Nunca me impediram de chorar, mesmo assim eu o fazia, me mantive forte nos tempos mais ermos, mesmo quando nãos sabia o que realmente acontecia ao meu redor. Permaneci firme até o momento, como uma fortaleza.
Fui atacado de frente dia e noite por muito tempo. Ainda sinto as dores das pancadas. E sei também que não sou indestrutível. Dentro de mim as coisas estão mudando. Os anos de dor contínua — E resistência continua, consequentemente — agora me cobram.
Ultimamente não me sinto bem. Não me sinto como me sentia antes. Não sinto a paz que sentia antes, não sinto o sossego que sentia antes, não tenho a calma que tinha antes, nem a empatia que tinha antes.
É estranho ter que admitir isso: Me sinto totalmente quebrado e estranho aos meus próprios olhos. Me olho no espelho e penso "Como as coisas foram acabar dessa forma?" ;"Desde quando eu sou assim?"
A música me acalma, mas até quando? O café de manhã já não tem o mesmo gosto. No meu coração, apenas o gosto da tristeza permanece. E ali jaz, lá já fez morada.
A saudade me aperta, e me dói saber que além de mim, esse maldito sentimento afeta aos outros, sobre tudo, as pessoas a quem amo.
O peso sob minhas costas é muito alto. As responsabilidades me sobrecarregam, haverão muito mais em um futuro próximo. Não estou preparado para isso.
Os prazeres momentâneos são cada mais momentâneos, curtos, diminutos, desbotados, assim como a cor que o mundo se apresenta aos meus olhos. E o amor, que antes me enchia os mesmos, agora já não me preenche mais.
Talvez minha existência seja uma experiência repleta de dor. Uma catarse eterna. Talvez eu esteja aqui apenas para brilhar na vida de outros, Brilho que ilumina caminhos alheios, mas que machuca minhas vistas, consome minha alma e queima meu coração.
Brilhar tem seu preço, ser forte tem seu preço, as vezes é muito caro para ser pago com uma vida só. Desde quando viver tem se tornado tão doloroso?
Talvez isso seja só um momento. Talvez...