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Alguns anos atrás

Any Gabrielly

– Eu já disse, não quero ninguém. Estou bem sozinha e não seria você que me faria mudar de ideia! – Exclamo meio embriagada.

– Para uma garota você está bem relutante não? – O sujeito que nem sei o nome e nem pretendo saber diz com a voz atropelada.

– O quê isso tem haver? – Um garoto de olhos azuis e cabelos loiros questiona para o cara ao meu lado.

– E o quê você tem haver com isso? – O cara relutante e insistente questiona.

– Realmente nada, só achei engraçado o que disse pois não tem lógica. – Diz ao beber um gole de sua bebida, os cubos de gelo colidem com as paredes do copo quando finaliza o gole. – Uma garota pode ser relutante o tempo que quiser mas isso não é relutância. É só um cara que não sabe levar um fora interpretando como relutância, se eu fosse você saia antes que fique feio para você. – O loiro avisa e o cara ri.

– Esse panaca é seu namorado? – Questiona ao me olhar.

– Não, e se fosse também não seria da sua conta. Mas ele tem razão, está ficando chato e vergonhoso para você, se jogar para cima de uma mulher é uma coisa, persistir no fora é um erro. Sugiro que se retire e vá encontrar outra pessoa mais trouxa que eu para jogar suas asinhas de cafajeste. – Sugiro ao mexer o gelo o fazendo girar no meu copo.

O cara bufa e se retira, bebo o último gole da minha bebida, pego o dinheiro da mesma e dou ao garçom, pego minha bolsa mas quando me levanto o loiro de olhos azuis que está com uma jaqueta de couro escura e uma blusa branca se levanta, ficando em minha frente.

– Acho que não nos apresentamos direito, me chamo Josh e você? – Diz estendendo sua mão em minha frente me fazendo rir, ele parece levemente  embriagado mas está melhor que o cara que acabou de se retirar. Parece que estou fechando um negócio muito importante e formal apertando sua mão.

– Prazer Josh, me chamo Any. – Aperto sua mão e o mesmo sorri pois estendi o H.

– Quer beber algo? Eu pago. – Questiona ao levar suas mãos aos bolsos da calça.

– De cantadas deprimentes, flertes inconsistentes e conversas banais... eu já estou de saco cheio. Aceito sua bebida se me prometer não soltar qualquer cantada ou conversas simples para puxar assunto. – Negocio e o mesmo ri da proposta mas aceita.

– Acho ela plausível. – Diz ao fazer sinal para me sentar onde estava anteriormente. – Bom Any, me conte sobre você ou se quiser pode falar de alguém, já tive um encontro que me levou a três horas de tédio onde uma garota só falava de outra garota que nem conhecia, a famosa inveja. Me fale o que uma garota como você faz sozinha em uma boate no centro da cidade? – Questiona me fazendo rir.

– Bom, eu trabalho com a minha amiga e combinamos de sair mas ela tem namorado e isso significa que ela pode me dar um bolo a qualquer hora e foi o que aconteceu. Seu namorado estava se sentindo carente e apareceu em sua casa, resultando em Any Gabrielly mais uma vez sozinha em uma boate que nem conheço. – Pego o copo novamente agora cheio e bebo um gole sentindo a mesma descer ardendo.

– Wow, que história interessante, típico de amigas, uma tem namorado e a outra ou fica de vela ou leva bolo. Eu sei disso, meu amigo também namora e eu preciso disputar ele com a namorada. – Diz me fazendo rir. – Somos amigos desde crianças, nos criamos juntos e tenho uma forte ligação com ele. Não moro com minha família, eles moram no Canadá e por isso me sinto sozinho, talvez eu precise de um cachorro? Talvez mas não sei nem cuidar de mim mesmo, quem dirá de um cachorro.

– Eu também moro sozinha e também não sou apita a ter um cachorro pelo mesmo motivo, acabei de lembrar que não comi o dia inteiro e estou bebendo e conversando com um desconhecido. – Ele me olha e parece estar ofendido.

– Depois do: Eu sou Josh e prazer, me chamo Any, não somos mais desconhecidos. Sei seu nome e que está solteira, tem uma amiga que namora e fura em quase todos os encontros. – Ele pega seu copo que estava sobre o porta copos e bebi um gole. – Não somos desconhecidos. – Afirma.

– Tem razão, não somos desconhecidos. Em menos de dez minutos já falei tanto sobre mim que agora é a sua vez... Me fale sobre você. – Peço circulando a borda do copo com o dedo indicador.

– Tenho vinte e um anos, moro sozinho, não tenho namorada, nem animais de estimação. Saí de casa muito novo, aluguei uma pequena peça sem ter o dinheiro do terceiro mês de aluguel, consegui um emprego em um bar como garçom mas não deu certo já que meu temperamento e o dos clientes não batiam. – Dou risada da observação. – Agora trabalho em uma loja de bebidas renomada na cidade, os melhores vinhos você encontra lá! – Diz com os fizesse o marketing do local.

– Interessante, pelo seu jeito, achei que era um cara com uma moto antiga que andava por aí desfilando com a mesma sem ter um rumo. Seu estilo mostra uma pessoa bem diferente do que me disse. – Afirmo ao levar o copo a boca.

– " Nunca julgue o livro pela capa! " – Cita me fazendo rir.

– Está certo, sou o tipo de pessoa que pensa assim mas estou levemente embriagada, discuti com um cara que nem conheço direito. Conheci um cara que vendia umas paradas diferenciadas podemos dizer assim, é de se imprecionar. – Me justifico.

– Tem razão, fazia tempo que não falava com alguém assim, ultimamente meu amigo anda distante, não o culpo, se tivesse encontrado o amor da minha vida também faria o mesmo: Aproveitaria cada segundo ao seu lado. – Ele leva o copo a boca e bebe um gole generoso.

– Me de seu celular. – Peço estendendo a mão espalmada para o mesmo. Josh me olha confuso mas entrega o aparelho, digito meu número em seu celular e devolvo o aparelho para suas mãos. – Pronto, quando precisar só me ligar. – Digo e o mesmo ri.

– Você deu seu número de telefone levemente embriagada? Não faça coisas que se arrependerá no outro dia. – Me aconselha.

– Já fiz tantas coisas que me arrependo, uma a mais ou uma a menos tanto faz.

– O famoso: Foda–se.

– Exatamente, fiquei muito tempo da minha vida pensando e repensando antes de fazer algo, tentei ir no automático e sigo nele até hoje.

– Gostei do modo de vida, vou aderir senhorita.

– É bem mais leve, você vai gostar, só preste a tenção, carro sem freio acaba colidindo. Sou assim mas tenho meus limites, não sou uma maluca que joga tudo pro ar e vê o que acontece, só tenho um jeito mais leve de ver as coisas. – Explico.

– Falando assim parece ser fácil. – Diz me fazendo rir.

– Bom, eu preciso ir já que amanhã eu trabalho e sem trabalho vou morar no relento. – Josh ri da afirmação e se levanta.

– Eu posso levar você para casa. – Se oferece, um ato de cavalheirismo, coisa que nunca vi antes, sério, eu nunca vi alguém fazer isso por mim.

– Não quero incomodar.

– Seria muito indecente da minha parte não levar você para casa. – Insiste.

– Já que insiste. – Me rendo o fazendoo sorrir. Dei meu endereço para Josh e o mesmo me deixou na porta de casa.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

Destiny [ Short fic ]Onde histórias criam vida. Descubra agora