toda calma.
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Favorite Crime - Reescrevendo
Fiksi PenggemarA vida após a morte continua? Para Andrew Deluca, sim, já que na verdade nunca conheceu a temida morte, passou perto dela, mas não a conheceu. Depois de ser cruelmente esfaqueado por um criminoso, sua vida corria mais perigo do que poderia imaginar...