Julie Molina, produtora de uma gravadora muito influente em New York foi obrigada a deixar o trabalho para tirar férias, já que desde que se formou na escola, se dedicou 100% ao trabalho. Mesmo com suas relutância e argumentos totalmente ignorados...
— Flynn, menos gel! — Julie gritou ainda olhando boba pro celular. — Fica tranquila que eu sei o que estou fazendo, dona do sorriso apaixonado. — O Reggie riu e dei um tapinha no ombro dele pra ficar quieto. — Não se mexa se não vou demorar mais ainda pra terminar esse topete. — Dei a volta passando o pente pela lateral do cabelo dele, e voilà. — Está perfeito! Agora dona Julie, nos conte o que o Luke te mandou que te deixou assim. — Assim como? Estou normal. — Ela deixou o celular na cama indo pegar os suspensórios que estavam na sala. — Claro, Julie, aham. — Comentei rindo junto com o Reggie. — Agora conta logo que estamos curiosos. — Verdade, Julie, conta aí. — Reggie incentivou, pelo visto tem mais alguém que torce por Juke.
Ela voltou com a caixinha na mão sentando na cama do lado do Reggie.
— Ele me chamou pra ir no aniversário da amiga de vocês amanhã à noite. — Ela falou colocando uma mexa atrás da orelha e então me olhou com um sorriso sugestivo. — E você também está convidada, Flynn.
Opa, festa? Estou dentro.
— Vocês vão adorar a Hannah! Ela é super divertida e engraçada, foi no bar do pai dela o primeiro lugar em que tocamos quando chegamos aqui. — o Reggie falou animado. — Ela e o Luke são supeeeeer próximos! — Ela é bonita, Reggie? — Perguntei porque vai que né, também reparei que a Julie franziu a testa com o último comentário dele, será que era ciúmes? Mas assim que ele abriu a boca para responder (e eu já estava pensando em como zoar a minha amiga) fomos interrompidos por uma batida na porta. — Acho que a sua encomenda chegou, Julie!
Minha amiga pulou da cama indo apressada até a porta, o Reggie me olhava sem entender nada, então ela voltou com um grande buquê de rosas azuis colocando em um vaso com água que ela já havia deixado na cômoda.
— O Luke te mandou flores, Julie? — Reggie perguntou e então uma expressão desconfiada tomou seu rosto. — Ou foi outra pessoa? — Nenhum dos dois, Reggie. — Respondi segurando o riso. — Essas flores são pra você entregar para a Carolynn!
Ele mudou totalmente a postura relaxada e repente era como se ele fosse uma estátua ali, olhei pra Julie procurando o que fazer, ela negou com a cabeça e foi até ele se ajoelhando na sua frente.
— Reggie, eu sei que você está nervoso e está tudo certo com isso, mas não permita que isso te paralise. — Ela falava calmamente o olhando nos olhos. — As flores são pra mostrar pra ela o quanto você a admira. Aproveite essa oportunidade para dar esse primeiro passo! Nós acreditamos em você, o Luke acredita em você, agora você precisa acreditar em você também! — A Julie esperou alguns segundos até que ele assentiu dando um sorriso fraco. — É isso ai, agora vamos terminar de te arrumar pra você ir ver aquela bela bailarina!!
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REGGIE
Ao chegar no pré-salão senti meu estômago embrulhar, principalmente com o cheiro das flores. Eu queria ler o que estava escrito no cartão que veio no buquê, mas estava com medo de rasgar o envelope, estava apreensivo, com quem eu deixo isso? Todas aquelas pessoas extremamente bem vestidas e arrumadas, algumas me olhando, principalmente as que trabalham aqui, eu estava começando a me sentir deslocado. Por que eu vim mesmo? Respirei fundo antes de me afastar da porta do elevador e arrumei meu blazer pela milésima vez desde que a Julie me deixou no elevador lá em cima. Eu precisava de ar, muito ar. Por que está ficando calor aqui? Me aproximei da fonte, o céu estava bonito e cheio de estrelas, tinha algum casal jantando no gazebo e parecia bem romântico. Ok, voltando, o que eu tô fazendo aqui mesmo? É totalmente fora da minha realidade isso aqui, é totalmente fora do meu mundo, eu mal sei como me portar com todas essas pessoas, e se eu falar alguma coisa errada? Na dúvida, é melhor eu ficar quieto! Isso, fazer como as princesas da Disney: Sorrir e Acenar. A Bela diria isso, seria esse o conselho dela. Algumas pessoas passavam por mim e me olhavam, levei minha dica ao pé da letra com acenos de cabeça discretos, mas minha discrição não era suficiente pra me deixar 100% calmo quando me aproximei novamente da entrada do salão. Minhas mãos estavam suando frio. Mais uma vez, que porra eu tô fazendo aqui?
