-Algo mudou-

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Tohru Honda ainda era uma criança e estava perdida, ela só queria voltar para casa, mas não sabia como. Ela tentou e tentou, mas não achou o caminho certo, por isso ela se sentou num beco escuro e começou a chorar. Ela queria voltar para a sua mãe, não parava de pensar no que poderia acontecer caso não voltasse, caso ficasse perdida para sempre, até que..

Um garoto a estava olhando lá do fim do beco, e assim que ele percebeu que era observado, saiu correndo. Tohru, desesperada, correu atrás do menino, entregou todo o seu mundo à ele naquele momento, ela confiou cegamente naquele menino. Eles correram tanto que tiveram que parar para respirar, quando Tohru estava levantando, ela sente alguém colocando algo em sua cabeça. Enquanto reta, ela percebeu que era o boné azul do menino, e também percebeu que o lugar onde estavam era familiar, era a sua casa. O garoto saiu correndo, e enquanto isso, Tohru para em frente à porta e começa a chorar gritando "Mamãe! Mamãe!". E depois é abraçada pela sua...

-Som de alarme- Bib Bib Bib

- Já deu a hora? - Diz Tohru, que havia acordado - Mas eu acabei de deitar!

Mesmo de má vontade ela levanta, põe o uniforme e vai até a cozinha preparar o café da manhã.

- Que fome...

Enquanto ela prepara a mesa, chama o seu avô.

- Vovô, venha comer!

Com a mesa já pronta ela ouve passos vindo em direção a cozinha.

- Bom dia, Tohru!

Ela olha para trás e levanta rapidamente.

- Bom dia, vovô! Como o senhor está? Dormiu bem? Está com fome? O que quer comer?

- Calma, Tohru - Diz o seu avô, sorrindo - Eu estou bem, obrigado por perguntar. E sim, eu dormi bem. Não, não estou com muita fome, mas vou comer mesmo assim pois sei que fica preocupada.

- Certo, desculpe... - Diz Tohru, abaixando a cabeça.

- Tudo bem, tudo bem.. mas, bom, como está na escola? E a Uo e a Hanajima? Estão bem?

- Sim, está tudo bem.. ah! Estou quase atrasada, desculpe vovô! Até logo! - Grita e sai correndo.

Tohru decidiu ir por outro caminho desta vez, ela foi pela floresta. Enquanto caminhava, ela viu uma casa bastante bonita com várias estatuetas pequenas na frente. Para vê-las melhor, ela chega mais perto.

- Nossa, que lindas! São estatuetas do zodíaco! Tem o rato, o gato, o cavalo, o coelho, a cobra, o galo... Ah, tem o meu, o cão!

- Parece que temos algo em comum.. - Diz uma voz desconhecida.

Tohru, assustada, percebe que entrou no terreno desta casa sem ser convidada, então se levanta rapidamente pronta para pedir desculpas.

- Perdão, eu não tive intenção de fazer isso! Eu só as achei bonitas e vim vê-las!

- Tudo bem. Bom, você disse que é do ano do cão, certo?

- Ah, sim.. sou...

- Eu também. Ah, desculpe-me, ainda não me apresentei. Me chamo Shigure, Shigure Soma.

- Me chamo Tohru Honda.

Eles ouvem passos, estava vindo alguém.

- Honda? - Ouvem alguém murmurar.

Um lindo menino aparece, e imediatamente ela o reconhece, é o Yuki Soma, da sua escola. Ele é chamado de príncipe por todas as garotas, está sempre rodeado por elas, mas nunca deixa nenhuma menina tocá-lo.

- Yuki-kun? - Pergunta Tohru, abismada, mesmo que a resposta esteja bem na sua frente.

- Sim, e você é a Honda! O que está fazendo aqui?

- Ah.. eu.. é..

- Ela veio te ver, não percebe? - Diz Shigure, num tom claro de zoação.

- Shigure! - Grita Yuki.

- O que foi? Não seria a primeira vez..

Tohru, em meio a briga, tenta sair de fininho, sem que ninguém perceba, mas Yuki a chama.

- Honda! Já que veio até aqui, quer ir até a escola comigo?

- Eu não quero atrapalhar!

- Vá logo para o lado dela, ainda não percebeu que ela vai recusar tudo que oferecermos? - Shigure parecia irritado, mas entretido.

Yuki vai para o lado dela e caminham até a escola. Foi bem divertido, mesmo que ela estivesse um pouco preocupada com a sua chegada à escola, já que ele tinha praticamente um fã-clube na escola. Todas as garotas iriam em cima dela cheias de perguntas..

Um tempo depois chegaram à escola, tiveram aula normalmente e quando deu a hora todos voltaram para casa.

- Vovô! Cheguei!

Seu avô estava no sofá, com uma cara séria.

- Vovô? Está tudo bem?

Ele continuou imóvel, preocupada, Tohru senta do lado dele e ele finalmente começa à falar.

- Tohru, esta casa vai entrar em período de obra esta semana, e como sabe, seus pais morreram, então só tem à mim...

Era verdade, sua mãe morreu em um acidente e seu pai ficou doente e morreu entes mesmo de ela nascer.. mas, por que ele estava falando disso?

- Vovô?

- A casa tem de ficar vazia até amanhã. Eu já achei um lugar, mas eles não vão te aceitar, então.. Pode ficar com a Uo-chan por um tempo?

O que Tohru mais odiava era incomodar, e sabia que mesmo que Uo fosse sua amiga, ela viraria um fardo depois de um tempo.

- Claro! Vou arrumar o meu quarto então. - Tohru estava forçando um sorriso, como fazia sempre para não preocupar ninguém.

Tohru acampava muito com a sua mãe, então guardou a barraca na sua mochila junto com todo o resto e foi dormir.

Som de alarme- Bib Bib Bib

Tohru novamente acorda, se arruma, toma café e vai para a escola, é mais um dia normal, ela assiste à todas as aulas e volta para casa. É aí que ela percebe.

- Ah, é.. não tenho mais casa..

Ela anda pela floresta até chegar à orla da praia. Põe a barraca na areia e organiza tudo dentro dela. Ela pega a foto da mãe e a coloca em cima da cama. Quando ela abre o zíper da barraca e põe a cabeça para fora ela vê duas pessoas de pé a olhando, rapidamente ela levanta e vê que é o Shigure e o Yuki.

- Você de novo? - Diz o Shigure, animado.

- Ah, oi!

- Você entrou de novo no terreno dos Soma escondida.. - Diz Shigure, com uma cara de sabe-tudo e um tom de superior.

- O quê? Desculpe de novo! Eu não tive a intenção...

Ela não sabia que os Soma tinham tanto terreno assim...

- Por que você está numa barraca? - Perguntou o Yuki, preocupado.

- Ah, é.. é que a minha casa, ou melhor, a casa do meu avô está em obra, e eu não tenho onde ficar senão lá, então.. vim para cá, pensando que não incomodaria ninguém.

- Não tem para onde ir, é? Que tal vir morar comigo?

- Shigure! - Grita Yuki. - Se está pensando em se aproveitar dela, eu...

- Você...?

- Argh, esquece..

- Muito bem, então, o que me diz?

- Eu.. é... não quero incomodar.

- Vou considerar isso como um sim, venha, amanhã arrumamos isso - Diz apontando para a barraca.

Tohru não queria incomodar, mas até que ficou feliz por estar sendo ajudada, mas não sabia o que poderia custar.

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