Tudo Começa

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Há 1 semana atrás…

Estava a arrumar as malas, colocar roupa e organizando-as de acordo com as que queria levar, e as que queria que ficassem, pois minha mãe tinha-me dito que não cabia tudo dentro do porta-bagagem. Decidi então apenas levar 2 malas, a azul que continha roupas e sapatos, a rosa que continha maquilhagem e livros para ler pelo caminho, sim porque chegar até ao acampamento de férias iria demorar algumas horas. Carregada com as 2 malas, caminhei com algum receio de as deixar cair e pousei-as no porta-bagagem do carro.

–Vais gostar do acampamento, tenho a certeza. Sussurrou-me a minha mãe.

–Não tenho tanta certeza, preferia ir contigo em vez de ficar naquele acampamento estúpido. – Respondi.

Sim, eu naquela altura não queria ir para o acampamento, preferia ir a minha mãe a Nova Iorque ver a Tia Roberta ao hospital, mas como o meu irmão mais novo queria ir ao acampamento a minha mãe o não o deixará ir sozinho. Não compreendo, ele já tem 15 anos, sabe tomar bem conta dele, eu podia ir muito bem a minha vidinha, mas tinha de ficar a fazer de baba. Isto é uma das alegrias de ser uma das mais velhas da família… Nós ao todo somos 5 irmãos, eu, o Henrique, o Afonso, o Lourenço e a Marta que apenas tem 9 anos. Eu e o Lourenço somos os mais velhos, e o Afonso e a Marta os mais novos, o Henrique esta a meio na tabela.

–Porque é que afinal estás tão ansioso de chegar ao acampamento? - Perguntei, pois o Henrique não parava de falar naquilo.

– Todos os meus colegas vão, e eu obviamente não iria ficar naquela aldeia durante as ferias todas de verão. – Respondeu

– Eu preferia mil vezes isso… Ainda falta muito para chegar-mos, é que estou a ficar farta de ficar sempre aqui, neste banco. – Resmunguei eu obtendo uma resposta rapidamente.

–Já falta pouco, quando encontrar-mos uma paragem, encostamos. – Respondendo-me a minha mãe.

Passado alguns minutos paramos numa pequena aldeia perto do acampamento, e enquanto a minha mãe abastecia o carro, eu e o Henrique decidi-mos dar uma pequena volta pela aldeia. Encontramos um café e sentamo-nos numa mesa, e conversamos, passados alguns minutos a minha mãe telefonou-me para ir-mos ter a bomba de gasolina, pois já estavam prontos para partir. O resto da viagem foi mais ou menos suportável, pois como já se apanhava rádio com música é tudo mais animado. Quando chegamos ao acampamento até parecia agradável, continha umas grades verdes e um grande portão com vários panfletos de viagens e excursões, uma grande extensão de relva verde, e um grande prédio com muitos vidros e portas que possivelmente era o dormitório. Atrás do dormitório estava um grande ringue e campos de basquetebol e voleibol e uma piscina onde estava praticamente todas as pessoas do acampamento, e ao fim das grades estava uma casa que possivelmente era a cantina. Parecia ser um acampamento muito bom, com actividades boas, mas o que mais me preocupava era as pessoas, com quem é que eu andaria…

A minha mãe deixou-nos a porta e entramos. Deram-nos 2 papéis com números do dormitório, eu tinha ficado com o 13 enquanto ele com o 23, e caminhamos até os dormitórios dos números. Bati a porta quando uma rapariga com estilo EMO a abre e pergunta:

–És a nova miúda certo?

–Sim, eu acho…- Respondi com receio de que algo corre-se mal.

–Entra, vais amar o quarto. É o melhor do acampamento. Fui eu que o decorei - Disse-me entusiasmadíssima abrindo-me a porta.

Entrei e cumprimentei-a. Ela chamava-se Natália Rufas e tinha 18 anos, era da minha idade, e começamos a conversar bastante sobre as nossas preferências e gostos, sobre rapazes e quando nos conhecemos ela ajudou-me a arrumar as malas nas gavetas do dormitório. Quando acabamos de arrumar tudo a Natália decidiu mostrar-me o acampamento de uma ponta a outra e apresentar-me varias pessoas. No princípio não sabia o que dizer mas depois de os conhecer todos comecei a soltar-me um pouco. A única pessoa que não tinha ido muito com a sua cara foi um rapaz, chamava-se Gonçalo Perseu e tinha 19 anos, era loiro com uns olhos verdes claros e estava vestido com uma blusa de cavas preta e uns calções castanhos. Natália me tinha dito que quase todas as raparigas o viam como “um deus grego” pois era muito bonito com uma personalidade forte e musculado. Eu não percebia como as pessoas podiam ser tão convencidas, pois eu o via como mais um convecidinho vaidoso que só sabia mostrar os músculos e piscar olhos as raparigas por onde passava. Natália e eu fomos para a piscina, estava muito calor e para nos entretermos até ao final do dia, tudo estava a correr muito bem quando vejo o Henrique a falar com o Gonçalo o que me desperta uma raiva enorme. Eu não queria que o “Miss perfeito” se desse com o meu irmão mais novo, iria ser com certeza uma má influencia, então quando me ia levantar de espreguiçadeira Natália puxa-me para trás e pergunta-me:

–O que vais fazer? – Pergunto, mesmo já sabendo a minha resposta.

–Eu não o suporto ver com o meu irmão…- Respondi.

–Mesmo que eu te deixa-se ir, o que é que tu dizias ou fazias? Não o podes impedir, eu até acho o Perseu boa pessoa, apesar de ser estranho algumas vezes…

–Estranho? Como? – Perguntei com curiosidade.

– Quando fala-mos de algo e de repente diz que se tem de ir embora, ou quando acontece algo de mau no acampamento ele desaparece misteriosamente… - Respondeu com um ar misterioso mencionando de seguida um exemplo de uma dessa vez, me deixando cada vez mais curiosa.

Quando o céu começou a escurecer, sai-mos da piscina e deslocamo-nos ao dormitório apressadamente, pois estava com frio. Quando entramos no dormitório estava um bilhete em cima da minha cama entre 2 pequenas caixas que estavam ainda por arrumar. Abri o bilhete, e nele dizia:

–----Que tal amanha ir-mos dar uma volta ou se preferires encontramo-nos em algum lugar á noite para poder-mos ver juntos o brilho das estrelas? Com amizade Gonçalo Perseu.-----

Quando li o bilhete todo, voltei a ler para ter a certeza que tinha lido bem. Sim o “Miss Perfeito “ queria encontrar-se comigo. Naquele momento não sabia que sentir ou dizer.

Anabelt, filha de Poseidon Onde histórias criam vida. Descubra agora