Joguei meu corpo para trás no encosto da cadeira de rodinhas e me arrependi no segundo seguinte ao sentir um desconforto na área da lombar. As consequências do tombo que levei ontem ainda estão presentes em mim. Talvez eu precise começar a me exercitar para ter uma resistência corporal melhor, com um tombinho de nada quase morri. Sedentária que só.
Na verdade eu não deveria estar sentada daquele jeito após um dia tão movimentado e dolorido na escola e no trabalho. O recomendado seria estar deitada para dar um descanso para minha coluna afetada, porém eu preciso muito fazer um trabalho de história. Por mais que seja para ser apresentado semana que vem, como eu odeio procrastinar e deixar tudo para cima da hora e prefiro fazer as coisas com calma e tempo, aqui estou eu, uma hora e pouco da noite terminando de escrever a quarta página de um texto feito à mão. Por não possuir um computador e nem ter um celular bom o suficiente para fazer meus trabalhos, todos eles são feitos à mão.
Só espero que minha boca grande não solte para Lauren minha pequena travessura de preferir forçar ainda mais minha coluna ao invés de descansar. Quando eu liguei para a mais velha antes de dormir ontem a noite e contei sobre o meu tombo, juro por tudo que na mesma hora a alfa faltou pegar um avião de volta para cá. Primeiro ela fez quinhentas perguntas sobre onde estava doendo, a intensidade da dor, se eu conseguia me mexer direito. Depois ela me deu todo um sermão digno de mãe sobre como eu não deveria correr em chão escorregadio. Ela só se acalmou quando eu afirmei várias vezes que realmente não era nada sério, apenas uma lesão normal para quem não tem uma estrutura óssea e muscular muito boa.
De qualquer forma, aquela reação dela foi a coisa mais doce e significativa que eu já presenciei. Foi uma preocupação nitidamente pura e verdadeira.
Lauren é muito boa em fazer meu corpo reagir de formas engraçadas e inusitadas. E hoje, antes de ir para a escola, descobri que ela totalmente tomou o lugar das minhas fantasias sexuais fictícias. Eu quase me toquei no banho pensando nela, o que me impediu foi a dor nas costas e o tempo curto.
Falando na dita cuja, meu celular tremeu na minha mesinha de estudos e ao checar pude confirmar que era Lauren. Ninguém me manda mensagem além da minha mãe, Elisa e agora a alfa.
Lauren: Está acordada, princesa?
Camila: Estou sim.
Lauren: Posso ligar?
Camila: Claro. Mas espere uns 5 minutos e então pode ligar.
Lauren: Ok.
Levantei com cuidado da cadeira, peguei meu fone de ouvido na gaveta da mesa e desliguei a luz da luminária após checar se minha irmã está realmente dormindo. O quarto todo ficou escuro já que a luminária era o único foco de luz e precisei utilizar da iluminação do meu celular para me guiar para fora. O restante da casa está um pouco mais clara por conta da luz fornecida pela lua, então foi muito mais fácil caminhar pelo lugar. Chequei se a porta do quarto da minha mãe estava fechada e me sentei em um dos sofás da sala.
Conectei o fone no celular e os coloquei no ouvido. Dois minutos depois o celular começou a tremer em minhas mãos.
-Boa noite, Laur.- Eu ainda não consigo chama-la naturalmente pelo apelido.
-Boa noite, gatinha.- Saudou carinhosamente. Por mais que seu tom tenha saído gentil, eu pude detectar certo cansaço em sua voz rouca e macia.- O que faz acordada tão tarde da noite?
Hoje eu conheci a alfa que ficará encarregada de me levar e trazer dos lugares, portanto cheguei às onze horas da noite em casa. Foi tudo tão mais prático e menos cansativo tendo um carro para me locomover que quase me ajoelhei no chão e agradeci pela existência de Lauren Jauregui. Difícil mesmo foi inventar uma desculpa para minha família de como eu consegui chegar uns 50 minutos mais cedo do horário de costume. Tive que dizer que a biblioteca estava começando a me liberar mais cedo.
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Mon Cher - ABO
FanficCamila Cabello estava satisfeita em ser uma ômega comum, reclusa e livre de problemas. A vida era simples e tranquila. E por mais que ter conhecido a magnífica e deslumbrante alfa Lauren Jauregui tenha virado sua pacata vida de cabeça para baixo, el...