Capítulo 11

3.1K 467 63
                                    

As palavras reverberaram pelos ouvidos de Medusa.

"Trouxeram espelhos!".

Espelhos. A única coisa que Medusa evitava desde que havia sido amaldiçoada.

Era uma incógnita total. Absolutamente não fazia ideia se morreria caso encarasse seu reflexo de frente.

Quando olhava a sua própria imagem na água, fazia questão de colocar um dedo meticulosamente posicionado à frente dos olhos, com medo do que poderia acontecer.

Agora, com as costas nuas encostadas na parede fria de sua caverna, tendo uma venda em seus olhos, colocada por Cecília, sentia seu corpo arrepiar.

O que faria?

— Medusa! — o sussurro a trouxe de volta — Eles estão vindo, não pode tirar isto dos olhos!

— Mas não tenho chance alguma se não puder vê-los! — até tentou, mas um leve desespero foi detectado por Cecília em sua voz.

— Deixe-me apenas... — parou para pensar um pouco, ouvindo os sussurros dos homens, que procuravam por Medusa na gruta, teve uma ideia ao ouvir um deles sugerir que se separassem para cercá-la — Vou distraí-los, um à um. Você vem por trás acaba com ele.

— O que?! Está louca? Morreremos as duas!

— Não temos escolha, Medusa! Uma hora ou outra eles vão te achar.

— Não tem nada mais idiota do que este plano!

— Vai ter que confiar em mim, é a única maneira de eu te ajudar.

Tiveram alguns segundos para respirarem fundo e criarem coragem.

— Confia em mim? — Cecília voltou a falar e Medusa, que sentiu a mão da mulher em seu ombro, respirou fundo.

— Vamos fazer isto.

E então, sairam de onde estavam, Medusa com sua venda à postos, sobre sua testa, pronta para ser levada até seus olhos quando precisasse. Buscou cobrir seu corpo do jeito que fosse possível, e então, estava pronta.

Subiu no ponto interno mais alto que havia ali, de onde pôde ter uma noção clara de onde cada um dos três homens estava.

Cecília estava certa, carregavam escudos espelhados e uma espada em mãos. Estavam muito confiantes, pois eram apenas três deles e sua postura era de plena certeza de que saíram dali vitoriosos. Um deles chegava à assobiar, tamanha tranquilidade.

Medusa decidiu eliminar aquele que estava mais afastado dos outros, cercando o lado norte da gruta, quase na saída para o resto da caverna.

Sussurrou instruções para Cecília e, segurando sua mão, se separaram. Pela primeira vez em muito tempo, deu-se o trabalho de se preocupar com outra pessoa além de si.

Viu Cecília cambalear até onde Medusa havia a instruído, rumo ao outro homem.

Correu silenciosamente pela penumbra, até alcançar o assobiador.

Ao mesmo tempo em que Cecília esbarrava no lado direito de seu alvo, fazendo-o exclamar, em surpresa, Medusa aproximou-se do homem por trás.

Usou do despreparo físico dele e o jogou no chão, chutando o escudo para longe. Numa decisão rápida, não o matou com os olhos, mas usou a própria lâmina do homem para cortar-lhe a jugular.

Praguejou quando o homem fez pequenos sons ao engasgar e colocou uma mão na boca dele.

Enquanto isto, Cecília cumpria seu papel com maestria.

— Que diabos...! — ergueu os braços, desajeitado, quando a mulher esbarrou em si — O quê está fazendo aqui?!

— Me ajude, por favor! Ela está atrás de mim!

— Leíandros, Andreas! Tem uma mulher aqui! — chamou seus colegas, mas apenas Andreas veio ao seu encontro, correndo.

— Vocês tem que me ajudar à sair daqui, vejam o que ela fez comigo! — Cecília hiperventilava. Usou os dedos para puxar as olheiras, deixando os olhos em evidência em sua aparência macabra e morta.

— Acalme-se, senhorita. Me diga seu nome e o que aconteceu. — Andreas sussurrava, enquanto conduzia Cecília para sentar-se em uma pedra. Sentiu o solo levemente úmido em seus pés e soube exatamente onde estava e, se o plano de Medusa estivesse correndo bem, sabia onde ela deveria estar também.

— Me chamo Lissa e aquela... coisa jogou um feitiço em mim! Não consigo enxergar nada! — Se jogou no homem à sua direita, caindo para trás com ele, soluçando copiosamente.

Com isto, Medusa teve de correr de forma não tão silenciosa, até que pulasse no homem distraído.

No entanto, este era maior e estava mais atento do que o anterior, então, assim que caiu, virou-se de barriga pra cima, com o escudo posicionado acima de seu rosto.

Assim que ainda pôde ouvir o homem caído resmungar e xingar medusa, Cecília gritou e em seguida, tudo aconteceu rápido demais.

•••

N/A: Família, boa noite! Aproveitaram o feriadin na segunda? Espero que a semana de vcs esteja sendo ótima, aproveitem esse capítulo tranquilinho e boa noite, rs. Até sexta 🖤

Petrificar / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora