21. A garota Chinesa.

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[editado 04/10/23]

SuA estava ferrada de diversas formas. Primeiro, estava ferrada com a escola por ter roubado o microfone com o intuito de humilhar uma colega de classe. Segundo, estava ferrada com seu pai por ter quebrado o espelho da escola e ainda ter feito o homem ouvir um sermão do diretor. Terceiro, estava ferrada com JiU por ter sido um pivô evidente na briga das namoradas. Quarto, estava ferrada com Siyeon por motivos óbvios. Mas ela estava ainda mais ferrada consigo mesma.

No sábado, ela não foi para a casa por ordens de seu próprio pai. Passou todo o fim de semana em seu dormitório, lendo, refletindo, chorando e se praguejando por tantos erros. Se julgava ser tão tola, mas ainda assim almejava por uma luz ao fim do túnel, a qual ela sabia que só chegaria quando a mesma resolvesse amadurecer de vez.

Mas no domingo, fez questão de fingir um mal estar, alegando precisando ir urgentemente para a casa, pois apenas lá saberiam cuidar devidamente de seu estado. No fim das contas, SuA conseguiu o que queria. Novidade seria se ela não conseguisse.

E foi assim que o fim de semana se passou de uma maneira estranha. Independente do sol estar começando a agir em Seoul, ainda não era o suficiente para algumas pessoas. Era como se os dias estivessem nublados.

Siyeon não contou para sua mãe, Yubin, sobre o que aconteceu na escola e também não permitiu que Yoohyeon lhe contasse. Preferiu deixar a mais velha fora desde assunto, pois gostaria de se resolver sozinha. No entanto, obviamente que a senhora Lee não pode deixar de notar a aura triste de sua filha e não tardou a questioná-la.

Siyeon inventou qualquer coisa e ficou por isso mesmo. Era assim que ela gostaria que as coisas seguissem mesmo: apenas esquecer e não se deixar abalar pela imagem de Kim Bora. Ela se determinou ao abrir os olhos na segunda feira e continuou se determinando até chegarem ao SWH.

É claro, os olhares não se desviaram da tomboy. Dessa vez não eram apenas garotas, haviam garotos que também faziam seus comentários entre si. Ela estava se sentindo incomodada e possuía uma imensa vontade de socar a cara de todos eles, mas tinha de manter seu autocontrole, pelo menos por um bom tempo. Não queria arranjar confusões e decepcionar sua mãe.

A tomboy não demorou muito para encontrar SuA e seu grupo, que se encontravam no outro extremo do pátio. Os olhares não se cruzaram e ela agradeceu por isso. Não sabia se o que sentia por SuA era raiva ou tristeza. Talvez os dois. Mas ela sabia que uma hora iria acabar chorando se continuasse com aquele contato visual unilateral.

Porém, Siyeon não era a única a sofrer, pois sua irmã direcionava o olhar para o mesmo lugar e também estava triste.

— Vocês ainda estão sem falar? — ela perguntou, dessa vez olhando para Yooh.

— Sim... — a maior respondeu num tom frágil e arrependido. — A gente brigou na sexta... quer dizer, eu briguei com ela.

— Não deveria ter terminado com ela por minha causa, Yooh. Ela não fez nada de errado. — disse Siyeon.

— Eu estava nervosa pelo que aconteceu e acabei descontando nela.

— Sim, eu percebi isso. Consegui ouvir seus gritos do dormitório. — Siyeon riu apenas para descontrair um pouco.

— É... — esta também sorriu um tanto inerte. — Fui uma idiota com ela.

— Você é uma idiota todos os dias, na verdade. Mas agora você deveria ser menos idiota e ir conversar com ela.

That Tomboy ♡ SuaYeonOnde histórias criam vida. Descubra agora