Me Torno Eternamente Responsável por Ti

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Capinha e banner perfeitos por WD <333

   O principezinho chegaria ao seu antigo lar, asteróide B 612. Estava próximo dele — entre os asteróides 580 e 600. No horizonte já se podia enxergar um pouco da fumaça vinda de um dos seus pequenos vulcões, o que o fazia sorrir.

Em sua ansiedade, começou a atravessar os asteroides rapidamente, querendo chegar ao seu destino, mas logo parou, notando que a noite já se fazia presente. Havia perdido o pôr do sol que tanto amava e agora só poderia admirar as estrelas que iluminavam seu caminho. Teria de esperar até o próximo dia para vê-lo.
 
Naquele momento, observando o céu estrelado, lembrou-se do aviador e de sua última conversa antes de partir, quando comparava as estrelas como milhares de fontes.

O menino olhava para o vasto céu, com um olhar nostálgico. Seus cabelos loiros se moviam conforme a brisa suave, porém não sentia frio, não como nas noites no deserto. Mas percebendo que estava mudando seu foco balançou a cabeça, se desvanecendo de todos aqueles pensamentos que se passavam pela sua mente tão jovem, não poderia ficar parado ali, estava muito próximo de seu destino tão esperado. 

Queria esquecer e tirar a saudade que já consumia seu peito, mas evitar lembrar do aviador e de sua raposa, que havia conhecido em um planeta tão grande e diferente do seu se tornava algo difícil.

Porém, ia caminhando levemente, tentando se esquecer e distraindo-se contando em seus pensamentos: "590591592593...", conforme seguia seu caminho, até faltar somente um passo para seu lar. Estava eufórico, havia deixado tudo para trás por esse momento. Então se aproximou, tudo parecia como deixou antes, mas algumas pequenas árvores de baobás já estavam se formando, aquelas sementinhas tão odiadas cresciam rápido, não saberia o que fazer se voltasse e elas já tivessem tomado seu planeta. Tocou no bolso fino de sua calça verde, retirando o desenho da caixa com seu carneiro, ele iria o ajudar muito a combatê-las.

— Pequeno Príncipe? — Seu olhar foi guiado para onde a voz tão conhecida o chamou, era sua rosa. — Você voltou...

Se aproximou, sem dizer nada e se ajoelhou, ficando próximo dela. A observou, sua voz era baixa e as pétalas avermelhadas quase não se faziam mais presentes. Estava fraca, deixando clara o quando ela era sensível e delicada. Ele imaginava que seus três espinhos não serviriam para muito.

— Perdoe-me, fui tola antes. Quando partiu eu gostaria que fosse feliz, meu amor e ganância o atrapalharam... — Seu falar doce tinha uma certa mágoa, ela gostaria de chorar, mas não deixaria isso transparecer.

— Ah, minha rosa... — Acariciava as poucas pétalas que ainda a restavam. — Não posso a amar dessa forma, não compreendo esse sentimento, mas se eu a cativei, me torno eternamente responsável por ti.

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⏰ Última atualização: Nov 20, 2021 ⏰

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