Pedro estava feliz quando ele e sua amada arqueóloga finalmente pisaram no chão de Nápoles, aquela noite ele nem se deu ao trabalho de pensar em voltar para seu apartamento, acompanhando assim a namorada até o apartamento que outrora ela dividiu com a melhor amiga fofoqueira e por lá ficando.
A noite de paixão deu lugar a uma preguiçosa que Pedro pensou que se estenderia por algumas boas horas, entretanto, Teresa quebrou o clima ao dizer:
_Io tenho que ir trabalhar amore mio.
Por mais que amasse ouvi-la misturando os dois idiomas de forma tão natural, Pedro não se sentiu exatamente feliz com o que ouviu, muito menos ao ouvir a morena acrescentar:
_Tenho que encontrar Dumas as dez.
A expressão de Pedro mudou completamente na menção do homem que vez ou outra tentava algumas investidas mal sucedidas na arqueóloga.
_Non fique com ciúmes Pedro. –A napolitana repetiu a frase tão costumeira, mas que agora tinha ainda mais significado.
_Va bene. –Pedro se força a dizer da maneira menos ciumenta possível.
_Va bene? –Teresa indagou com um meio sorriso, vez que adorava quando o homem de olhos tão azuis quanto o céu falava em italiano.
_Va bene! –O único filho homem de dona Leopoldina respondeu não evitando de sorrir ao olhar para a amada.
E foi assim com um longo beijo de despedida que Pedro ficou ainda na cama observando a mulher de cabelos negros despenteados levantar-se e preparar se para o dia.
Depois de um café rápido, Pedro de Alcântara estava prestes a ir para casa, entretanto, ele não sabe o porquê mas se viu alterando a rota de destino.
Ao chegar em frente da bela e refinada mansão que Teresa referia-se como "a casa de meus pais" foi impossível que Pedro não sentisse o coração bater mais forte. A residência era o retrato da riqueza, elegância e imponência da família Bourbon, na primeira vez que parou em frente ao local o filho do governador do Rio de Janeiro lembra-se de engolir em seco temendo o que encontraria lá dentro, mas não encontrou nada mais do que uma religiosa fervorosa, mas sem papas na língua, um empresário centrado, mas que não escondia seu apreço pela arte, paixão esta herdada por seus três filhos: Ferdinando, o herdeiro da empresa, que estampava sempre uma expressão séria, mas um colecionador avido de artes; Teresa, a doce nem tão doce filha do meio, fascinada pelo passado e por antiguidades; Luigi, o artista por vezes incompreendido, mas apaixonado pela vida e corajoso o suficiente para viver apenas o hoje.
Inalando profundamente, Pedro olha para cima e reza para que se haja uma força superior esta lhe abençoe na empreitada.
Com a coragem recém adquirida, o fotografo toca a campainha, sendo rapidamente recebido por um dos empregados mais antigos da família Bourbon, que já o conhecendo há tempo suficiente permite sua entrada.
_Eu gostaria de falar com o senhor e a senhora Bourbon. –Pedro disse com a formalidade costumeira, afinal de contas o fato dos pais de Teresa serem boas pessoas, não anulava o fato de que ainda assim eram presenças intimidadoras, seja Francesco por seus olhos tão escuros quanto os da filha, mas na maioria das vezes inexpressivos, ou por Maria Isabel e aquele olhar esmera sempre atento.
O irmão de Januária não percebeu que estava tremendo ligeiramente até que a mãe de Teresa lhe questionasse ligeiramente preocupada:
_Aconteceu algo com Teresa?
Pedro franziu o cenho ligeiramente, temendo que estivesse parecendo um covarde ele fez o possível para parecer firme enquanto respondia:
_Teresa está bem dona Maria Isabel, desculpe incomodá-los a essa hora da manhã, mas tenho um assunto muito importante a tratar com vocês.
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Simili
FanfictionFinalmente Pedro de Alcântara criou coragem para declarar-se para Teresa Cristina, enfim assumindo seus sentimentos o casal que demorou uma década para ficar junto pode amar sem medo. Assim, acompanharemos o decorrer dos meses em que antecederam a p...