tempestade de verão

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O céu começava a fechar com aquelas nuvens cinzentas que ainda recebiam o amarelo do final de tarde. Um vento forte alcançou o deck de madeira do hotel onde Lee Juyeon acabara de terminar mais uma daquelas sessões fotográficas para sua revista de moda preferida. Dessa vez, o modelo estava recebendo bem pelas poses provocantes ao vestir os jeans largos e as camisas de botão meio abertas. Tinha inclusive ganhado aquela curta viagem para o litoral para que pudesse fazer as fotos ao lado de outro modelo, um garoto alto e bonito, assim como ele mesmo, que se chamava Kim Younghoon.

Juyeon já havia sido pedido várias vezes para ficar próximo de outros modelos durante as fotos, se tornou um costume de seu trabalho, assim como forjar olhares provocantes para esses garotos e garotas, segurá-los ou ser segurado. Era tudo pelo resultado da foto. Entretanto havia algo que as lentes nunca podiam captar e o cheiro bom que Younghoon tinha foi sentido pelo mais novo quando o diretor pediu que ele apoiasse o queixo no seu ombro. Era uma fragrância floral e delicada, combinava muito com o Kim.

Agora que o vento soprava forte, Juyeon e Younghoon se sentavam no deck e aguardavam que seus assessores trouxessem suas malas e casacos, para que então pudessem voltar ao aeroporto e partir. Eles não se conheciam tão bem, mas o Kim fez questão de olhá-lo com um largo e belo sorriso e se aproximar até sua mesa, mesmo sem ter sido convidado. O Lee permitiu o outro garoto ali e o cumprimentou calmamente, antes que começassem uma conversa amigável sobre os sabores de café que havia no hotel.

- Mas café...? Você tem cara de que pede um martini em qualquer hora do dia, só para as pessoas ficarem olhando... - Younghoon falou com um sorriso perverso enquanto brincava com o lábio inferior usando seu indicador. Juyeon falhava miseravelmente em entender o flerte alheio, mas estava vidrado em como seus cabelos sedosos se moviam sob a ventania.

- Na verdade não... Eu nem gosto de martini - Respondeu simplesmente. Younghoon fez um bico pidão: era a bebida preferida dele.

- Bem, isso não impediria as pessoas de olhar - Disse Younghoon entre mais sorrisos, antes de puxar o celular e pedir pelo Instagram do mais novo, como quem aparentemente não quer nada. Assim eles trocaram contatos. "Não é nada demais" Juyeon pensou, mesmo que realmente esperasse algo a mais daquele gesto "sempre acontece no trabalho".

No instante que se seguiu, um dos assessores voltou às pressas ao deck, recebendo a atenção dos dois modelos. Então esse homem de óculos os informou que, por conta da repentina mudança no clima, o voo de ambos havia sido cancelado e reagendado para o dia seguinte. Pediu desculpas e disse que seria melhor que ambos ficassem no hotel até que a tempestade que se aproximava passasse.

Então, o que dois modelos extremamente bonitos e entediados fariam, presos naquele paraíso tropical? Juyeon insistiu que jogassem xadrez quando o mais velho cruzou a porta do seu quarto no hotel. Contudo Younghoon investia nas cantadas descaradas até que o mais novo perdesse a compostura e espelhasse o mesmo sorriso sacana. Ambos pediram bebidas pelo serviço de quarto e começaram a se soltar ao passo que beberam. Younghoon fazia o que queria do outro, desde tê-lo convencido a pedir um martini, até o momento em que já estava meio bêbado, quando o guiou até a cama e deitou sobre seu colo.

Estava sendo um fim de tarde agradável apesar da tempestade que começava além da janela. E apesar da timidez, Juyeon se divertia muito com a intimidade repentina que tinha com Younghoon. Gostava de passar as mãos pelos cabelos dele, gostava quando ele sorria.

- Posso passar a noite aqui...? Seu colchão é mais macio que o meu - disse o Kim, retribuindo o carinho que recebia ao acariciar a coxa do mais novo. Juyeon mordeu um pouco a lateral do lábio e riu antes de responder. Estava animado com a ideia que o outro sugeriu.

- Que mentira - o Lee brincou, vendo Younghoon rir baixinho e se ajustar sobre seu colo; cada movimento dele era hipnotizante. Assim, Juyeon se curvou até seu rosto e beijou-lhe na boca, inicialmente devagar, tendo a satisfação de sentir os lábios dele deslizando entre os seus por um delicioso instante. Mas não demorou até sentir sua língua aos poucos sendo roubada, sugada de forma excitante até o interior da boca alheia. Logo soube que não iriam mais parar tão cedo, pois Younghoon era como aquela forte tempestade lá fora e sempre conseguia o que queria. Sempre queria mais.

Quando sentiu a mão dele lentamente lhe provocar uma ereção, Juyeon afastou-se dos beijos e se recostou na cabeceira, voltando a massagear os fios brilhantes do mais velho. Younghoon moveu os dedos, fazendo um desenho imaginário ao redor do volume que marcava a calça do outro modelo. Os olhos dele se encontravam com os próprios vez por outra, e assim Juyeon sentia-se queimar ainda mais.

Younghoon esfregou a maçã de seu rosto angelical e quase inocente contra o tecido de marca que Juyeon vestia, e seus risinhos graves vibravam naquela área sensível em que se apoiava. Não demorou até que Juyeon se rendesse à vontade de se ver livre e se despiu, permitindo de vez que o Kim, de onde estava, fizesse o que desejava consigo.

Assim, os dedos magros do modelo mais velho tatearam o pênis alheio, quase que brincando com ele antes que o estimulasse de fato. Fechou a mão ao redor da pele sensível e a observou se mover sobre o músculo quando o tocou da ponta inchada e vermelha até a base, repetidas vezes. Younghoon olhou para o que ele mesmo fazia tal qual olhava para as lentes das câmeras: concentrado, imerso. Desse mesmo modo, encarou Juyeon enquanto roçava a extensão dele contra a própria bochecha. Seus lábios cheios se entreabriram, como se estivesse próximo a dizer algo, mas na verdade nada se ouviu além do gemido abafado que o Lee deixou escapar quando sentiu a glande vermelhinha passar entre os beiços bonitos de Younghoon.

Também era provocante para Juyeon olhá-lo e ver inocência em seu olhar arredondado, mesmo enquanto fazia algo tão obsceno. E a boca de Younghoon era quente, em contraste com o ar ao redor que começava a esfriar por conta da chuva intensa. O Kim moveu seus dedos ao redor da base alheia enquanto sua língua ainda provocava, girando ao redor dos relevos que esculpiam o sexo alheio, passeando em cada sensibilidade, provocando os suspiros sôfregos do Lee. Isso, antes de deixar que deslizasse de vez e inclinasse a cabeça repetidas vezes, fazendo a ereção do mais novo sumir no seu interior e reaparecer entre seus lábios lubrificados com saliva.

Para Younghoon, a forma com que Juyeon gemia rouco e tentava conter o instinto de mover o quadril contra a boca que o chupava era o suficiente para que não se arrependesse de nenhuma das suas cantadas descaradas que os levaram até ali. Não importava tanto se seria retribuído com o mesmo agrado, pois Younghoon era do tipo que apreciava os pequenos prazeres da vida. E sentir o músculo de Juyeon se contraindo contra seu céu da boca com certeza era um deles.

Quando o Lee atingiu seu orgasmo, a tempestade já lançava seus relâmpagos sobre a praia e a janela que os guardavam do vento forte tremia insistentemente. Os arfares de Juyeon se misturavam com os trovões distantes enquanto todo o seu gozo era sugado pela boca do mais velho. Assim, seus olhares se cruzaram novamente e ambos souberam que seria uma longa noite de tempestade pela frente, pois Juyeon faria questão de retribuir cada toque preciso e cada provocação a seu próprio estilo.

Tempestade de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora