Capítulo 13 - Intuição

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Estava tudo escuro, eu não conseguia
enxergar nada.
A única coisa que eu sentia
era o meu peito subindo e
descendo de forma acelerada,
ofegante, tentando buscar ar. 
A minha adrenalina estava no topo,
minhas mãos suavam
enquanto eu ouvia uma voz doce e
distante me chamando,
enquanto um fluido quente escorria da
minha boca.

Algumas horas antes...

Cheguei na empresa na mesma hora em que Sarah chegou, praticamente demos de cara uma com a outra na entrada.

- Bom dia, meu galinho! – disse-me a loira já querendo me tirar do sério a essa hora da manhã.

- Tu não vai esquecer isso nunca, BabySaurah? Bom dia! – Sarah sorriu, nos cumprimentamos com um beijnho no rosto e entramos pela empresa.

Os olhares dos funcionários recaíam sobre nós duas enquanto batíamos o salto pelos corredores. Olhei para Sarah e logo a loira parou encarando os funcionários em volta.

- Bom dia, senhores e senhoritas! Perderam alguma coisa por aqui? Se não, voltem ao trabalho, por favor! – disse a loira séria enquanto eu assistia cada funcionário voltar desconsertado ao que faziam.

Segurei uma risada e Sarah me lançou um olhar divertido. Entramos em nossa sala e soltei uma gargalhada.

- Que foi, em ticoliro?

- Você é braba, Sarah, eles têm medo de você! – dei uma gargalhada. – Quem vê até pensa!

- Não é medo, Juliette. É respeito, detesto que fiquem bisbilhotando a minha vida. Trato todos eles muito bem, principalmente esses aqui do Brasil, eles são bons. Mas tem hora que o espírito maria – fifi domina essa gente. Já tentou fazer isso?

Dei uma gargalhada.

- Eu fiz isso no primeiro dia, a empresa toda parou para me olhar. Eu te imitei direitinho, sua patricinha de luxo!

- Ahhhhhh é? Ficaram te olhando é? – Sarah se aproximou ficando de frente para mim. - Pois temos um problema aqui, só eu que posso!

- Huuuuuuum, não acredito que a senhorita toda poderosa Andrade tem ciúmes de mim! - falei baixinho me aproximando ainda mais da loira.

- Você é o meu galinho preferido, é você quem traz o dia para mim com a sua canção, ticoliro!

- Porra, Sarah! - eu disse me afastando - Acabou com o clima, véi!

Fechei a cara enquanto a loira caia na gargalhada.

- Por que, meu galinho? Você já cantou sua música hoje?

- Que música, Sarah?

- Aquela: e o pintinho piu e o galo cocoricó e a galinha có e o pintinho piu, pintinho piu, pintinho piu! - disse a loira cantando a música como uma criança de três aninhos enquanto eu revirava os olhos e sentava no sofá.

Fiquei olhando séria a loira cantando e imitando um galinho batendo asa na minha frente, me esforçando ao máximo para não cair na gargalhada. Levei as mãos ao rosto e Sarah logo caiu ao meu lado no sofá gargalhando.

- Galinho? - disse Sarah tentando tirar minhas mãos do rosto enquanto eu juntava todas as forças para não deixar ela vencer. Segura Juliette, não ri.

- Que tá com a asinha na frente dessa carinha linda, olha esse biquinho, meu Deus! - Sarah falou fazendo um beicinho e rindo logo depois.

Foi impossível não cair na risada com ela.

- Mas tu é chata, visse Sarah? Tua mãe não te vende não?

- Pra você? Para você ela até me doa, ela já te ama! - a loira falou com um sorriso que foi impossível eu não sorrir.

À Beira do Penhasco - SARIETTEOnde histórias criam vida. Descubra agora