Uma Mulher que deixou tudo para atrás, para que pudesse estudar, trabalhar e mostrar que ela pode ser sim independente mesmo com todo o caos em sua volta.
Nessa vida, ela já sofreu muito, com pressão da família, ex namorado e até parou de acreditar...
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Acordei suada na cama, a respiração irregular ecoando pelo quarto silencioso. Meu coração batia forte, como se quisesse escapar do peito. Meu joelho latejava, uma dor aguda que me lembrava do passado que eu tanto queria esquecer. Sentei-me na cama, tentando controlar a respiração, enquanto a chuva batia contra a janela de vidro, cada gota um lembrete do meu medo.
— O que foi, Alice? — A voz de Matteo soou suave, mas preocupada. Ele se virou na cama para me encarar, sua mão quente encontrou a minha, fria e trêmula. — Meu Deus! Suas mãos estão tão geladas. O que houve?
— Não gosto de chuvas assim — admiti, sentindo uma onda de raiva por permitir que algo tão trivial me afetasse tanto.
Matteo me puxou para mais perto dele, seus olhos azuis encontraram os meus, o que começou a trazer um paz. Eles me lembraram do céu em um dia ensolarado, sem uma única nuvem. Senti uma onda de tranquilidade me envolver e não quis soltar mais, como se estivesse protegida, assim como me senti no dia em que meu pai me encontrou perdida.
— A mulher mais forte que eu conheço e mais corajosa, está com medo da chuva? — Ele brincou, mas eu podia ver a preocupação em seus olhos.
— Não é medo em si da chuva, é medo das lembranças que ela me traz. — Confessei, olhando para o teto, tentando segurar as lágrimas que ameaçavam cair.
Matteo me puxou para mais perto ainda, seu abraço era reconfortante enquanto me envolvia em uma abraço gostoso de sentir. Seu perfume doce e a batida constante do seu coração começaram a me acalmar, trazendo de volta lembranças mais agradáveis.
— Não precisa ter medo. Eu estou aqui. — Ele sussurrou, sua voz baixa e suave. — Vamos deitar e tentar dormir. Vou ficar acordado até você cair no sono, está bem?
Agradeci, sentindo-me mais tranquila em seus braços. Ele prometeu ficar acordado até eu adormecer, e eu sabia que ele cumpriria essa promessa, pois não tirava os olhos do meu. O som da chuva foi ficando cada vez mais distante, substituído pelo som da nossa respiração sincronizada e pelos batimentos dos nossos corações. Eu me sentia segura e protegida nos braços de Matteo, que fez parecido um casulo em minha volta e, por um momento, esqueci de todo o meu medo.
— Obrigada — disse de novo
— Não há de quê! Mas depois quero saber essa história, claro, se você quiser me contar. — falou, e eu sabia que ele estava falando a verdade. Mas eu poderia realmente compartilhar com ele meu passado conturbado?
O som da chuva se tornou um eco distante, abafado pelo ritmo constante dos nossos corações. A respiração de Matteo, quente e regular contra a minha pele, era a única coisa que eu podia ouvir. De alguma maneira ele era a minha âncora naquele momento, me mantendo segura em meio à tempestade que se desenrolava lá fora. O medo que eu sentia antes havia se dissipado, substituído por uma sensação de conforto e segurança que só a presença de Matteo poderia proporcionar.
